27 de maio | 2007

Com baixa acumulada de 15,5% álcool já custa menos que há um ano atrás

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  Com uma baixa acumulada desde o final da primeira semana deste mês de maio, estimada em aproximadamente 15,5%, o preço do litro de álcool hidratado, aquele que vai diretamente para queima no motor dos carros, já está custando cerca de 2,4% menos que há um ano atrás.

A constatação foi feita pela editoria desta Folha ao comparar os valores mais baixos, de R$ 1,24 o litro na última semana de maio de 2006, e de R$ 1,21 o litro encontrado pela reportagem nas bombas nesta sexta-feira (25).

No entanto, mesmo com a tendência de queda ainda continuar prevalecendo, a possibilidade de chegar ao patamar de maio de 2005, quando o litro de álcool chegou a ser comercializado a R$ 0,98, já é praticamente descartada. O preço atual, R$ 1,21 é cerca de 23% maior que há dois anos atrás.

Nesta sexta-feira, quando informava nova queda no preço, o comerciante José Otavio Recco, proprietário do Posto Ipiranga, demonstrava expectativa de pelo menos mais uma deflação até o final deste mês e depois uma estabilizada. "Está baixando por causa da safra, mas acho que vai dar uma estabilizada e não vai cair mais tanto como em anos passados", comentou.

O proprietário do Auto Posto Bonadio, Antonio Bonadio Sobrinho, comenta que embora tenha recebido o produto a cada viagem com preços inferiores, a questão é considerada imprevisível, mas mesmo assim acredita que pode baixar ainda mais.

Considerando que o preço local, em comparação com outras cidades é mais alto, pode ser considerado bom, comenta que no período de safra da cana-de-açúcar há mais produção de álcool favorecendo a queda.

"Nas entressafras sobe e na safra baixa. Essa é uma tendência natural. Acredito que vai chegar no patamar de R$ 1,10 a R$ 1,15. Menos que isso é muito difícil porque a usina tem que ter algum lucro nessa história", afirmou.

Entretanto, alerta o consumidor para a questão da qualidade do produto em relação ao preço da bomba. "Preço baixo nem sempre significa produto ruim, mas como teve uma reportagem recente na televisão e existe muita ‘maracutaia’ (sic) em cima de combustível. É sempre os clientes ficarem atentos e pedir teste em postos", avisou

No Posto Cergal, o comerciante José Roberto Galvão, "Pelé Galvão", diz que todas as quedas de preço que verifica nas notas fiscais de compra são repassadas imediatamente para as bombas de abastecimento.

"Isso varia muito de companhia para companhia também, que têm os custos operacionais, uns baixam um tanto, outros baixam outro tanto. Também quando há alta é a mesma coisa, os aumentos nem sempre são iguais", explicou.

Porém, acredita que o preço estabilize a partir de agora até mesmo por intervenção do próprio governo. Classificando como estratégia de mercado explica que se a diferença com o preço da gasolina for muito grande, os consumidores derivam para os motores movidos a álcool.

"Só quero deixar claro que se existe um culpado nas oscilações do preço, seja muito ou pouco, são as produtoras, as usinas e os órgãos competentes. O posto é o ultimo. E as reclamações sempre recaíram sobre nós. E nós somos o fim da linha, o que chega até nós, repassamos. Nós aqui simplesmente dançamos de acordo com a música", acrescentou.

 

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