O portador de deficiência visual total que estuda na Escola Estadual Dr. Wilquem Manoel Neves, na zona leste de Olímpia, Luan Perpétuo Bertasi, de 16 anos de idade, vai representar a cidade na final dos Jogos Paraesportivos Escolares do Estado de São Paulo. A informação foi divulgada na segunda-feira desta semana, dia 6, pelo seu treinador, o professor de Educação Física José Paulo Feliciano Olmedo.

No entanto, ainda não há definição da data em que a prova será disputada. Luan, que conseguiu a vaga na seletiva regional realizada no dia 29 de junho, em Ribeirão Preto, obteve o tempo de 16 segundos e 54 décimos na prova dos 100 metros rasos.

Para essa final a expectativa, tanto do treinador, quanto de Luan, é baixar o tempo para a casa dos 13 segundos para tentar ser o campeão e ainda conseguir uma bolsa atleta do Governo Federal. Mas se conseguir garantir pelo menos o 3.º lugar, já será convocado para disputar o campeonato brasileiro.

"Para essas conquistas tem de haver muita dedicação do atleta e também muito treinamento", afirma José Paulo Olmedo, explicando que Luan começou a correr em 2011 e que o vê como "um atleta promissor" (sic). "Ele quer e abraçou (a ideia). Ele quer chegar e ser campeão", acrescentou.

Para tanto, nesta sexta-feira, dia 10, Olmedo levou Luan para treinar em uma pista oficial em Barretos. Segundo o treinador, esses treinos são para tentar transformar um sonho em realidade. "E o sonho é: fico imaginando ele na olimpíada do Brasil", comentou.

FESTA NA ESCOLA

As conquistas de Luan, e esta não foi a primeira, foram motivo de comemoração na escola onde estuda, na manhã da segunda-feira, quando ele recebeu uma medalha de ouro da diretora Heloisa Maria Marchi, como o aluno da escola que superou todas as dificuldades.

"Hoje nós estamos sendo muito felizes. Estamos sendo recompensados e agraciados por Deus por esse momento maravilhoso e temos certeza que estamos dando um caminho para que o Luan siga em frente, que venha a se tornar realmente um atleta e que isso venha se tornar sua profissão", comentou a diretora.

Heloísa Marchi ressaltou também o trabalho do professor José Paulo Olmedo: "é uma pessoa que temos como agradecer e como elogiar. Sempre, desde o primeiro momento que ele viu o Luan e nossas crianças, ele falou vamos investir, vamos fazer dele um atleta".

Pessoalmente ela encara como se fosse uma missão divina: "Se aqui estou com essas crianças é porque estou no lugar em que deveria estar e recebê-las. Todos têm que se engajar. Todos têm que lembrar que hoje nós estamos dessa forma. Amanhã não sabemos que maneira nós estaremos. Nós poderemos amanhã também ser uma pessoa com uma necessidade especial".