Claramente no sentido de fazer com que o vereador João Baptista Dias Magalhães mude seu comportamento em relação à decisão que adotou na semana passada, a mesa diretora da câmara municipal de Olímpia, em atendimento a uma suplica do vereador Dirceu Bertoco, resolveu retirar a leitura do pedido, adiando a renuncia apresentada pelo seu 1.º secretário.

Durante a sessão, no momento em que foi anunciada a leitura do pedido de renuncia, Bertoco pediu a palavra e disse laconicamente: “Antes que o primeiro secretário faça a leitura dessa carta, gostaria, emocionado, chateado, no meu oitavo ano de mandato, uma semana muito triste para este vereador, pelo que ocorreu”. Ao final pediu que a sessão fosse suspensa para que tentassem convencer Magalhães a renunciar à renúncia.

Depois, durante uma entrevista, Bertoco justificou: “Sem dúvida nenhuma que a gente está tentando pedir a ele que procure rever isso de uma maneira que todos gostariam que fosse. Então pedi a ele que fizesse essa revisão de consciência”.

O pedido de Magalhães foi formalizado na tarde da quarta-feira, dia cinco. A gota d’água, segundo o vereador declarou em entrevista que concedeu à rádio Menina AM, teria sido a exoneração do advogado Gustavo Secchieri Miotti da assessoria jurídica da câmara, que segundo consta, teria sido nomeado por sua indicação.

Embora a essa emissora de rádio, que consta ter ligação com o grupo político do prefeito Luiz Fernando Carneiro, Magalhães, embora tenha afirmado que há também haveria problemas de relacionamento com algum vereador, não quis declinar o nome.

No entanto, na entrevista que concedeu à rádio Difusora, ao ser questionado se a vontade de renuncia teria a ver com as afirmações feitas por Niquinha há cerca de um mês, aproximadamente, acabou confirmando ser um dos motivos. Como se recorda, Niquinha afirmou que Magalhães seria “câncer”, “antiético” e “capeta da rejeição”.

“Esse é um fator que foi importante porque não me julgo dessa forma, tanto é que o tempo é o senhor da razão e está dizendo quem seria o agente que é desagregador e complicador de situações. Esse fato realmente me chateou muito, mas mesmo assim achei que seria possível continuar mais um tempo.

Percebi que nesses últimos meses, após esse episódio e outros que acabaram se sucedendo, resultou num comprometimento dessa união, então preferi, nesse momento, me retirar através da renuncia e ir para o plenário”, respondeu.

Com a retirada da pauta da sessão ordinária da segunda-feira, dia 10 de março, o pedido de renuncia deverá ser lido durante a sessão, apenas no dia 24, última sessão ordinária do mês de março, condição lamentada pelo autor do pedido.