10 de dezembro | 2018

Meningite, terror e política não combinam

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Do Conselho Editorial

Esta semana a cidade que já vivia atemorizada com a possibilidade de um possível surto de meningite, foi surpreendida com a triste notícia da morte de Miguel Henrique Costa Simões.

Desde o dia 30, moradores locais, nas redes sociais, vinham solicitando orações em favor do restabelecimento da saúde de Miguel Henrique, de sete anos de idade, que deu entrada na UPA – Unidade de Pronto Atendimento de Olímpia, na sexta-feira, 30 e foi diagnosticado com provável meningite viral e não se observando reação ao tratamento foi encaminhado para a Santa Casa de Barretos, onde ficou em estado grave, sendo entubado em razão de apresentar uma possível morte cerebral, teve uma reação, mas infelizmente veio a falecer na segunda-feira, 03/12.

A assessoria de imprensa da Prefeitura informou na manhã de terça-feira, que Marcelo havia morrido no dia anterior com suspeita de meningite viral, após permanecer quatro dias internado no hospital de Barretos e que aguardava o resultado de exames para confirmar a causa do óbito. 

A princípio acreditava-se que pudesse ser um caso isolado e que não havia um surto da doença no município, mesmo porque, segundo preconiza o Ministério da Saúde, não são precisos muitos casos para se caracterizar o surto, mas que estes tenham ligação entre os atingidos. Ou seja, que estudem na mesma escola, morem na mesma região da cidade, ou mesmo sejam da mesma família, entre outras coisas.

No entanto, na ocasião não havia chegado o resultado do bebe de cinco meses que se imaginava pudesse ter possivelmente falecido com a mesma doença semanas atrás, mas que já se tinha a suspeita de que esta fosse bacteriana e não viral.

Em razão da preocupação dos moradores, o clima de alarde criado nas redes sociais em relação a suspeita de meningite viral, a Prefeitura da Estância Turística de Olímpia, por meio da secretaria de Saúde, intensificou a orientação sobre a doença, bem como as explicações sobre as vacinas disponíveis na rede pública, a fim de tranquilizar os moradores, considerando que não havia surto da doença no município.

As informações disponíveis dão conta de que foram criados fake news fazendo a população acreditar que haveria um surto epidemiológico de meningite no município o que fez a Prefeitura Municipal soltar esclarecimentos sobre a questão e por precaução tomar algumas providências para que o clima de alarde não se ampliasse tomando proporções incontroláveis.

O informe da Prefeitura de Olímpia esclarecia que não há nenhum surto de meningite no município. Que o surto ocorre apenas quando os casos da doença são registrados num mesmo espaço, o que não aconteceu no município, uma vez que os dois pacientes que vieram a óbito não possuíam nenhum vínculo de bairro, escola, idade, além de não terem ocorrido no mesmo mês, tratando-se de casos isolados.

Ressaltou ainda que uma única criança permanece internada em observação, mas se recupera bem, que não há motivos para pânico e que a cidade está preparada para atender a população e os visitantes e solicitou  a colaboração da sociedade para não compartilhar informações inverídicas e de alarmismo, acrescentando que algumas medidas anunciadas foram adotadas, por precaução, atendendo pedido dos próprios moradores como forma de tranquili­zar a população.

Enfim, fez a lição de casa como deveria fazer, diferente da maioria dos detentores do poder, não tentou escamotear a verdade, falsear a realidade, atuou com a lógica de que a vida é mais importante que outras questões que situações desta natureza e gravidade implicam.

Resta a uma parcela de cidadãos dar sua inestimável contribuição para o debate de forma a contribuir e acrescentar soluções que possam conduzir sem sobressaltos ou terror este momento que trouxe lágrimas a algumas famílias, de forma a superá-lo sem maiores traumas.

Para isto, seria interessante se conscientizar que politizar debates desta ordem só provoca mais dor e estados de temor na população.

A questão, em que pese não estar em estágio de epidemia ou surto, é de certa maneira grave e se as pessoas se comportam manipulando informações e atemorizando a população com o fito de atingir objetivos políticos, é de se concluir que se houver epidemia a situação se tornará insustentável, insuportável.

A hora pede menos terror e mais amor.

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