22 de julho | 2012

Pai acredita que houve negligência em morte de bebê na Sta Casa

Compartilhe:

O autônomo Rodrigo das Graças Albino (foto) declarou para a reportagem desta Folha na quinta-feira desta semana, dia 19, que acredita que houve negligência no atendimento prestado na Santa Casa de Olímpia, na morte do bebê que ainda estava no ventre de sua esposa, Ana Paula de Oliveira. No entanto, disse que aguardará o laudo pericial solicitado para ter certeza de qual foi o motivo da morte da criança.

“Pode sim, com certeza. Eu acredito porque estava sendo bem acompanhado pelo dr. Rogério, até quinta-feira (11) estava excelente, mexia todos os dias, o coração batia normalmente, quando foi na sexta-feira (13), ela (mãe) passou na Santa Casa, a coisa já mudou, modificou totalmente”, disse.

O caso foi registrado na Delegacia de Polícia de Olímpia pelo delegado Marcelo Pupo de Paula, como comunicação de óbito por solicitação do próprio hospital. Segundo o que foi apurado inicialmente pelo investigador Lourenço, o feto era do sexo masculino, branco, com 38 semanas de gestação.

Apurou também que a gestante deu entrada no Pronto Socorro da Santa Casa na data na tarde da quarta-feira desta semana, dia 18, por volta das l4h50, sendo internada aproximadamente duas horas depois, por volta das 16h48.

“(…) e após cesárea realizada pelo médico que realizou seu pré-natal, Dr. Aparecido Martinez, que constatou que a criança havia nascido morta, sem batimentos, isso por volta das 19h18 da mesma data”, consta em trecho do registro feito na Delegacia de Polícia.

MEDICAMENTO MINISTRADO

De acordo com Rodrigo Albino, na sexta-feira da semana passada, dia 13, Ana Paula sentiu dores (cólicas) e foi levada à Santa Casa, onde uma médica, que ele não soube informar o nome, havia esquecido, receitou amoxilina 500 miligramas. O casal percebeu que bebê parou de mexer, mas pensavam que era uma situação normal.

“Ela comentou comigo em casa, para mim era comum. Aí quando foi na quarta-feira (18) nós viemos para ela fazer o pré-natal e não conseguiram ouvir o coração do neném. Aí a transferiram para a Santa Casa e lá também não conseguiram ouvir o coração dele. De lá foi a clínica para fazer a ultrassom que constatou que ele estava morto desde sexta-feira”, contou Rodrigo Albino.

Para ele, depois de ingerir o medicamento indicado pela médica que a atendeu na sexta-feira, Ana Paula começou a ter complicações na gravidez, o que não tinha ocorrido durante todo o tempo de gestação.

Esse bebê seria o segundo filho do casal. Rodrigo conta que antes do primeiro filho, que já está com três anos de idade, a mulher sofreu dois abortos involuntários e teve de fazer um tratamento. “Esse era o segundo e já estava para nascer”, lamenta.

Ainda segundo ele, no dia em que a mulher foi atendida pela primeira vez, na sexta-feira da semana passada, não foi sugerida uma cesariana para o bebê nascer naquele dia. Embora, tudo estivesse sendo feito pelo SUS, ele não se importaria de pagar pelo procedimento médico. “Não sugeriu nada para nós, porque se tivesse pedido para  fazer uma cesárea a gente tinha arrumado o dinheiro e feito”, asseverou.
 

Diretor clínico do hospital diz que morte foi fatalidade

O diretor clínico da Santa Casa de Olímpia, Nilton Roberto Martines (foto), na tarde de sexta-feira, classificou o caso do nenê que nasceu morto no hospital na quarta-feira desta semana, dia 18, depois de a mãe Ana Cláudia de Oliveira ser atendida no pronto socorro do hospital na sexta-feira da semana passada, dia 13, como uma fatalidade que está sujeita a acontecer.

De acordo com ele, “a mãe estava com 37 semanas e meia de gestação e com um pouquinho de dor. Foi feita uma avaliação pela médica Gueila Recco, fez todos os procedimentos corretamente, todos os exames que normalmente o hospital faz nestes casos e não foi apresentado problema nenhum. Então a médica liberou a mãe para esperar chegar no tempo certo de nascer que é de 39 semanas e meia a 39 e pode chegar até 40 semanas.

Nilton fez questão de frisar que todos os exames que foram realizados mostravam que estava tudo normal. A gestante foi dispensada com orientação e o procedimento foi baseado em avaliação médica e mais os exames necessários. “Agora, infelizmente acontece, mas ninguém se conforma com isso, mas o hospital fez tudo corretamente”, finalizou.
 

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas