21 de maio | 2017

Aécio e Temer provando o veneno que aplicaram aos seus adversários

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Do Conselho Editorial

Desde o início do governo Temer, após o golpe que impediu a presidenta eleita de continuar governando, que este jornal, neste espaço, vem defendendo a imperiosa necessidade de que o Brasil fosse passado a limpo.

Não se tratava, na opinião do corpo editorial da Folha da Região, de uma questão partidária a cor­rupção, que disseminou por quase todas as instâncias do poder e sim da instalação da cultura do levar vantagem e da certeza da impunidade que contaminava a maioria dos que participam do poder.

Evidente que pedaladas fiscais nunca foram ou serão crimes com capacidade e fundamentação jurídica para a derrubada de um governo legitimamente eleito.

Não se trata aqui de defender o governo passado, cheio de equívocos e de erros na direção da condução da economia, com dificuldades de se relacionar com o Congresso e afastado da classe empresarial.

Todas estas dificuldades, no entanto, de maneira alguma poderiam ser motivo para se rasgar a constituição para dar espaço a um golpista de plantão, com a visão sim­plista de que a troca de alguém no poder pode, de maneira imediata, mudar os destinos da nação no centro de uma crise mundial.

Pedaladas fiscais foram um motivo torpe e vergonhoso para desalojar o resultado das urnas, a vontade popular da presidência, tanto que cinicamente, uma das primeiras ações do atual governo foi legitimar as tais pedaladas fiscais. Como se estivesse a debochar da população assentiu que sem as tais pedaladas o país ficaria ingovernável.

Tal fato passou despercebido pela maioria acalentada pelo desejo de mudanças repentinas na ordem econômica e no destino de doze milhões de desempregados.

E tão desatenta estava e possuída pelo ódio político a uma corrente do pensamento de esquerda, que nem se deu conta que foi às ruas com o discurso de combate a corrupção e colocou no Palácio do Planalto alguém tão despu­do­rado, que nomeou uma quadrilha bem maior que a que foi assaltada por Ali Babá, a dos quarenta ladrões.

E toda esta corja começou, de diversas maneiras comprar apoio e montar um dos maiores esquemas de corrupção, que se tem notícia praticado na maior insensatez, à luz do dia, perdoando dívidas, dando benefícios, influenciando decisões, desmontando autarquias, vendendo patrimônio nacional, liberando emendas, dívidas de prefeitos e governadores em nome de uma gover­nabilidade e de ajustes na economia através da aprovação de medidas trabalhistas e previden­ciárias, no mínimo contestáveis.

Como não há bem que sempre dure nem mal que nunca termine, o que começou errado não poderia dar certo e não deu.

O país fingiu-se surpreso diante das denúncias, que envolveram e envolvem Temer e Aécio e continua pasmo com o que tem sido revelado pelo presidente da JBS e continuará mais ainda com o que virá pela frente.

Pouco importa que os atingidos sejam Temer, Aécio, Serra, Aloísio, Dilma, Lula, Palloci, Man­tega, isto em nada importa, o que de verdade deveria importar seria a retomada do processo de mo­ralização da vida pública.

O que preocupava era a visão de um golpe mentiroso, que pretendia que os mesmos e as mesmas a­ções continuassem ocorrendo como se as compras não comprovadas pela Justiça de um apartamento e de um sítio, que devem e tem de ser inves­tigadas, fôssem sinônimo e demonstração da grande corrupção que assola os que deveriam ser exemplos.

Deram um golpe e posaram por anos, desde a eleição, de paladinos do combate à corrupção e se lambuzavam nela, agora, o pau que bate em Chico começou a bater em Francisco e os golpistas Aécio e Temer estão provando o veneno que aplicaram aos adversários.

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