16 de agosto | 2010

Moradores do Jardim Paulista reclamam de falta de água

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Vários moradores do Jardim Paulista, zona leste de Olímpia, estão reclamando do que aparentemente seria um descaso do Departamento de Água e Esgoto do Município de Olímpia (DAEMO). Segundo afirmaram na tarde de sexta-feira, dia 13 de agosto, em suas casas só chega água em determinado período da madrugada.

Por isso, segundo relata a dona de casa Flávia Robeta Spadari, que reside no número 157 da rua Antonio Benfatti, no início da tarde desta sexta-feira, dia 13, o problema já foi comunicado ao Ministério Público de Olímpia. No entanto, ela não recordava o nome da promotora de justiça que a atendeu.


“Ela (não lembra o nome da promotora) me orientou e falaram que farão o pedido e passar para o DAEMO. Porque é um descaso com a população, realmente. E eu com as crianças pequenas ela falou que não tem condições de ficar. Ela pediu para fazer um abaixo-assinado, reunir a população e reclamar”, informou.


Flávia Spadari conta que tem quatro crianças pequenas e que até ficaram uma semana sem ir à escola “porque não tinham como tomar banho para ir. Praticamente, faz uma semana que eles não almoçam porque água não está tendo para fazer o almoço. Jantar então, nem se fala. Estou indo comer na casa da minha mãe que fica três quarteirões para baixo e tem água. Está uma bagunça. O banheiro não tem água para a caixinha da descarga. Não tem água para lavar a roupa. Minha filha é super alérgica, está cheia de pipoca no corpo. A situação está horrível”.


Ela conta que foi ao DAEMO e ouviu que não tinham tomado providência porque não tinha ninguém reclamando e que “era só na minha casa que não tinha água”. “Ontem liguei de novo e eles me disseram que estão tentando resolver, mas se resolverão realmente a gente não sabe”, acrescentou.


Segundo ela, os vizinhos relatam que o problema ocorre há aproximadamente 30 anos. “Faz dois anos que moro aqui, então há dois anos que está esta pouca vergonha. Falta água todo dia, de segunda a segunda”, acrescentou.


VÁRIOS ANOS

A auxiliar de laboratório Patrícia Aparecida Tisatto, que tem um filho pequeno e mora no número 193 da mesma rua, embora há apenas um ano residindo no local, conta que o problema vem de muito tempo.

“Trabalho das 7 às 16 horas e chego em casa e não tem uma gota de água, nem para dar banho na criança que acabou de sair da escola, nem para a janta. Já ligamos no DAEMO, eles falam que resolverão os problemas, só que não são resolvidos”, reclama.


De acordo com ela, a água acaba por volta das 9 horas e volta somente por volta das 23 horas “que a gente vai tomar banho, se quiser tomar banho de chuveiro, se não, de canequinha”. Porém, diz que não possui um reservatório em sua casa. “Todo dia vai juntando serviço. É falta de higiene isso. Acho que a água é tudo na vida da gente”, reforça.


Mas o problema atinge também outras três ruas do bairro. A funcionária pública aposentada Maria Alice da Silva Leme, reside na rua Amadeu Gazoni, número 6, perto da avenida Alberto Oberg, conhecida por “Estrada do Baixão”.


“Agora está um absurdo, é demais. Tenho uma neta que tem problemas e tem dia que está em tempo de …, leva a um médico, para cá é poeira demais, água que não tem para tomar um banho. Você não se pode passar uma água. Minha neta tem alergia a poeira. Tem que colocar bacia com água debaixo da cama. Me dá trabalho”, diz reclamando da poeira.


A dona de casa Geni Gratão Aziani, que reside na rua João Horácio Tarantini, número 523, também é obrigada a enfrentar a falta de água na torneira, o que já fez com que perdesse um complemento em sua renda mensal.


“Lavo roupa para fora porque preciso. Sou viúva e só tenho uma pensão do meu marido porque não consegui me aposentar. Precisei parar porque não tem água e, assim mesmo, vem (nas contas) mais água para eu pagar. Faz três meses que estamos sem água”, explicou.


A falta de água atrapalha a vida também da dona de casa Aparecida Viaro, “Minha menina (filha) trabalha de segunda a segunda e não posso fazer o serviço dela. Não tenho condições de carregar balde com água. Se carregar daqui para ali chego em casa e não ando porque tenho problema nas pernas”. Ela reclama que não consegue nem pegar água para lavar o lugar onde seu cachorro urina.


PROBLEMA FÍSICO

A dona de casa Eliana de Fátima Ferreira da Silva, que reside na Antônio Benfatti, número 69, tem que cuidar de uma neta de apenas quatro meses de vida e tem problemas físicos: “não consigo ficar o dia inteiro de pé, acordar às cinco ou seis horas para poder fazer o serviço correndo”.

Moradora da rua Seno, a dona de casa Mariluci Silvestre Facchini, conta que o problema ocorre somente na parte alta do bairro. “Da minha rua para cima não tem água”, diz. Ela relata que no dia 6 chegou a telefonar para falar com o prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho, mas não conseguiu. A secretária do gabinete indicou que ligasse direto ao DAEMO.


“Liguei no DAEMO e hoje é ponto facultativo. Por quê? Por causa do folclore? Só pode, não tem outra explicação. Aqui ninguém está com ponto facultativo. Está todo mundo com a louça na pia, com serviço para fazer e sem água. Chega de tarde, o marido chega para tomar banho e não tem água”, assevera.


Quem também mora na rua Seno e vive o mesmo problema é a dona de casa Mileide Aziani: “Tenho duas crianças pequenas em casa, o de dois anos suja a roupa toda hora, tenho que sair daqui e levar na COHAB para tomar banho. Paro tudo, serviço, roupa para lavar, tudo, porque não há o que fazer sem água”.

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