09 de fevereiro | 2014

Falta água na Cecap e engenheiro chama o consumidor para ir tomar banho no Daemo

Compartilhe:

Seria cômico, se não fosse uma situação beirando ao que se pode comparar a uma tragédia. Agora, além da falta de água nas torneiras, o consumidor tem também de enfrentar o disparate provocado por funcionários da Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente – Daemo Am­bi­ental, que a partir da administração de Eugênio José Zuliani, passou a ser sucessora do Departamento de Água e Esgoto do Município de Olímpia (DAEMO), que, pode se afirmar funcionava melhor ou menos mal, pelo menos, e cobrando menos também.

Para se ter uma ideia dos absurdos que têm acontecido na au­tar­quia, nesta sexta-feira, dia 7, um engenheiro teria chamado o consumidor para ir tomar banho na sede do Daemo, ao lado da Estação de Tratamento (ETA), localizada no Jardim Toledo, zona oeste, porque estava faltando água no Jardim Cecap, na zona leste. Quer dizer, ele teve de atravessar toda a cidade e, mesmo assim não estava conseguindo resolver o seu problema e acionou a reportagem desta Folha.

Essa foi a situação vivida pelo auxiliar de enfermagem Fernando Aparecido Gomes (foto), de 30 anos de idade, que nasceu no bairro e nunca enfrentou uma situação como essa ou que possa ao menos ser considerada parecida. O convite do engenheiro se deu quando ele telefonou à autarquia para reclamar da falta de água, dizendo que necessitava tomar banho para ir trabalhar.

“A falta de água é constante. Há dez dias foram lá para mexer no poço artesiano e nos comunicaram que faltaria água. A gente se precaveu e não gastou a água que tínhamos no nosso reservatório. Hoje fui tomar banho e não tem água”, reclamou.

“Tenho que dar plantão em 40 minutos. Liguei aqui (Daemo) para falar com o engenheiro e ele falou que se achasse melhor, po­deria vir tomar banho aqui. Agora a minha conta de água eu pago em dia. O meu imposto eu pago em dia. Agora, eu não tenho água nem para poder tomar banho para ir trabalhar”, questiona.

De acordo com o auxiliar de enfermagem, ao chegar à sede do Daemo o en­­genheiro disse que tomaria providência em algumas horas para resolver o problema. “Será que se eu ligar onde eu trabalho e disser que vou entrar algumas horas a­trasado, eles aceitarão isso? Olha a situação que eu estou, eu trabalhei até agora lá em casa mexendo em uma construção. Sou auxiliar de enfermagem. Como vou poder chegar para dar um plantão assim? Não tem condições isso”, acrescentou.

COM A ROUPA NA MÃO

Fernando Aparecido Gomes chegou com a roupa na mão para o banho, mas o engenheiro não aguardou sua chegada e foi embora. “Falou que eu tenho que me virar, que é para eu procurar a casa de um amigo para poder tomar banho e que ele verá o que pode fazer e que em algumas horas a água chega à casa”.

Mas a questão não é esperar por algumas horas, segundo ele. “Se tivesse comunicado que faltaria á­gua, a gente tinha dado um jeito. Agora, o cara nem comunica e faltou água desde ontem à noite (5.ª feira) e o cara vem falar pra mim isso aí”, reclama.

Gomes ainda reclamou que não paga sua conta de água para ir tomar banho na sede do Daemo. “Eu não pago o meu imposto para vir tomar banho aqui. Agora você vem aqui e eles não arrumam solução para o seu problema. Falaram que vão tentar mandar um caminhão de água lá em casa em algumas horas. Isso não existe! Eu não posso dizer que em algumas horas eu vou poder trabalhar. Isso não existe”, reforça.

O próprio bairro anda esquecido pela Prefeitura Municipal de Olímpia: “não sei o que está acontecendo. O nosso bairro está numa situação de abandono. A praça está toda abandonada e a gente não sabe nem o que fazer”.

NOVO POÇO SECO

Conforme o relato de Gomes havia um problema no poço artesiano do bairro e perfuraram outro: “Ficou uns 10 dias faltando água um pouco a noite, um pouco durante o dia. Ele disse que o problema seria resolvido, mas até agora nada. Disse que o poço foi perfurado, mas a falta de água continua lá ainda.

Inconformado com a situação o auxiliar de enfermagem afirmou que buscaria reparar o danos que tem sofrido na justiça: “vou à delegacia (de polícia) fazer um boletim de ocorrência de preservação de direito e vou entrar com um recurso (ação na justiça) contra a Daemo Ambiental”, finalizou.

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas