Embora o tom de brincadeira em relação à chamada "Lei Seca" ainda perdure, principalmente em cidades do porte de Olímpia, o fato é que na Pizzaria Miranda a redução na comercialização de bebidas alcoólicas já foi percebida pelo proprietário, o pizzaiolo José Roberto Miranda (foto).

De acordo com ele, a redução no consumo de cervejas já caiu cerca de 10%, enquanto que as bebidas destiladas, ou mesmo vinhos, por exemplo, a queda já está entre 30% e 40%. "Os destilados são um pouco mais fortes", comenta.

Porém, Miranda não tem escutado queixas de seus clientes por causa da lei. Pelo contrário, o que mais escuta são gozações em cima de possíveis situações que podem ocorrer caso uma fiscalização dotada de bafômetro, seja encarada por um motorista. "Olha, cuidado, os homens estão na rua, a lei seca está ai", é o que mais escuta.

Embora brinque bastante, Miranda não deixa de atribuir a seriedade necessária à lei implantada com a finalidade de, pelo menos, diminuir a intensidade dos acidentes de trânsito envolvendo pessoas alcoolizadas: "Está certo, a lei está ai e vamos respeitar porque a lei foi feita e vamos cumprir".

Por ouro lado, vê dificuldades, até pelo que classifica de "motorista é meio teimoso" para implantar um atendimento que possibilite levar seus clientes para casa depois de beberem um pouco além da conta permitida pela lei.

"O motorista é meio teimoso. A pessoa quer ela mesma dirigir seu carro, tem ciúmes de seu carro. Eu já mais pegaria. Se eu tomasse uma ou duas cervejas chamaria outro motorista para me levar em casa. Essa parte que eu acho ridícula", comenta.

Por enquanto, conta Miranda, ainda não está sentindo esse tipo de problema por causa dos efeitos da lei. Ele explica que as pessoas tomam uma ou duas cervejas e saem normais com os carros delas. "Mas se for necessário levarei sim", reforça.

Miranda afirma que a medida implantada é necessária para o país. Mesmo no caso dele que gosta de beber uma ou duas latinhas de cerveja todo dia, entende que ajudará a reduzir pelos menos em 10% os acidentes de trânsito. "Fica injusta comigo", brinca.

Mas entende que tanto a rigidez estipulada, quanto a forma de aplicar a lei, podem ser consideradas grosseiras (sic): "porque há muitas pessoas que tomam uma ou duas cervejas por dia não para ficarem alcoolizadas, mas para sentir o paladar da bebida".