15 de fevereiro | 2022

TV Record mostra projeto que facilita inclusão de turistas com autismo no Thermas em Olímpia

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A TV Record de Rio Preto dedicou mais de cinco minutos dentro do programa Balanço Geral, da última segunda-feira, 14 apresentado pelo olimpiense Sandro Pires, para mostrar um novo projeto que está sendo desenvolvido pelo Thermas dos Laranjais de Olímpia, visando facilitar a diversão de turistas com autismo que visitam o parque aquático mais visitado da América Latina.

A reportagem mostra detalhes do projeto e os trabalhos de treinamento, que vem sendo desenvolvido junto aos funcionários para acolher pessoas com transtorno do espectro autista. O trabalho desenvolvido promete facilitar a adaptação dos turistas especiais aos diferentes ambientes do clube.

Veja a seguir a descrição da reportagem feita pelo repórter Cleber Luis, que também trabalha na emissora de Rio Preto.


Sandro Pires: Um parque aquático de Olímpia está treinando os funcionários para acolher pessoas com Transtorno Espectro Autista, o trabalho desenvolvido agora promete facilitar a adaptação dos turistas especiais aos diferentes ambientes. Veja como na reportagem do Cleber Luis.

Cleber Luis: O treinamento está sendo oferecido para cerca de 500 funcionários do parque aquático, que atualmente é o segundo mais visitado do mundo de acordo com um ranking internacional, e já chegou a receber dois milhões de turistas por ano, antes da pandemia. Com tanta gente passando por aqui, a direção passou a se preocupar com a inclusão de visitantes com algum tipo de deficiência, seja física ou intelectual. Além de recursos como piso tátil e a colocação de elevadores em algumas piscinas, a equipe está recebendo uma capacitação para acolher familiares e portadores de Transtornos Espectro Autista, que possuem alterações comportamentais, sofrem com alteração de rotina e adaptações a novos ambientes.

Patrícia Storti Abreu (psicóloga): O trabalho de inclusão das pessoas com deficiências já é algo que está dentro do nosso atendimento da nossa rotina, e todas as vezes que a gente tem a oportunidade de melhorar essa sensibilidade, de trazer mais público, é o que interessa mesmo para a gente porque para o lazer não tem diferença.

Cleber Luís: A psicóloga do parque explica a preocupação com a inclusão dos visitantes. Reflete o cuidado com o quadro dos funcionários, que também é inclusivo.

Patrícia Storti Abreu (psicóloga): Se a gente trabalha melhor com o cliente interno, reflete isso no cliente externo, que é o turista, o visitante. E a gente equipara, a gente iguala o atendimento, tanto no colaborador com ele mesmo e estendendo isso para o público geral.

Cleber Luís: Segundo a OMS, o Brasil possui cerca de dois milhões de autistas, 300 mil só no estado de São Paulo. A maioria dessas pessoas ainda sofrem discriminação e tem dificuldades para acessar diversos serviços, principalmente no turismo e na recreação.

Amanda Ribeiro (palestrante): Eu fui a um hotel, que me deu uma fichinha para preencher e nela estava; Você possui alguma necessidade especial? Eu falei; – Nossa que bacana, né?! Eles estão interessados, eu escrevi que meu filho é Autista, tem dificuldades de fala, entender comando. E aí quando eu entreguei a fichinha ela falou assim; Como ele é Autista ele não pode brincar, a gente não sabe lidar. Então, as pessoas não sabem como lidar com a criança, elas acabam excluindo.

Cleber Luís: Então, Amanda decidiu se dedicar ao treinamento de equipes para o acolhimento e a inclusão das pessoas. Ela está capacitando os colaboradores do parque aquático, que espera receber em breve o selo Empresa Amiga da Pessoa Autista.

Amanda Ribeiro (palestrante): Essas pessoas precisam realmente aprender a atender o que é o Autismo, como uma família recebe esse diagnóstico, como acolher, principalmente, como as alterações sensoriais atrapalham esse Autista dentro do parque, dentro de uma escola. Então a gente precisa de atitude, aprender a lidar, aprender a atender.

Cleber Luís: Valter trabalha como operador de caixa e até passou pela capacitação. Mas ele conhecia bem as necessidades de uma criança Autista. O filho dele de três anos foi diagnosticado com o transtorno.

Valter de Moura Júnior (operador de caixa): Tenho muito orgulho de saber que a empresa que trabalho se preocupa com a inclusão, principalmente a do Autista. Viver isso no meu dia a dia, com meu filho já sabia um pouco como identificar, mas foi válido pros meus companheiros, todos os colaboradores do parque.

Cleber Luís: Enquanto funcionário ele classifica o treinamento como uma oportunidade de melhorar o serviço prestado. Como pai ele acha importante que as organizações se preparem para essas crianças.

Valter de Moura Júnior (operador de caixa): Eu tenho muito medo, eu e minha esposa a gente tem sim, porque a gente ainda não consegue sair com ele por conta da rotina, que foge um pouco da rotina dele, ele sofre um pouquinho, mas a gente faz todas as terapias para ele conseguir acostumar ir nos locais como uma criança normal, como se comportar né.

Sandro Pires: Olha é muito importante isso, né?! Que esse exemplo seja ecoado pela nossa região e por outros parques do Brasil, os parques de Olímpia são muito importantes para o turismo regional, mas tem que ir, além disso, tem que valorizar a cada pessoa que vai lá, né? Igualdade, oferecer oportunidade, acessibilidade é muito importante. E tenho certeza que vai pelo Brasil inteiro, a gente que viaja por aí, o pessoal fala; – Ah, é de Olímpia? Poxa que bacana, eu queria ir naquele clube. Todo mundo tem vontade de conhecer. Hoje, Olímpia recebe milhões de turistas anualmente, mas tem que ter acessibilidade porque muitas vezes a família quer, mas não vem, deixa de conhecer, deixa de vir aí por um detalhe ou por outro. Então, tem que oferecer a igualdade, eu acho que é um gesto bem bacana do clube, que recebe muitos turistas, milhões. Não precisaria, falando economicamente, mas valorizar as famílias que vem ali e geram empregos, isso é oportunidade, isso tem que acontecer em todos os meios de lazer, dos estudos, na área da preparação das cidades, então é muito importante isso, bacana. Gostei muito.

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