30 de março | 2009

Pedófilos vêem em crianças objetos de auto-afirmação

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 Para a psicóloga comportamental e cognitiva, Daniela Cristina Depieri Branco, as pessoas que praticam crimes de abuso sexual, no caso a pedofilia, enxergam as crianças como objetos de prazer, muitas vezes usando o ato para se auto-afirmarem. "Acredito que seja um objeto que ele usa para poder se satisfazer ou se auto-afirmar e, em alguns casos, até para se promover", afirmou em entrevista que concedeu à reportagem desta Folha da Região.

"Diversos são os motivos que levam uma pessoa a fazer um estrago desses, tanto para ela, quanto para a criança. Pode ser desvio de caráter, como também pode ser realmente uma patologia ou, simplesmente, um desvio de conduta, uma auto-afirmação", acrescentou. Mas pode ser também uma pessoa que foi molestada na infância e sem receber o tratamento adequado carrega a situação para a vida adulta.

Depieri Branco explica que por ser um desvio de comportamento ou de caráter, o pedófilo precisa ser tratado na íntegra, principalmente, descobrindo porque começou a praticar: "A partir dessa descoberta é que podemos tratar e mudar o comportamento dessa pessoa".

Ela orienta aos pais que enfrentam o problema a denunciarem: "Por isso a importância de ser amigo e companheiro dos filhos, para que os filhos tenham confiança de contar o ato aos pais, denunciar à polícia e procurar atendimento o mais rápido possível".

As crianças vítimas de pedofilia precisam de acompanhamento emocional, "porque gera um trauma muito grande nas vidas delas, tanto emocional, quanto psicológico, que podem (as crianças) vir a ser um futuro pedófilo. Por isso a importância de estar cuidando desde o início desse acontecimento".

Porém, o tratamento mais complicado é o do pedófilo, porque já tem um caráter formado, geralmente por ser adulto: "já tem uma personalidade e um desvio bem acentuado, então é bem mais difícil e complicado mudar a atitude ou o comportamento de uma pessoa, do que tratar suas emoções".

Um caso que ela cuidou, a criança não chegou ser vítima do ato sexual, mas foi apenas molestada dentro da própria casa. De acordo com Daniela Branco, a mãe percebeu e levou a criança que já estava em um processo de não falar com ninguém. "Tinha medo de chegar perto das pessoas, mas com cinco meses de atendimento ela estava um pouco melhor e já está até freqüentando a escola", finalizou.

 

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