05 de abril | 2015

Folha, desde  3 de abril 1980, fazendo parte de uma verdade

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Do Conselho Editorial

O que seria um jornal na concepção de cada um dos componentes da redação, das proprietárias, vendedores, colaboradores, cobradores, entregadores, jornalistas, anunciantes, leitores, com certeza cada um deles deve ter uma gama imensa de sensações acerca da forma como vê distinta e individualmente um jornal.

Talvez por que cada uma destas pessoas tenha seus interesses localizados por alguma característica de participação na sua vida.

O editor pode ser que se atente vez por outra, quase sempre, no impacto que as manchetes poderão produzir no imaginário popular, ou que uma fotografia vale mais que mil palavras, que se começa a construção do texto pela pirâmide invertida, política envolve mais que futebol ou vice versa dependendo do que houver no cenário policial.

O jornalista corre ruas e observa em cada canto um motivo para alguma reportagem, no abandono da cidade ou das pessoas, no bombeiro que salvou a criancinha, no cãozinho que sofreu maus tratos, no policial que prendeu o perigoso criminoso, o homem que foi atropelado, a mocinha que tentou o suicídio, primeiro bebê do ano, páscoa, carnaval, Natal, ambulância nova na cidade, greve de professores, enchente, raio, futebol, morte da autoridade, desvio de verba pública, sentença transitada em julgado.

O cobrador sua a camisa e gasta o cano da bicicleta indo às lojas e às casas receber propagandas e assinaturas que os vendedores conseguiram para que as notícias sobrevivam no papel pelos anos que hão de vir por ai.  

E o leitor se deleita com a gama de informações que este conjunto de pessoas de alma e coração consegue articular nas páginas que compõem o jornal semanal, que desde o dia três de abril de 1980 enfrenta resistência dos poderosos para estar na residência dos leitores e nos estabelecimentos onde é lido.

Os colaboradores, estes, como os jornalistas, são os responsáveis pela sopa de letrinhas que a comunidade consome nos finais de semana, com a diferença de que ao contrário dos jornalistas emitem sua opinião nos seus artigos, manifestam, o que pensam acerca da sociedade em que vivem, falam do próximo e do distante sem amarras ou impedimentos como é próprio de uma democracia.

E cada leitor no conforto de onde quer que esteja, residência, indústria ou comércio, vai folhear para a satisfação de toda equipe do jornal que estará desfrutando o merecido descanso, o resultado do incessante trabalho da semana, que traz a bagagem e a experiência de 35 anos de estrada. 

E como diria a música “vamos vivendo, vendo as horas que vão passando, as velhas discussões se vão perdendo, entre as razões” e outras razões se formam, novas discussões brotam e vai se refletindo hoje como se refletia ontem sobre temas incorporados a novas formas de vidas, a entendimentos outros que antes eram tabus, ou não haviam submergidos para discussões mais intensas.

E o jornal vai sobrevivendo entre horóscopo, futebol, novela, polícia, artigos de opinião, social, resistindo aos ataques, as tentativas de censura e a internet, ocupando vagarosamente o espaço do papel jornal e diminuindo o número de profissionais nas redações.

A Folha da Região se orgulha de sua história, de seus 35 anos de Olímpia, contando a história desta cidade, de sua gente, tentando a todo custo estar o mais próximo possível da verdade real, do fato da forma como ele se deu, pode até ser que tenha falhado em algumas ocasiões, coisa compreensível, afinal os jornais são de papel, no entanto quem os faz é humano, de corpo, alma e coração.  

Parodiando a canção, se não reflete como ontem, em cada conversa, em cada beijo, cada abraço, se impõe sempre um pedaço de razão, se a todos fala que sim, não fala não para nada, para poder construir esta grande harmonia que deixa velhos os corações, por que o tempo passa e traz para dentro da alma das redações a necessidade cada vez maior da imposição da responsabilidade histórica de perpetuar este tempo que vem de outros tempos de 35 anos atrás se renovando em palavras e sentimentos como a Fenix de séculos adormecidas que desperta após a chuva com esperanças de voar pelo infinito no azul profundo do sonho de cada um.

Obrigado por viajar conosco, os séculos que hão de vir nos esperam.

 

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