Embora alguns médicos da cidade consultados pela reportagem desta Folha já considerem haver um número maior de casos de dengue, apenas com o total de 140 pessoas contaminadas, número oficialmente divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde na quinta-feira (12), confirma a terceira epidemia da doença desde o primeiro ano da primeira administração do prefeito Luiz Fernando Carneiro.

Enquanto alguns médicos já acreditam que sejam em torno de 300 pessoas contaminadas desde o início deste ano, as informações divulgadas oficialmente indicam o total de 140 casos positivos. Na avaliação destes médicos, o fator preocupante é que dezenas de pessoas têm procurado os consultórios particulares e mesmo com a suspeita de dengue acabam não procurando o sistema público de saúde para uma confirmação da doença. Estes pacientes, segundo contam os médicos, se preocupam apenas em que lhes sejam receitados os medicamentos adequados para a situação de dengue.

Por isso, se forem consideradas as centenas de casos suspeitos que ainda aguardam resultados de exame e o fato de que necessitam 150 casos em Olímpia para configurar um estado epidêmico de dengue, já se pode afirmar a incidência da quarta epidemia de dengue em Olímpia, a terceira sob a administração do prefeito Luiz Fernando Carneiro e do secretário municipal de Saúde, Giovanni Baptista da Silva Júlio.

A primeira delas ocorreu no ano de 1996, último ano da administração do ex-prefeito José Carlos Moreira, quando foram contabilizados 111 casos positivos.

A segunda epidemia e de maiores proporções que a primeira, foi registrada no primeiro ano do primeiro mandado do prefeito Luiz Fernando Carneiro. Em 2001, segundo informações obtidas junto ao endereço eletrônico do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) "Professor Alexandre Vranjac", da Secretaria Estadual de Saúde, foram totalizados 783 casos positivos. Depois disso, já no atual mandato do prefeito Carneiro, ocorreu a terceira epidemia da doença, quando foram totalizados 858 casos positivos, a maior incidência registrada no histórico da dengue no município de Olímpia.

NÃO FALA
A coordenadora de Saúde, Josielem Aparecida Amorim, foi procurada na quinta-feira (12) para falar sobre a questão, mas afirmou que só concede qualquer espécie de informação para esta Folha mediante ofício encaminhando as perguntas, o que a editoria optou por descartar, já que cerca de uma dezena de ofícios já foram protocolados há algum tempo na Secretaria Municipal de Saúde e até agora não foram respondidos. A preocupação com a situação se transformar em epidemia já fazia parte do dia-a-dia da coordenadora de Saúde há cerca de 20 dias, quando informava que chegava a 94 o total de casos confirmados.