15 de maio | 2021

O fascismo em baixa

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“No entanto, ao ir ao supermercados e assustam com o preço 
dos produtos de primeira necessidade, 
sem contar o preço incontrolável dos combustíveis 
que também elevam os valores dos produtos básicos”.
DO CONSELHO EDITORIAL

Assim que ocorreu a eleição de Donald Trump para presidente da mais poderosa nação do planeta, o fascismo, que já mostrava suas garras na Europa, teve um crescendo significativo.

Várias lideranças de ultraconservadoras da direita radical truculenta emergiram do fenômeno saído das eleições americanas.

A campanha foi marcada por ódio e por desinformações que os leitores podem conferir em vários documentários que tratam do período.

Trump, em que pese ser um magnata, proprietário de hotéis e cassinos, com larga vivência no mercado, demonstrou no seu governo pífio e intolerante que não passava de um cowboy estúpido e desinformado.

A prova retumbante desta realidade é a guinada rápida que foi dada à questão do combate a Covid nos EUA, em que a maioria da população já foi vacinada e a economia retoma o processo de recuperação.
A era Trump foi uma das mais desastrosas da história americana, marcada por polarizações inúteis, desmonte da máquina pública, aparelhamento do Estado e retrocessos em políticas sociais.

O ódio e as Fake News, que fizeram parte de campanha foram alimentados durante todo o mandato e a população americana ficou dividida por 4 anos.

O final do mandato foi melancólico e marcado pelo terror com a invasão do Capitólio por parte de seguidores fanáticos, evento que culminou em mortes.

Toda esta forma truculenta de fazer política fazia parte da estratégia da direita de dominar alguns países, entre eles o Brasil.

Steve Bannon, que foi um dos que estiveram por trás das estratégias de campanha de Trump, transportou para o Brasil seu conhecimento e colaborou para que houvesse aqui uma das mais sujas e sórdidas campanhas eleitorais de todos os tempos.

Através de um gabinete do ódio foram e continuam sendo produzidas muitas campanhas de desinformação, difamação, calúnia, injúria e tudo que possa haver de horrível nas redes sociais.

Eleito, o Capitão Cloroquina, um ex-membro expulso do Exército, a baixaria que deveria ter finalizado ao final da campanha, continuou, como se governar fosse liderar torcida de futebol.

O país que vinha de sucessivos fracassos por conta de políticas econômicas mal sucedidas de governos anteriores não se recuperou.

O governo que assumiu aparelhou o Estado, fez o desmonte da máquina pública, de políticas sociais, exterminou direitos trabalhistas, previdenciários, ambientais, sociais, humanos.

Destroçou o parque industrial, avançou sobre o combate a corrupção, destroçou a Lava Jato, diminuiu o poder do COAF, interviu nas ações da Policia Federal, atuou para desgastar o Congresso e o STF e comprou o “Centrão” com emendas parlamentares.

Fez e continua fazendo tudo quanto prometera não fazer durante a campanha e não desceu do palanque, estimulando, através do gabinete do ódio, uma polarização que divide a sociedade brasileira e leva o país para uma crise econômica e sanitária sem precedentes.

Porém, como aconteceu com os trumpistas nos EUA, o número de bozominions cansados de tanta patetice, esculhambação, baixaria, molecagem, palhaçada e total desrespeito a liturgia do cargo se ampliou muito e parece que começaram a abandonar o barco.

As últimas pesquisas divulgadas mostram o pretendente a ditador fascista derretendo na aceitação popular e crescendo na rejeição.

Por outro lado, nas redes sociais diminuiu bastante a ênfase e a euforia da defesa dos bozominions em relação ao mandato do outrora incorruptível mito, agora refém do Centrão, que afirmava na campanha ser o que havia de mais corrupto na política brasileira.

Esta tendência de queda de popularidade tem a mesma configuração que teve o “fascinazismo” na Alemanha, Espanha, Portugal, Japão, Itália e outros países onde se trabalhou racionalmente com a estupidez para se convencer as massas de que uma proposta autoritária poderia solucionar os males da nação.

A irrealidade, a pós-verdade, os Fake News e o ódio, enquanto arma de convencimento constante cansam e alertam até o mais idiota dos idiotas que a situação não está tão boa quanto tentam apregoar.

As pessoas se perguntam o que foi feito pelo governo até agora em benefício delas, quais os projetos futuros e não encontram respostas.

No entanto, ao ir ao supermercado se assustam com o preço dos produtos de primeira necessidade, sem contar o preço incontrolável dos combustíveis que também elevam os valores dos produtos básicos.

Não encontram emprego e renda e constatam o crescimento vertiginoso da miséria e a quebradeira do comércio e da indústria.

E chega o momento em que defender um governo que não atua em prol da sociedade fica muito difícil, senão impossível, e os menos fanatizados deixam a defesa por não contar com elementos positivos fornecidos pela liderança que só faz errar.

E este momento chegou, possivelmente com a tendência de que se amplie. E como no Brasil não há paixões políticas e sim interesses pessoais que se sobrepõem ao coletivo, uns pontinhos a mais de queda nas pesquisas e o fascismo tupiniquim estará com os dias contados, ou pelo menos em maus lençóis.

É só esperar para conferir que não há bem que sempre dure nem mal que nunca termine.

O fascismo está em baixa.

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