“Se correr o vírus pega.
Se ficar o vírus mata”.
Ass.: Orthocoronavirinae
demoniuns infectus.

PARECE …

… que foi ontem. Mas já se vão apenas 40 anos, quatro décadas, da primeira edição deste semanário. Esta é a edição de número 2467 publicada neste quase meio século de existência.

FORAM MUITAS, …

… as batalhas. Foram muitos os momentos em que os problemas pareciam insolúveis. Foram muitas as vezes em que o sentimento de cansaço e de falta de esperança de que Olímpia poderia mudar e se tornar uma cidade mais justa para os seus se abateram sobre o dorso platônico do colunista.

MAS, AO …

… contrário de desistir, este caçador de moinhos de vento, junto com seus vários escudeiros, mesmo com ameaças, perseguições, verdadeiros trabalhos de bastidores visando desestruturar as bases da empresa e, principalmente, calar a boca de seu editor, continuou, conseguiu romper a barreira do tempo.

O COLUNISTA, …

… no entanto, faz questão de parabenizar todos os que colaboraram para que este jornal chegasse até aqui e pe­de perdão àqueles que não forem lembrados: Alfredo Baio­chi Neto, Alberto Carlos Gomes Lomba (in memoriam), Willian Antônio Zanolli, Valter Carucce, Orlando Rodrigues da Costa, Genival Aparecido da Silva, Sergio José Marti­nu­ssi, Luiz Alberto Tófoli, Oscar Albergaria Prado, José Leal, Sueli Damion, Luiz dos Santos (in memoriam), Marilei Bar­salho, Ivo de Souza (in me­moriam), Fábio Prado, André Luiz Spinelli Martinussi, Andreza Martinussi Pinto, Wilson Canevarolo, João Ro­drigues Ferreira, Marcos Francisco da Costa, Antonio Carlos Beltrame, Leonardo Concon, Eduardo Lucas Lopes, Paulo de Tarso Pereira, Cristiano Albertino, Wallace Delamanha Santana (in memoriam), Marcial Ramos (in memoriam), Cibele Ondei Rodrigues, Lu­ciana Ondei Rodrigues, Lucia­ne Alves, Silvio Facetto, Adil­son Hipólito, entre muitos outros, obrigado, obrigado, obrigado. A história agradece. Ah, as mulheres do colunista (Sofia, Sueli, Bruna, Nicole e agora a mais nova perereca do clã, a princesa Agatha) também estiveram presentes diuturnamente nesta jornada.

DEIXANDO …

… de lado os “obas obas” de mais um aniversário, vamos aos fatos que estão acontecendo e tirando o sono da maioria da população. Nunca, na história deste país, se viveu uma situação destas. Já se fala que no final a situação de desregramento social vai ficar exposta, principalmente em países subdesenvolvidos como o nosso.

O MUNDO …

… não será o mesmo, é a previsão menos amarga que se ouve daqueles que são detentores de conhecimento nas áreas científica e econômica.

PRIMEIRO, …

… que este vírus que assusta a todos, é diferente de todos os outros pela sua capacidade de proliferação e por não ter um remédio que o destrua, uma vacina que ensine o nosso corpo a combatê-lo. E a previsão mais otimista é a de que demore pelo menos um ano para surgir.

SE É UM INIMIGO …

… que não tem como ser combatido e é veloz na sua manifestação, significa que não existe salvação. Um dia você deverá ser atacado por ele. Mais dia, menos dia, todo mundo vai ter que sofrer por ter que viver seu período de agressividade. Pelo menos até que surja uma solução.

O QUE AS …

… pessoas não estão entendendo é porquê então se isolar, se todo mundo vai pegar (se não surgir nenhuma vacina ou remédio que evite a contaminação a tempo). Vamos viver e deixar a coisa chegar, poderiam defender os terraplanistas …

AÍ É QUE …

… mora o grande perigo. Ele se prolifera rapidamente e sua principal consequência é atacar o pulmão a ponto de o paciente mais grave necessitar de internação na UTI e de ser intubado (respirar por aparelhos).

ACONTECE QUE …

… o sistema de saúde está mal dimensionado para atender os casos que normalmente surgem, como pneumonia, acidentes e outras doenças que necessitam ser tratadas em Unidades de Terapia Intensiva. É comum se noticiar que os hospitais da região não têm vagas e o paciente tem que ficar aguardando sem ter condições para tanto.

AGORA, IMAGINE, …

… na pior condição, se um pico do vírus se manifestar de forma acentuada e de repente a saúde tiver que conviver com um número 10 vezes ou mais superior que o normal. Vai morrer muita gente por falta de tratamento.

DAÍ, A NECESSIDADE …

… da quarentena, do isolamento. Ela evita que a contaminação se dê de forma rápida e provoque o caos no sistema de saúde. E parece que as pessoas não estão entendendo isso.

SE OS GRÁFICOS …

… não forem mantidos em curva menos agressiva para que os casos sejam distribuídos por um espaço de tempo maior, o sistema entra em colapso e aí vamos enterrar dezenas de mortos em covas rasas sem direito nem a velório na hora da partida, vamos viver realmente uma situação de guerra. É isso que você quer?

E ESTA É UMA PREVISÃO …

… incontestável no mundo científico. Se não surgir uma vacina ou remédio em breve, a esmagadora maioria da população vai contrair o vírus, podem acreditar. Mas também é verdade científica in­questionável que se não se tomarem medidas de acordo com a realidade de cada cidade (falta de educação e higiene, pobreza generalizada, falta de equipamentos, etc.) co­mo o isolamento, por exemplo, a situação pode chegar a um estágio tenebroso, retratado até agora apenas nos filmes de terror, até com enterros coletivos em buracos grandes, sem direito a velório.

E, COMO A PREVISÃO …

… é de que a situação perdure por quase um ano (ameaça de descontrole e novas epidemias), a população vai ter que se adaptar, se rein­ventar em todos os setores. E, com certeza, ai deve entrar o desenvolvimento tecnológico. Se antes, o homem ia ser subs­tituído pela máquina, pe­lo robô, pela inteligência artificial, por razões econômicas, agora esse processo será acelerado por razões de saúde.

E AÍ, QUEM …

… vai conseguir arrumar o tal do emprego serão apenas os detentores de capacidades reflexivas, que a maioria da população não tem em razão da falta de oportunidades e de um ensino capenga que não inclui, apenas cria máquinas de carne e osso, sem cérebro, para trabalhar na linha de produção.

TALVEZ, AS MEDIDAS …

… encontradas pelo atual governo para enfrentar a crise econômica que está por vir, sejam reformuladas e remodeladas para continuarem sendo aplicadas como forma de sobrevivência da população. Ou seja, o Estado vai ter que arrecadar de quem tem para sustentar um grande contingente que o sistema deixou sem condições de sustentabilidade, via uma educação de péssima qualidade e um sistema econômico que sempre tratou a maioria como mero escravo, ao ponto de ser hoje o 5º país do mundo com a pior distribuição de renda. Ou seja, onde grassa a miséria econômica e educacional.

TALVEZ, O INIMIGO …

… invisível venha, com toda esta desgraça, promover o remédio para que a nossa sociedade atinja um patamar mais elevado de consciência social, tendo que financiar aqueles que não deu oportunidade para que pudessem ter as mesmas chances que a minoria detentora de quase todas as riquezas produzidas neste vasto país.

José Salamargo … assustado, abobalhado, sem conseguir enxergar nenhuma premissa mais factível de futuro, comemora a chegada dos 40 anos deste jornal, através do qual, lutou arduamente por esta cidade que ama, sem perspectiva plausível nem para a continuidade dos próprios veículos de comunicação que dirige e até mesmo se o próprio colunista conseguirá atravessar esta fronteira escura da possibilidade de ter cortada a sua garganta pela foice de um demônio invisível, microscópico, mas que poderá determinar quem serão os vivos e os mortos que continuarão a habitar este planeta chamado terra.