08 de fevereiro | 2015

Geninho defende fim de feriado da consciência negra

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Além do presidente da ACIO (Associação Comercial e Industrial de Olímpia) e o diretor de Comércio e Indústria da Secretaria Municipal de Agricultura, Flávio Vedovato Arantes, agora foi a vez do prefeito Eugênio José Zuliani (foto) também defender o fim do feriado da consciência negra que, por lei municipal há seis anos ocorre todos os anos no dia 20 de novembro.

De acordo com o que ele declarou à imprensa local recentemente, Olímpia é uma estância turística e o comércio deve permanecer com as “portas abertas” todos os dias. Ele entende que no 20 de novembro, enquanto outras cidades comemoram o feriado de Zumbi a sua população escolhe Olímpia para passear.

“Eu acredito que está errado. Não é dessa forma que você faz, principalmente em uma cidade receptiva onde o número de feriados tem que ser reduzido ao máximo. E quando se marcar feriado fazê-lo para segunda-feira, o dia que não vem ninguém aqui e não precisa da mão-de-obra do olimpiense”, afirmou.

Embora considere um tema polêmico, o prefeito chega a concordar com a opinião de Vedovato que quer o Dia da Consciência Negra como feriado facultativo. “É um tema extremamente polêmico, mas eu sou extremamente favorável a acabar com o Dia da Consciência Negra”, alega o prefeito.

Zuliani alega também que “nós estamos aqui num raio de 200 quilômetros com 13 ou 14 cidades que têm o Dia da Consciência Negra e que folgam e a população vem para Olímpia se divertir. Nós não temos direito de ter esse feriado. Nós temos que estar prontos, trabalhando para cuidar do lazer dessas pessoas, porque Olímpia tem como vocação o entretenimento. Então nós temos que fazer uma grande homenagem à Consciência Negra, mas num dia que não atrapalhe a vocação do município, que é o Turismo”.

“Uma cidade que hoje está sem Conselho do Idoso por falta de pessoas integrantes que abandonaram uma entidade que representava os negros (Aleaô), praticamente parou de funcionar por falta de união. Eu acho que o poder público tem que fomentar mesmo que o dia seja comemorado, mas não é o feriado que vai trazer o respeito, acabar com o preconceito. Na minha opinião não muda nada”, acrescentou.

No entanto, Zuliani descon­versou ao ser questionado se encaminharia à Câmara Municipal um pedido de revogação da lei criada pelo ex-prefeito Luiz Fernando Carneiro já em 2015: “Não tem nada previsto a respeito de projetos, apenas estou deixando minha opinião”.

OUTRO LADO

Enquanto isso, recentemente o advogado Luiz Carlos Roberto, membro do Conselho Nacional Ante Discriminação – Conad, um dos conselhos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), secção São Paulo, que é o responsável pela presidência do mesmo na subsecção de Olímpia, não concorda com a ideia e sugere que os comerciantes comecem a abrir seus estabelecimentos à noite para atender turistas, ao invés de quererem acabar com o feriado da Consciência Negra.

Além disso, afirma que não é acabando com o feriado que vai fazer girar melhor a economia do município: “Falta incentivar a geração de empregos para que novas indústrias venham se instalar em Olímpia. É isso que está faltando. Então, não é simplesmente tirando do calendário (feriados), que vai girar a economia do município”.

 

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