Depois de defender a merenda escolar que está sendo servida tanto na rede municipal de ensino quanto na estadual e de contar a respeito do cardápio de alguns dias da semana, o líder da bancada do prefeito Eugênio José Zuliani, vereador Leonardo Simões se atrapalhou e acabou afirmando que as refeições são uma verdadeira dieta para o emagrecimento de uma pessoa. “Era tudo que eu precisava para emagrecer, de verdade”, disse.

Simões iniciou contra argumentando o que havia sido reclamado pelo vereador Hilário Juliano Ruiz de Oliveira, principalmente criticando os repasses pequenos dos governos Federal e Estadual, que estariam dificultando a Prefeitura que teria de aplicar recursos próprios em mais de 70% do valor total gasto com a terceirização.

De acordo com ele, a merenda escolar está custando R$ 208,00 por ano com cada aluno da rede. Mesmo assim comentou que o “cardápio me deixa muito lisonjeado com a Prefeitura de Olímpia”.

Simões citou três pratos que contam no cardápio: em um dia é servido iogurte com sucrilhos pela manhã; em outro arroz, feijão, carne moída com batatas e salada de beterraba no almoço; ainda em outro, mas também no almoço: arroz, feijão, creme de milho e salada de acelga com cenoura.

Em outra parte de sua fala Simões até admitiu que poderia ter havido uma falha: “acredito que possa ter havido uma falha, mas tenho números aqui da merenda e esses números me deixam muito satisfeito e tranquilo pra fazer a defesa do senhor prefeito”.

Segundo ele, a merenda é servida com 76% de recursos próprios (mais de sete milhões de reais). Já o restante é pago com dinheiro do Governo Federal (15%) e do Estadual ( 9%) do total pago à empresa.

Outro vereador que fez a defesa do prefeito foi Marco Aurélio Martins Rodrigues que confirmou o racionamento da carne: “o único controle que tem é o da carne pelo que foi informado e as pessoas que denunciaram me informaram isso também. A carne inclusive, quem já trabalhou em alguma empresa, é controlada”.

A vereadora Izabel Cristina Reale Thereza também usou a tribuna para defender a merenda: “das vezes que o senhor (Hilário) esteve nas escolas foi um erro lamentável, mas em todos os dias que eu estive em todas as escolas, em nenhum momento eu identifiquei fragilidade assim na merenda”.

Leandro Marcelo dos Santos, vereador eleito pela oposição, mas que atualmente faz parte da bancada do prefeito, afirmou: “houve algum erro naquele dia. Mas nós estamos aqui para cobrar, fiscalizar e não tiro o direito do vereador Hilário, mas também fiquei muito feliz em saber da qualidade da merenda que está sendo servida”.

VALOR DA MERENDA

Por outro lado, entre outras coisas, o vereador Hilário Juliano Ruiz de Oliveira chegou a comparar os preços que são e que foram pagos pela Prefeitura pela terceirização da merenda escolar. “Há sete anos a merenda custava um milhão. Hoje custa sete milhões. Ela tem que melhorar muito e não só o interesse de alguns intermediadores, mas o interesse das crianças que estão na escola. E isso que nós precisamos”, afirmou.

Porém, antes ele se defendeu de alguns questionamentos feitos por vereadores da bancada do prefeito: “Eu volto a essa tribuna se não daqui a pouco eu vou sair vilão dessa história da merenda. Eu presencie os fatos. A questão de ver uma criança pegar sobra de salada para comer arroz e feijão é não poder repetir conforme a sua vontade uma carne, traz indignação para qualquer vereador”.

E acrescentou: “eu presenciei. Não estou criando fato. Isso foi tomado a termo pelos conselheiros tutelares e assinado pela direção das escolas. Todas as escolas estão adotando essa medida de cercear o direito da mistura (carne) da criança. Todas. É inadmissível economizar”.

O vereador ainda relacionou altos valores que a Prefeitura estaria pagando, na opinião dele, que seriam desnecessários: “Temos que economizar cargos comissionados, empresas contratadas pela Prefeitura como assessoramento com altos contratos. Isso que nós temos que economizar. Não a merenda escolar”.