Um sobrinho do segundo secretário da mesa diretora da câmara municipal de Olímpia, vereador José (Zé das Pedras) Elias Morais, que teria prenome José Wilson, invadiu uma das duas casas que ainda estavam desocupadas no jardim Augusto Zangirolami – Conjunto de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU) – que teve as unidades construídas pelos próprios mutuários através do sistema mutirão e entregues recentemente pelo prefeito Luiz Fernando Carneiro. A invasão aconteceu na quarta-feira (28 de março).

A informação surgida a partir da reclamação da família que estava se sentindo prejudicada, foi confirmada no início da tarde da sexta-feira (30 de março), pela secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento social, Maria Cristina Reale Thereza.

De acordo com ela, embora não confirmasse totalmente a informação inicialmente divulgada de que se tratava de um funcionário da empresa do vereador, um segundo imóvel também foi invadido. No entanto, negou que as invasões tivessem sido ordenadas pela autoridade do município.

Numa entrevista que concedeu à Rádio Difusora AM, a secretária explicou que recebeu a informação das invasões das duas unidades e foi até o local verificar e que as invasões não tinham sido concretizadas: "a pessoa tinha entrado, mas tinha saído, não permaneceram nas unidades", definiu. Por isso, providenciou a troca das fechaduras das portas das unidades.

Entretanto, dizendo ter ficado surpresa, informou que em seguida, durante a noite, as pessoas retornaram às casas e, tirando o telhado, entraram nas duas unidades novamente fazendo a troca outra vez das fechaduras de maneira irregular. De acordo com ela, uma das unidades fica na rua João Pereira dos Santos e a outra da rua Projetada 4.

Embora a imprensa não tenha localizado qualquer boletim de ocorrência policial, a secretária disse que o fato foi comunicado à polícia que a informou ainda não saber como proceder numa situação dessas.

"A gente entrou em contato com o tenente Duran pra ver qual o encaminhamento, inclusive com a CDHU, porque na verdade aí as providências têm que partir da própria CDHU em relação a esta questão. A gente está tomando as providências necessárias para a regularização dessa questão", explicou.

Duas casas

As duas unidades que ainda não haviam sido ocupadas pelos mutuários e foram nesta semana invadidas, são de famílias que estão ainda com documentação pendente. "Por isso a CDHU não tinha liberado essas duas unidades ainda e como estavam desocupadas essas pessoas invadiram", reforçou.

Sobre as invasões explicou que está aguardando orientações do Poder Judiciário e da própria CDHU. Porém, garante que todas as providências necessárias para solucionar o problema serão adotadas.

Perguntada sobre quem seriam as duas pessoas que invadiram, disse saber apenas a origem de José Wilson: "eu tenho essa informação. É (parente) de uma autoridade, de um vereador, essa pessoa, do qual também está conosco. Ele também está contribuindo, já coloquei ele a par da situação, que é o senhor José Elias de Morais. A gente já fez contato com ele e ele também se dispôs estar colaborando conosco pra que a gente faça contato com o José Wilson de forma amigável".

Questionada se a outra pessoa seria ao menos funcionário da empresa do vereador, respondeu: "se eu dissesse que eu sei quem é o outro, eu estaria mentindo e não seria correto da minha parte. Eu não sei quem é a outra pessoa que invadiu a outra unidade. Até agora só tenho conhecimento do José Wilson".

As providências para a solução do problema, segundo a secretária, embora dependa de ações promovidas pela CDHU, não devem demorar a surtir efeito desejado.

"É uma questão de tempo. Pode até ser que demore uns dias, mas ele vai estar respondendo por todo esse processo. Por toda uma atitude incorreta, que na verdade ele está tomando posse daquilo que não lhe pertence", finalizou.

Até pelo menos no final da tarde da quarta-feira (04) desta semana não foi possível obter informações sobre a situação atual das duas casas invadidas. Ontem, dia cinco, por ter sido decretado ponto facultativo municipal não teve como pelo menos tentar obter informações junto a secretaria municipal.