26 de dezembro | 2011
Santa Casa pode ficar sem ortopedistas dia 1.º de janeiro
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A Santa Casa de Olímpia poderá ficar sem médicos ortopedistas a partir do dia 1.º de janeiro de 2012, caso não ocorra ao menos um acordo e bem costurado, entre os profissionais que atendem o plantão à distância e a direção do hospital.
Essa possibilidade foi confirmada no final da manhã desta sexta-feira, dia 23, pelo médico Márcio Henrique Eiti Iquegami, um dos responsáveis pelos atendimentos da área. Além dele, o hospital conta com o serviço de outros três profissionais e todos estariam com a mesma intenção.
No entanto, Márcio Iquegami não elencou os motivos que os levaram a essa decisão, mas citou que são várias razões. “São vários motivos. O principal é que não tem conversa entre a diretoria e o corpo clínico. O Dr. Mário gosta muito de se expressar por cartinhas”, disse.
De acordo com Iquegami há muitos problemas que não são resolvidos, principalmente por falta de diálogo. Um desses problemas, segundo ele, é que os equipamentos do centro cirúrgico não estão em condições de garantir o bom resultado de uma cirurgia. “Estão sucateados. Estão se acabando e ninguém repõe”, reclama.
O médico explica que não se pode colocar em risco a vida e a segurança de um paciente e nem mesmo o nome do profissional médico que estará atendendo na situação em que o centro cirúrgico se encontra. “Não é dinheiro, não é falta de pagamento. Não é nada disso”, assevera.
Mas reitera que é preciso parar de falar que o problema da saúde é o médico e não tomar as providências necessárias. “O problema da saúde não é o médico, mas a falta de dinheiro e de condições de trabalho”, afirma.
Sobre a falta de dinheiro Iquegami acrescenta que ele é necessário para repor os equipamentos cirúrgicos. Uma reposição que segundo diz não é feita há muito tempo prejudicando o trabalho dos médicos.
Pacientes serão encaminhados para os hospitais de referência
Procurado por esta Folha na tarde de sexta-feira, o provedor da Santa Casa, advogado Mário Francisco Montini (foto), explicou que uma possível paralisação dos ortopedistas a partir do dia 1.ª de janeiro fará com que pacientes que chegarem ao hospital com traumas de ossos sejam encaminhados para hospitais de referência da região.No entanto, Montini diz que não acredita que ocorra essa paralisação anunciada, segundo ele, mais uma vez. “Não sei se eles vão fazer isso. Se eles fizerem terá consequências. Já é a quarta ou quinta vez que eles fazem isso. Estamos aguardando se eles vão fazer agora”, comentou.
Porém, disse que ainda não foi comunicado oficialmente sobre a questão. Até por isso ainda não fez nenhum comunicado para a Secretaria Municipal de Saúde. “Se eles não voltarem vou fazer um ato administrativo comunicando que não faz mais esse atendimento e ai comunico a secretária”, explicou.
De acordo com Montini não haverá problemas para o hospital caso a paralisação desse atendimento seja confirmada. “Vamos cortar o serviço e não tem problema nenhum suspender”, avaliou.
Segundo ele, quando chegar um paciente com trauma de osso ao pronto-socorro será realizada “a estabilização, o que precisar e vai embora. Vai para outro lugar igual faz com casos de neurologia, com problemas de coração”.
Mas explica que ainda não tem como informar para qual hospital ou para qual cidade esse paciente será encaminhado. A definição de qual hospital dependerá de qual será o centro de referência indicado, pode ser Barretos, Bebedouro.
Já no caso de pacientes conveniados, será o convênio que decidirá para onde e qual o hospital será encaminhado. Por isso, se depreende que sem esse atendimento já é certo que esse paciente ficará longe de seus familiares.
Mas o provedor ameaça jogar duro com os médicos, também caso essa paralisação seja confirmada, ou seja, se deixarem de atender o pronto socorro. “Agora, se não fizer SUS aqui, não vai fazer nada. Nem particular”, ameaça.
Sobre os motivos dessa decisão dos ortopedistas Montini apenas disse que “eles estão prevendo que não vão receber no ano que vem. Estão pressionando, mas não vai mudar nada. Estão enganados comigo”.
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