16 de outubro | 2007

Moradores do “Pito Aceso” começam o novo horário de verão sem relógio

Compartilhe:

 

Dos tradicionais hábitos dos moradores do jardim São Benedito, conhecido popularmente por "Pito Aceso", um deles, que já há algum tempo não desfrutam, com certeza vai fazer falta a partir do próximo domingo (14), com o início da vigência do horário brasileiro de verão.

Há cerca de três anos e meio sem funcionar, o relógio da igreja do bairro continua sem poder dar o conforto almejado pelos moradores, principalmente os mais próximos à pracinha, que embora tenha recebido benfeitorias recentemente, ainda deixa a desejar principalmente em relação à pontualidade.

Há 21 anos morando na avenida Brasil em frente à praça, a costureira Aparecida Clara Bertazzi, de 56 anos, reclama a falta que o relógio vem fazendo e, com certeza, fará ainda mais a partir da mudança do horário. As batidas do relógio seriam um aviso da hora certa a levantar pela manhã ou mesmo preparar o jantar ainda com o sol mostrando sua cara.

"Faz falta", definiu ela lembrando a utilidade do relógio para quem, às vezes, tem pouco tempo e leva uma vida bastante corrida e mesmo para quem tem um entretenimento, como, por exemplo, esteja vendo uma novela na televisão.

O relógio é considerado por Clara Bertazzi não apenas para marcar a relação de tempo e a atividade das pessoas. "Serve para tirar o estresse até para qualquer pessoa que esteja passando pelo local. Mesmo a gente estando a fazer alguma coisa já sabe o horário", comentou.

Mais novo nas redondezas, o motorista aposentado Sebastião Soares, de 67 anos, que também reside em frente à praça há dois anos, mesmo sem ter conhecido o relógio em pleno funcionamento a falta que faz é ressaltada.

Um relógio traz a comodidade tanto para quem tem que sair para algum lugar, quanto para quem pretenda ficar em casa. Neste caso, aponta Soares, que sem a tradicional máquina do tempo da igreja às vezes as pessoas têm que levantar da cama de manhã.

Seria o caso contrário se o relógio estivesse funcionando normalmente, "porque o próprio relógio bate e a gente fica sabendo que horas são".

Para o carpinteiro Sérgio Januário Pereira, 66 anos, que reside no lado da rua Silva Jardim desde 21 de setembro de 1971, a inatividade do relógio tem feito muita falta. A hora do dia, destacou, todo mundo tem que saber seja qual for o motivo. "Ou por uma coisa ou por outra sempre tem que saber a hora", acrescentou.

O relógio, de acordo com as explicações dadas por Antônio De Nadai, que foi coordenador da comunidade pelo período de 10 anos e que participou ativamente da construção do templo, não estava marcando as horas com precisão e necessitando de reparos.

Mesmo concluído em 1965 – o templo começou a ser construído em 1958, portanto há cerca de 49 anos – somente depois de vários anos e depois de algumas reformas no edifício passou a contar com o relógio em sua torre.

O relógio é de tamanho grande e além das engrenagens para marcar horas tem outra máquina que gera os badalos nas horas. Quando marca a hora cheia, principalmente, ligava o amplificador para marcar. A máquina necessita de corda mecânica semanal.


 

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas