26 de outubro | 2014

Racionamento começará na segunda-feira se não chover bastante no final de semana

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A situação gerada pela mais perversa estiagem da história de Olímpia chegou ao extremo mais preocupante. Por isso, embora afirmando que as previsões de chuvas são boas, de acordo com o diretor da Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente – Daemo Ambiental, Antônio Jorge Motta, caso não chova bastante o suficiente para melhorar o volume de água principalmente do córrego Olhos D’á­gua, o racionamento do for­necimento começará já na próxima segunda-feira, dia 27.

A informação foi passada no final da manhã de sexta-feira, dia 24. Confirmando o que já havia divulgado dias atrás, Mota entende que o problema chegou ao extremo do que poderia ser suportado. “Se não chover (no final de semana) não tem mais como não racionar”, enfatizou a ser questionado a respeito.

Entretanto, antes, na terça-feira, dia 21, Mota já indicava que já estaria “racionando” a captação por causa do volume de água que tinha à disposição. “A gente tem controlado de forma metódica a abertura de registros. O fechamento de reservatórios. A gente tem desligado, por exemplo, a captação do Olhos D’água para esperar o rio se recuperar”, afirmou durante uma entrevista que concedeu à imprensa local.

Foi nessa oportunidade que já falava em planejamento para dar início ao racionamento do fornecimento de água: “Infelizmente é verdade. A gente já está planejando o racionamento de água pela falta das chuvas que está acabando com o ribeirão Olhos D’água”.

Já esperando uma boa quantidade de chuvas constantes para resolver o problema, o diretor avisava também da necessidade do uso racional da água acabando com o desperdício, o que geraria boa economia por parte do consumidor: “Está crítico. Estamos com níveis reais dos riachos e reservatórios, todos no limite mínimo”.

Mesmo assim Mota ainda descarta por ora o racionamento nas torneiras dos consumidores. Mas avisava que o local mais prejudicado será a região central da cidade, que é servida pela ETA do Jardim Toledo: “Essa vai ser a parte mais prejudicada sem sombra de dúvida”.

“A maioria dos bairros tem os poços que também estão operando com limite mínimo de água. A gente está sofrendo. O que se vê na superfície do rio a gente também está sofrendo nas profundezas dos poços. A água realmente está desaparecendo. É preciso que a população nos ajude”, acrescentou.

De acordo com o diretor, a Daemo que captava 253 mil litros de água por segundo do rio agora está captando apenas 165 mil. “Para ter uma ideia do desespero que a natureza está nos causando. Hoje estamos operando com 40% da nossa capacidade”, estimou.

Diretor é contra dar desconto para quem  economizar água

Enquanto é a favor de aplicar multas aos consumidores que desperdiçam água, por outro lado o diretor da Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente – Daemo Ambiental, engenheiro Antônio Jorge Mot­t­a, é contra a aprovação de uma lei que preveja desconto no valor das contas para o consumidor que economizar água. Seu posicionamento foi feito quando questionado a respeito de um Projeto de Lei que estava para ser encaminhado pelo prefeito Eugênio José Zuliani à Câmara Municipal de Olímpia.

A proposta do prefeito a­tende uma indicação do presidente da Câmara, Hum­berto José Puttini, para que seja concedido 20% de desconto para quem, em seis meses, economizar 20% no consumo de água.

“Enquanto gestor da Da­emo, tenho como incumbência gerir a Daemo. Não acredito que se consiga cons­ci­entizar um adulto. Você consegue sensibilizar adulto e conscientizar crianças. Quanto a dar desconto para quem economizar água não vejo sentido porque acho que é obrigação do cidadão”, afirmou.

A afirmação foi feita durante uma entrevista que concedeu recentemente à imprensa local, na qual Mo­t­ta acrescentou: “Não me sinto à vontade, particularmente, de pagar para o cidadão economizar um recurso natural que está escasso e que ele sabe disso”.

“A minha posição, nesse caso, é a de não incentivar economia nenhuma, porque isso é questão de cidadania, educação, cultura. Acredito que o povo daqui é inteligente o suficiente para não precisar de incentivo financeiro nenhum para exercer a defesa da natureza”, acrescentou.

Entretanto, avisa que não poderá ferir uma lei caso ela venha a ser aprovada: “mas, o que for transformado em lei, tem que ser cumprido. Porém, não acredito que o vereador ou o prefeito queiram prejudicar em nada, nem ninguém com esta me­ta. O que for lei nós acatamos. Só coloquei aqui a minha opinião, pessoal. Até porque tem aqueles que já economizam, por questão de consciência, de bom senso, e o fazem de graça”.

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