Embora com menor intensidade, os casos de violência contra crianças e negligência dos pais, também tiveram crescimento considerável no ano de 2009. De a­cor­do com a informação divul­ga­da pela con­selheira tutelar Ma­ri­lene Baú de Souza, no período foram re­gistrados 39 casos de “abri­ga­mento” (sic) – casos em que podem ocorrer até a perda de pátrio poder, quando os filhos são retirados dos pais por falhas com­por­tamentais, principalmente – contra apenas 11 no ano de 2008.  Quer dizer, houve um crescimento de cerca de 260%.

“No caso de abrigamento também, o número exato que a gente tem é que no ano de 2008 foram 11 e 2009, já passou para 39 e já es­tamos com mais dois a­guar­dan­do res­posta tam­bém da ju­íza (da Infância e Juventude). São números que estão assustando muito a gente (os conselheiros)”, informou.

Porém, o abriga­mento – quan­­do a crianças é retirada pelo menos temporariamente dos pais – não acontece so­­mente por ca­usa de violência dos pais contra as crianças dentro de ca­sa. “A­contece também muita negligência, pais usando drogas na frente dos filhos e maus tratos. São casos que a gente faz acompanhamento, vai pedindo modificação da família e quando não, a ju­íza determina o a­brigamento. O conselho vai fazer o abriga­men­to, mas a determinação vem do poder judiciário”, justifica.

No entanto, antes de partir para uma adoção, ela explica que é feito de tudo para que a criança possa voltar para a família de origem. “Para os pais, avós ou tios. Só no último caso é que vai para a adoção, porque tanto o poder judiciário quanto o conselho tutelar, tenta que retorne à família de origem que é melhor para a criança”, finaliza.