30 de agosto | 2009

Sem Thermas cidade viveria verdadeiro caos econômico

Compartilhe:

Mesmo que sem dados oficiais que possam ser avaliados depois de uma pesquisa científica, como, por exemplo, as que são levadas a efeito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mas, principalmente pelas observações coletadas pela reportagem desta Folha, na tarde da sexta-feira, dia 28, pode se depreender que sem as atividades do Parque Aquático Thermas dos Laranjais, em toda sua plenitude, contando com as atrações que dependem exclusivamente das águas quentes, a cidade de Olímpia poderá viver um verdadeiro caos econômico.

Uma das avaliações que leva a esse pensamento é resposta do comerciante Paulo Eduardo Castro Bonini, proprietário do Hotel Mu­­nicipal, ao avaliar a importância das atividades do clube. Mesmo reconhecendo não ter um pa­râ­­metro “tão correto” (sic), ele afirma que pelo que tem conhecimento dos investimentos que estão sendo realizados em hotéis e pousadas, enfim, no comercio de maneira geral, a situação atual está mexendo com aproximadamente 40% da população da cidade. “Eu diria a você que é uma cidade de 50 mil habitantes e acho que umas 20 mil pessoas, diretamente ou indiretamente, es­ta­vam dependendo do Thermas dos Laranjais”, avaliou.

Para ele, a persistir essa situação durante um longo período dei­xará os muitos estabelecimentos do ramo hoteleiro, principalmente, com grandes dificuldades para sustentar os negócios. Além disso, em razão da quantidade de leitos que cresceu bastante nos últimos anos, até mesmo ou até principalmente, os pequenos comércios sentirão a ausência de negócios sem as águas quentes do Thermas.

“Acho que haverá muitas dificuldades e com certeza, vai aumentar um desemprego na cidade. Você não tem movimento, então já começa por aí. Não posso te falar de fechamento de estabelecimentos, o que pode até acontecer porque fizeram muitas pousadas, mas terá uma grande dificuldade”, comentou.

Para a proprietária do Hotel Olímpia, Iraci Ribeiro Flores, as atividades do Parque Aquático representam tudo para a cidade. Ao comentar a questão ela já demonstra a preocupação que tem: “Se parar o Thermas, nós esta­mos…, é difícil. É caótico”. “A população vai sofrer muito porque vai ter desemprego. Os donos dos hotéis, principalmente, vão ter que despedir todo mundo”, acrescentou.

ROSCA SEM FIM

Um verdadeiro espiral é o que na verdade vem acontecendo em Olímpia. Grande parte do comércio e muitos outros setores pres­tadores de serviços tem uma ligação quase que umbilical com o clube. “Acho que direta e indiretamente, a economia da cidade gira em torno do Thermas e da usina”, observa Janaina Demé­trio Manoel Ferranti, proprietária do Hotel Villa Rebellato.

Ela explica que além do hotel, tem também uma casa de carnes que, inclusive fornece produtos para os outros estabelecimentos do ramo hoteleiro, além de muitos turistas que também procuram o local para comprar alguns produtos.

Porque se não voltar até o dia 15 vai ter desemprego e, se o meu funcionário perder o emprego, automaticamente ele vai consumir menos, vai deixar de comprar roupa, de gastar mais no supermercado. Então, é evidente que a cidade inteira vai sentir”, reforça.

A cada opinião que analisa a seriedade do problema aumenta mais. O gerente do Olímpia Re­sor­ts, Esio Afonso, avisa que há muita coisa envolvida na questão, até mesmo a consolidação da cidade como um grande evento turístico. A situação atual trabalha contra todo o projeto de mar­ke­ting estabelecido anteriormente.

“Até a gente conseguir reverter e trazer os turistas de volta, tem que se começar tudo de novo”, fala da propaganda negativa gerada pela interdição dos poços de águas quentes.

Quem também vê a cidade vivendo em função do clube é Maria Beatriz Gandin, pro­prie­tára dos Hotéis Fênix Flam­­boyant. “Acho que vai gerar um caos na cidade porque haverá o efeito cascata no qual um vai deixar de pagar o outro, que deixa de pagar outro. Enfim, será um grande problema”, enfatiza.

Já Maria Augusta Paschoal, gerente do Thermas Park Hotel, embora alegando não saber até que ponto influirá, diz que o clube é o grande atrativo da cidade e gerador de emprego e renda para a maior parte da população. “Até que ponto vamos conseguir superar essa dificuldade eu não sei falar ainda”, explicou.

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas