23 de agosto | 2009

Maioria passaria chave da cidade ao Curupira durante Fefol

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Instalada desde o ano de 2001, quando o ex-prefeito Luiz Fernan­do Carneiro decretou o “exílio” da figura do Curupira, denominado por decreto o Patrono dos Festivais do Folclore, instalou-se uma polêmica que, pelo menos do que se pode perceber, tem tendência a continuar por, ao menos, mais alguns anos. Entretanto, a maioria dos entrevistados pela reportagem desta Folha prefere a volta da brincadeira estilizada pelo professor José Sant’anna, idealizador e criador do evento, de passar a chave da cidade ao mito, para que, simbolicamente, governasse a cidade por uma semana.

Das oito pessoas entrevistadas apenas uma declarou que não entregaria e que prefere que seja realizado como a forma escolhida pelo atual prefeito, Eugênio José Zuliani, Geninho, que fez a opção, conforme declarou no palco oficial, durante a abertura oficial do evento, de entregar a chave a “Jesus Cristo”.

Por outro lado, considerar que o mito seja um demônio e pudesse colocar medo, neste caso o resultado foi unânime. Quer dizer, todos entendem que se trata de uma lenda e, que as lendas não podem fazer mal a ninguém, mas pelo contrário, apenas daria mais beleza cultural ao evento.

Para o representante comercial, Cláudio Pinheiro, a entrega simbólica da chave, conforme aconteceu durante décadas, até o ano 2000, não prejudicaria a cidade: “é uma tradição que sempre teve entregar a chave no início e devolver no final. Seguiria a tradição e conservaria algumas coisas para não perder o brilho do folclore”.

Já a técnica em enfermagem, Josiane Castro, embora não te­ma qualquer prejuízo com um governo simbólico do Curupira, durante uma semana, não passaria a chave para que Curupira, por exemplo, administrasse a cidade: “faria a mesma coisa que o atual prefeito fez, entregaria na mão de Deus, porque é o nosso criador e se tem que entregar (a chave), tem que ser a Deus”.

O Curupira, no entendimento do jogador de futebol, Gabriel Henrique da Silva, “é um personagem que representa a nossa festa folclórica e pela tradição toda dele, pelo conteúdo entregaria”. Também motivado pela cultura da figura folclórica, também o instalador de sistemas eletrônicos, Douglas Henrique Scalian­te, afirma que “passaria sim”, a chave ao mito.

A funcionária pública, Maria Fátima Rubens Clau­dino, que entende que os receios com o mito não passam de superstição, também passaria a chave da cidade ao Curupira: “porque até agora não prejudicou em nada e não seria este ano que prejudicaria”. Da mesma maneira agiria a professora Priscila Aparecida Ce­sarino: “porque é só uma lenda, uma sim­bo­lização”.

Também o salva-vidas, Adal­berto Dias de Barros, embora respeitando a posição adotada pelo prefeito, gostaria de rever a cena, mesmo porque, a proposta era a de resgatar o festival ao que fora idealizado pelo seu criador. “Deveria dar a chave para resgatar a cultura porque só era feira industrial e comercial e, agora que estão resgatando a cultura, é simbólico e o povo quer ver a entrega da chave”.

Para o professor, Márcio Antonio Ventura, a entrega da chave da cidade ao Curupira deveria ser retomada e preservada. Ao ser perguntado se passaria a chave respondeu: “sem dúvida, é um ato simbólico. Ele (Curupira) é apenas uma figura mitológica, folclórica, que faz parte da cultura nacional”.

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