28 de julho | 2008

Morte de mulher na Sta. Casa reforça situação caótica da saúde de Olímpia

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A morte de uma mulher de 49 anos de idade na Santa Casa de Olímpia, neste final de semana, acaba por reforçar a situação caótica do setor de saúde no município de Olímpia, que leva a população ao desespero quando necessita de atendimento médico. Neste caso, a mulher enfartada não resistiu e acabou falecendo.

O fato acabou virando mais um caso de polícia e envolveu a médica Maria Jacob, de 27 anos de idade, que reside no bairro São Manoel, na cidade de São José do Rio Preto, e o marido da mulher, o montador Mário Augusto Santos de Jesus, de 35 anos de idade, que reside no Jardim Tropical I, zona oeste da cidade de Olímpia. A médica era responsável pelo atendimento à esposa do montador, Zilda Gonçalves Marques, de 49 anos de idade, que estava enfartando.

De acordo com a ocorrência registrada na noite do sábado, dia 26, por volta das 19h40, ao exigir soluções rápidas, o montador acabou invadindo a sala de emergências do hospital e agredindo, com empurrões, a médica e, com um soco nas costas, o segurança do hospital, Alessandro Roberto da Silva, que reside no Jardim Luiz Zucca, conhecido por Cohab II, em Olímpia.

A esposa do montador não resistiu e faleceu e, quando ele foi informado do óbito da mulher, começou a promover desordens dentro do hospital. Ele foi contido pelos seguranças e pela Polícia Militar, que também foi acionada.

O montador alega que acompanhava a esposa e chegou ao hospital por volta das 18h30, com a mulher sentindo fortes dores no peito e foi atendida por uma enfermeira depois de 10 minutos.

Mas justifica que quando o estado da esposa piorou, a enfermeira avisou que a médica demoraria mais um pouco. Depois, segundo relatou à polícia, uma outra mulher, que não soube identificar se enfermeira ou não, pediu que calasse a boca e ficasse calmo.

Já no início da manhã da segunda-feira desta semana, dia 28, quando uma notícia era divulgada na rádio Difusora AM, uma outra mulher telefonou à emissora se identificando como sendo a dona-de-casa, Lucélia Bento, que reside no Jardim Menina Moça II, zona leste da cidade de Olímpia, informando a situação de caos que o hospital viveu no início da noite do domingo, dia 27.

Outra paciente
Lucélia contou que estava no hospital no momento em que acontecia o atendimento da esposa do montador. Ela, que já havia ido até lá no sábado, voltava em busca de novo atendimento por não ter sentido melhoras. Ela estava com dores no peito e pressão arterial elevada.

“Tinha mais cinco pessoas com pressão alta. Um quadro difícil e uma médica só para atender. Não culpo a Santa Casa por isso. Não culpo ninguém. É muito triste o que aconteceu. Poderia ter acontecido comigo porque eu não sabia se estava enfartando ou não. É muito triste ver tanta gente sem atendimento, sofrendo, porque quem está lá é porque está com problema e, no final de semana, quem não tem dinheiro para pagar uma consulta depende da Santa Casa”, disse a mulher.

A mulher acrescentou: “Eu passei muito mal de ver aquela situação, porque não morreu só essa senhora, morreu um senhor também ele chegou morto. É muito triste estar ali, naqueles corredores, vendo todo mundo sofrer, sem ter dinheiro para pagar uma consulta”.

No entanto, declarou que foi atendida, mas que entende a revolta do montador: “Quando acontece essa coisa, principalmente, quando uma pessoa vem a óbito, é muito triste tanto para quem está atendendo, quanto para uma pessoa da família. Senti muita pena desse senhor. Qualquer um se revoltaria, mas infelizmente, é o caos que está acontecendo na Santa Casa”.

A provedora da Santa Casa, Helena de Souza Pereira, em entrevista às emissoras de rádio, negou que tivesse acontecido omissão de socorro, inclusive evocou o testemunho da filha da mulher, de nome Cibele.

“Ela deu entrada no hospital às 19h05 e foi atendida imediatamente”, afirmou Pereira. A mulher, segundo relato da provedora, faleceu enquanto estava em pleno atendimento médico. “Ela deu entrada às 19h05 e às 19h10 já estava sendo feito o segundo exame”, acrescentou.

Ainda de acordo com a provedora, às 19h15 foi solicitada à entrada da mulher para tratamento na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). “Desespero dele (o marido), entrou na sala (para desentubar a mulher) e ninguém conseguia conter. Tenho certeza que a hora que acalmar ele vai reconhecer. O atendimento foi normal”, garante.

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