15 de setembro | 2012

Corpo de dona de casa fica passeando pela cidade até médico dar atestado de óbito

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O cadáver de uma dona de casa que morreu na manhã de sábado, 15, literalmente ficou passeando pelas ruas da cidade até a família se mobilizar e conseguir um atestado de óbito para que pudesse ser velada e enterrada no cemitério local

Imê da Silva, 73 anos, morreu as 10h30 do sábado, 15, foi para UPA para o médico dar o laudo, para fazer o velório. Como isto não ocorreu, a funerária levou o corpo de volta para casa explicando que só voltariam a buscá-lo quando o médico fizesse o laudo.

Somente por volta de 15 horas a funerária voltou para recolher o corpo que estava enrolado num lençol em cima de uma cama de solteiro.

Marcos Lima de Jesus, 29 anos, lombador, disse: "Agora o médico vai dar o laudo, a mocinha (atendente) deu risada na cara do meu irmão, isso é uma humilhação muito grande. O meu irmão foi na polícia para registrar um boletim de ocorrência".

E continuou: "Foi preciso o advogado mais algumas pessoas ajudarem aí, porque se não… ela estaria lá até agora do jeito que você viu lá", falou pra o repórter do iFOLHA.

Ela morava no Santa Ifigênia, mas como estava doente, estava na rua do Jequitibá, 450 onde uma parente estava cuidando dela.

Segundo Marta Aparecida Rodrigues, dona de casa parente da Imê da Silva, 73 anos, o falecimento ocorreu às 10h30 deste sábado.

'Nós chamamos a polícia e eles ligaram na UPA _ Unidade de Pronto Atendimento que substituiu o pronto socorro da Santa Casa local, para ver qual era o médico dela. Aí nós fomos na funerária, fizemos os papeis dela. Tinha um médico lá (UPA). Aí o médico mandou levar ela lá. O pessoal da funerária veio e colocou ela no caixão e levou ela. Aí chegou lá o médico não queria dar o laudo. Aí a funerária trouxe ela de volta, e disse que só iria mexer quando o médico desse o laudo", contou.

E continuou: "Aí o filho dela e o meu irmão foram lá na UPA ver e acho que foram na delegacia fazer o boletim de ocorrência. Aí eles ficaram de voltar para pegar o corpo de novo para levar".

Segundo Marta Rodrigues, na UPA teriam dito que ela morreu em casa e não lá. "O médico não quis dar o laudo, aí trouxeram ela de volta e mandaram deixar na cama do jeito que estava, para o médico  vir aqui. Mas ele não apareceu", afirmou.

"Ela morreu as 10h30 – continuou Marta – e agora já são mais de 15 horas e o corpo continua aqui. Disseram que iria ver se mandava para Barretos se o médico daqui não desse o laudo e lá em Barretos não funciona no final de semana, só segunda-feira para liberar o corpo dela".

Marta conta que Imê já estava doente e que sua irmã a teria levado na UPA e médico teria dado um encaminhamento para ela passar terça-feira em Barretos. "Então quer dizer se ele deu o encaminhamento para Barretos, deveria dar o laudo, porque já sabia que ela estava doente".

"É uma falta de respeito com o ser humano. A mãe já morre e ainda fica essa falta de consideração põe a mulher pra lá, põe a mulher pra cá, né? Leva e traz. Não!", declarou.

Sobre a doença de Imê, Marta afirmou que "os médicos não acharam nada nela, por isso que tinham mandado ela para Barretos. Ela estava de cama, mas ela andava tudo", explicou.

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