05 de fevereiro | 2017

Wilquem, Trump, Dória, Cunha, e quem mais vier

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Do Conselho Editorial

Wilquem Manoel Neves, em que pese ter sido um dos prefeitos mais a­vançados a ocupar a prefeitura local, pela sua visão de longo alcance, premiando obras criticadas a época e que o tempo provou ter sido sensatas.

Uma delas, e talvez a que mais criou polêmicas no período foi a ponte cons­truída próximo a Câmara Municipal de Olím­pia, com vistas a desviar o Ribeirão Olhos Dágua e tentar combater as enchentes.

A ponte, como não poderia deixar de ser, acompanhando o projeto, foi construída distante do cur­­so do rio, o que deu mar­gens a seus opositores a que levassem a efeito severas críticas ao então prefeito por ter construído uma ponte no seco.

Advogado por formação, em uma das melhores faculdades da época, com discurso bem elaborado e voz potente, costumava enfeitiçar seus seguidores com sua habilidade discur­siva, tanto que ganhou o apelido de Leão do Vale.

Afora suas qualificações políticas e discursos contundentes, era favorável a alguns efeitos populistas para estar em evidência.

Socorria-se e bastante das então tradicionais visitas de surpresa à moda do que o também populista Jânio da Silva Quadros se valia.

Vez em quando uma o­bra ou secretaria eram visitados de “surpresa” pelo prefeito que veio a sentir-se mal durante uma viagem no governo do então demagogo e populista Paulo Salim Maluf.

Wilquem deixou marcas de sua administração e de seu populismo que perduram até hoje, passados tan­tos anos e a história se repete.

Porém, não parece que seja característica deste ex-prefeito, nem de Jânio, nem de Maluf, estimular ações que os colocavam em evidência. Muitos outros fizeram o mesmo, tendo, inclusive, o ex-prefeito do Rio, Cesar Maia, criado o termo factóide para se referir a estas intervenções de extremo mal gosto e que muitas vezes nada têm a ver com a realidade, sendo mais exibição de ego que ações de governo.

Donald Trump tem excedido a raia do normal em suas intervenções, deixando em polvorosa o mundo econômico que tem os Estado Unidos como norte e este tem sua liderança ameaçada no mundo em razão dos exageros de Trump.

A previsão de quedas de vendas e busca de outros destinos já preocupa o setor de turismo americano. Em razão das primeiras medidas, a indústria prevê que a possibilidade de cres­cimento diminui em razão da retaliação desenvolvida por Trump a vários países, isolando, em parte, a nação americana do mundo dos negócios.

A diplomacia brasileira já dá sinais de que poderá vir ter com o atual mandatário da Casa Branca.

Em São Paulo, o almofa­dinha mal resolvido que veio do mundo dos negócios atrelado ao televisivo parece ter transformado o cargo de primeiro mandatário da maior cidade do Brasil em um reality show de quinta categoria.

As extravagâncias são tantas que chega a parecer patetice ao cubo e vão de sentar-se em cadeiras de rodas para ser fotografado de forma a constranger até seus correligionários, a apagar grafites que tinham reconhecimento no mundo pela qualidade apresentada.

O Brasil tem presença no Guinnes em razão dos seus grafites.

E o prefeito Dória como um belo pavão vai exibindo suas plumas na tentativa de esconder seus pés horrorosos que até agora não sinalizaram que São Paulo vá dar algum passo significativo na direção do seu futuro.

Por aqui, Cunha, repete, aquece a mesma prática que é anterior a Wilquem, que teve uma certa elegância na decadência dos gestos e vai conduzindo a mesmice como a montar uma fábrica de factóides para distração geral.

Como não há bem que sempre dure nem mal que nunca termine, necessário lembrar que Trump está em queda livre e já se manifesta parte ilustrada da população americana de forma favorável a seu impeachment, sem contar que aumenta sua reprovação junto ao eleitorado.

Dória, por sua vez, como Trump, que acredita no Deus Mercado em detrimento da insatisfação da população para quem deveria administrar, continua com ações sem conteúdo pragmático do ponto de vista administrativo e começa a colher frutos de sua insensatez vendo crescer significativamente a rejeição ao seu nome junto a população.

Cunha, cujo marketing negativo não tem a qualidade do de Trump, nem de Dória, repetindo o ma­is do mesmo, não consegue se deslocar do lugar comum que a própria ideia da repetição provoca, e de prefeito recentemente eleito parece que ocupa o vácuo dos que foram sem ter sido.

Nada impactante, as ações do atual mandatário, a continuar sem demonstrar que está com as rédeas nas mãos e consciente do que a cidade precisa, já, já começarão a ser contestadas de forma ma­is radical, pois os factoides têm o condão do superficial e não constroem uma imagem segura que crie o espectro de confiança e da credibilidade.

 
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