30 de maio | 2011

Provedor diz que não falta atendimento e que erros médicos deverão ser apurados

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O provedor da Santa Casa de Olímpia, comerciante Marcelo Elias Najen Gallette, disse na quinta-feira desta semana, dia 26, que não houve e não há falta de atendimento a nenhum dos pacientes que procuram pelo hospital.


Disse também que qualquer possibilidade de erro em diagnósticos de algum médico será apurado. Afirmou também que está colaborando com o Ministério Público.


As afirmações (embora demonstrando bastante insegurança no que falava e, algumas vezes até chegando a falar pausadamente para pensar muito bem no que dizer) foram feitas à rádio Menina AM no decorrer desta semana possivelmente com a finalidade de justificar as três mortes de pacientes registradas nos últimos 40 dias.


“Dentro da conduta médica eu não sou médico para dizer se estava certo ou errado. No prontuário, não posso divulgar, mas até onde li, toda aquela base de urgência que é feita de exames, me parecem todos estarem corretos. Não posso dizer se está certa a conduta ou não. No caso desse senhor que faleceu e estava com atestado, a promotoria …. é … já foi solicitado pela Delegacia de Polícia e o prontuário já foi encaminhado e vão abrir a investigação para analisar”, tentou justificar.


Como se recorda, a última morte foi do faxineiro Luiz Carlos Rurali, 50, que sofreu um infarto fulminante – enfarto agudo miocárdio – poucas horas depois de receber da médica plantonista Mariana Stanford C. Jacob, atestado comprovando perfeito estado de saúde para o trabalho.


Além dele, também provavelmente por causa de diagnóstico errado, faleceu a aposentada Arlinda Antônia da Silva, 84, que foi o primeiro caso no dia 24 de abril, e a dona de casa Fernanda da Silva Santos, de 29 anos, este provavelmente por falha no atendimento no pronto socorro do hospital.


Sem deixar de citar os problemas financeiros da Santa Casa, o que não justifica, Gallette disse: “Quanto a essas notícias que está sendo veiculadas de que pessoas teriam morrido por falta de atendimento, desde já digo que é mentira. Atendimento todos estão tendo e não deixam de ter”.


“Chegam e são atendidos. Corre-se a fila como sempre aconteceu e é atendido. O plantão de retaguarda funciona e é até importante frisar que os médicos à distância que ficam, são os mesmos de 30 anos atrás, 15 anos atrás”. Citou que Nilton está há 30 anos, Pituca há 25, Roberto, 22, “todos médicos que sempre trabalharam na Santa Casa”, reforçou.


No entanto, garante que todos os casos, pelo menos os reclamados na justiça e na polícia civil locais tem que ser e serão apurados, pela Santa Casa, através de procedimentos internos e, pelos órgãos competentes como a Promotoria Pública local. “O que nos é solicitado pela promotora para averiguar é encaminhado para a promotoria”, garante.


MEDICINA MODERNA


Aparentemente até exagerando nas explicações, o provedor chegou a comparar os exames realizados durante o atendimento do plantão, aos que ocorrem em clubes de futebol, semanalmente em seus Centros de Treinamentos (CT).


E segundo ele, mesmo assim não há segurança para os atletas: “a gente viu recentemente, de seis meses para cá, dois jogadores faleceram jogando bola e eles faziam esses exames iguais aos da Santa Casa toda segunda-feira, no CT de treinamento eram atletas”.


Até por essa análise pede para que seja esperada a conclusão das investigações: “acredito que não houve erro de conduta médica. A doutora que atestou a viabilidade de trabalho desse senhor está na Santa Casa há cinco anos. Então, vamos aguardar. Já foi encaminhado tudo para os órgãos competentes e vamos ver o que determinam. Eles vão solicitar, creio eu, ao CRM que faça a análise”.


Porém, o provedor apresenta outra justificativa: a falta do Instituto Médico Legal (IML). “Se tivesse o IML tudo isso seria mais fácil. Quando acontece um caso desse a gente encaminha e o IML atesta direito, de fato e exatamente qual a causa morte do paciente”, aventou.


“Mas como não temos aqui em Olímpia e Barretos não recebe fica complicado e ai demanda toda essa investigação futura. Mas os médicos que prestam serviço na Santa Casa hoje (plantão de portaria), são os mesmos de a cinco anos”, reforçou.


Até mesmo no caso do plantão de disponibilidade, caso dos médicos que ficam à distância e vão ao hospital somente quando acionados, embora confirmando que não estejam recebendo suas remunerações, afirma têm prestado os atendimentos necessários.


“Os médicos vão atender. Há seis especialidades que a complexidade exige: cirurgia geral, clínica médica, ortopedia, pediatria, ginecologia e obstetrícia, e anestesia. Então, nessas seis especialidades temos uma escala montada todos os dias. Isso fica fixado tanto no centro cirúrgico quanto no pronto socorro do hospital, para acionar aquele profissional que está de retaguarda no dia. Está funcionando normalmente, não tem nenhum problema, apesar de não estarem recebendo o pagamento em dia e isso é fato conhecido de todos”, disse ainda.


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