31 de outubro | 2011

Associação se reúne com fornecedores de cana em palestra sobre “cigarrinha da cana” na AABB

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A Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Catanduva se reuniu, na noite de quinta-feira, 20, com fornecedores de cana da microrregião de Olímpia no salão da AABB (Associação Atlética Banco do Brasil), para uma palestra sobre "Cigarrinha das Raízes da Cultura da Cana-de-açúcar, Manejo e Controle".


O gerente da Associação, Célio Rosa, abriu o evento cumprimentando todos os presentes e falando da importância da palestra e, principalmente da necessidade de os produtores se manterem unidos enfrentando os problemas que poderão surgir no setor;  foi seguido pelo presidente da entidade, Luis Carlos Orsi, que agradeceu a presença de todos, dizendo ter se sentido honrado de participar do evento, tendo contato direto com os associados de Olímpia; logo após, o membro efetivo do Conselho Fiscal, olimpiense Otávio Lamana Sarti, destacou que o grande desafio do setor é produzir com qualidade, produtividade e, acima de tudo, com sustentabilidade.


Em seguida, o coordenador de informática, José Dias, fez um balanço sobre os últimos anos de produção canavieira na nossa região, seguido pelo engenheiro Agrônomo da Agrofito, Francisco Toledo, que contou a história da empresa.


Dando sequência ao evento, a doutora em biologia Alessandra Marieli Vacari, explicou como age, como se identifica e quais as formas de manejo da cigarrinha das raízes da cultura da cana-de-açúcar.


Finalizando o evento, o representante da Helm do Brasil, falou também sobre os produtos e a história da empresa no país.


Para a palestrante Alessandra Marieli Vacari, bióloga e pesquisadora da Unesp, pós doutoranda em entomologia agrícola, a cigarrinha da raiz e a broca da cana-de-açúcar estão entre as principais pragas da cana-de-açúcar hoje e a cigarrinha já está presente em todo o Estado de São Paulo.


"A cigarrinha se alimenta da raiz da planta sugando a seiva. Na hora da alimentação, ela injeta toxinas, e essas toxinas causam clorose na raiz; além de se alimentar dos nutrientes da planta que estão na raiz, ela também dificulta a absorção de nutrientes do solo", afirmou.


A pesquisadora salientou ainda que dependendo da infestação a cigarrinha pode causar de 40 a 60% de perca de peso da cana. "Para controlar essa praga, tem vários métodos de controle, tem o controle biológico onde se utiliza um fungo que se chama Metarhizium anisopliae e no controle químico tem vários produtos no mercado", explicou.


Alessandra destacou também, que a palestra é importante para a conscientização dos produtores de que esta praga já está presente em canaviais de todo o Estado. "Muitos produtores não conhecem a praga, nunca viram, ou nunca observaram no campo a sua ocorrência, então, com a palestra, eles vão saber observar e combater essa praga", declarou.


A pesquisadora concluiu dizendo que com a implantação da colheita mecanizada, a praga deverá ter um ambiente favorecido porque a queima da cana matava muitos ovos que ficavam no solo, matava a ninfa e a partir do momento que a colheita está sendo mecanizada e deixa uma camada de palhas no solo, mantém o solo mais úmido, favorecendo o aparecimento da praga.


Orsi defende que o setor está pronto para crescer
O presidente da Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Catanduva, Luis Carlos Orsi, que esteve presente à palestra realizada pela Associação na noite da quinta-feira, 20, afirmou que o setor está preparado para crescer e se desenvolver como quer o governo federal e precisa continuar evoluindo, daí a importância de se manter o produtor sempre atualizado.

Orsi explicou que a Associação auxilia o fornecedor e o produtor tanto no aspecto social (com médicos, dentistas e exames), como no técnico e no jurídico.


A ênfase maior, no entanto, acaba sendo a área técnica, que é a parte que envolve diretamente o fornecedor de cana."O nosso departamento técnico é formado principalmente pelos nossos engenheiros agrônomos e os técnicos agrícolas, compondo hoje um quadro de 15 a 20 profissionais", afirmou.


É dentro deste contexto que o presidente destaca a importância de palestras como a que foi realizada na quinta-feira, para o fornecedor de cana-de-açúcar. "É para ele ter uma visão de como lidar com as pragas do setor, evitar o prejuízo e evoluir sempre. E a propagação desta praga já é preocupante", enfatizou.


Sobre o desempenho do setor em 2011, o presidente da AFCRC afirma, que embora o produto tenha tido alta de preço gradativamente, em contrapartida, teve queda de produção e isso está refletindo bastante no bolso do produtor.


"Nós tivemos problemas climáticos, dois anos consecutivos com seca, e sem dizer essas pragas que nós vimos uma delas nessa palestra da dra. Marieli. Então, isso aí vem prejudicando bastante a cultura canavieira", enfatizou.


"Nós queremos agradecer a presença de todos. Foi muito bem-vinda a nossa visita a cidade de Olímpia e ficamos contentes de estarmos juntos aos nossos fornecedores e expondo as necessidades, as preocupações e as propostas para o futuro do setor", concluiu.


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