24 de dezembro | 2012

Método Tiririca, pior do que está fica

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“ Para Dante Pavese, com o carinho de todas as canções com que animou a vida dos olimpienses, pela forma como bailou suavemente pela vida de todos nós que pudemos partilhar de sua amizade”

Willian Zanolli
Nestes país, só rindo, cansei de escrever e repetir nas páginas deste semanário, que na terra dos palhaços os homens riem de coisas sérias.

O Tiririca, o palhaço, o cômico, foi avaliado como um excelente representante do povo, juntamente com o baixinho Romário.

Lá atrás, assim que foram eleitos, não se esperava muita coisa de ambos, tanta palhaçada e tanta baixeza na nossa representação política, que, no imaginário popular eles seriam dois a mais para contribuir com o descrédito que os homens que criam leis, por razões óbvias, desfrutam. 

No entanto, Romário fez seu gol de placa e Tiririca demonstrou que nem só de palhaçada e circo de horrores vive o homem.

Porém, pelo país afora, estes exemplos citados acima que juntamente com outros parlamentares, em número reduzido, infelizmente, demonstram publicamente, não são seguidos, não são a regra no mundo parlamentar como deveria ser.

Tanto que em tantas cidades onde se cercar vira presídio, se colocar lona vira circo, os exemplos são vergonhosamente adversos, o que se faz com o dinheiro público não pode nem sequer ser mencionado como palhaçada para não ofender a classe circense, que através do seu representante demonstrou que sabe a hora exata de ser sério.

Já, as tiriricas que vicejam nos parlamentos, verdadeiras pragas, abusam do poder que pensam que têm, e sem nenhum pudor golpeiam as finanças públicas, drenam e sugam até onde dá, raspam o erário.

Em plena época de mora­li­zação, de pedido de prisão de ex-ministros, cassação de mandatos, inelegibilidades e outras coisas mais os “cara de aços” estão promovendo uma verdadeira farra do boi pelo país afora.

Aumentaram salários de prefeitos, de secretários e de si mesmo, e, pasmem, mesmo reféns do Executivo na sua maioria, mesmo homo­loga­dores do desejo dos mandatários entenderam em muitas cidades que deveriam ter assessores para auxiliá-los a não fazer nada.

Sim, muitos descarados que saem ou que ficam na condição de autoridade legislativa, em última penada, estão por ai criando benesses para seus cabos eleitorais e para si mesmo.

Vergonha pouca é bobagem, e o descaramento, a pouca vergonha é tanta que estes legisladores de faz de conta, já votam estes verdadeiros passa moleques na população no final de mandato, para que os próximos, cinicamente, que pressionaram nos bastidores em favor das vantagens, possam argumentar candidamente que isto é coisa da legislação passada.

Passam desta maneira, da condição de espertalhões para a de coitadinho que se estivesse lá lutaria contra, se entender que o povo não entendeu a medida, e que infelizmente é obrigado a cumprir o que está explicito na lei.

E nomeiam os “aspones”, assessores de porra nenhuma, e brigam por cargos, e quando têm que votar algo mais significativo do ponto de vista econômico cobram o “porfo” tradicional por fora.

Este é o país que vivemos e que por mais que se investigue, por mais que se apene, por mais que se acene com a cadeia, que deveria ser o lugar de muitos, a quantidade de tiriricas continuam brotando nos Legislativos e nos Executivos deste Brasilzão.

Ao ponto de serem transformados, merecidamente, em ícones da moralidade exatamente aqueles a quem não se dava crédito algum, um jogador de futebol e um palhaço.

E são valorizados exatamente pela obviedade: cumprem seu papel de forma séria e honesta, não participam, pelo menos até agora, de conchavos e acertos como os citados acima que não apenas tornam desacreditados os parlamentos como também passa à população a triste idéia de que se quem os representa, se quem faz as leis se comportam como palhaços e transformam as casas de leis em um picadeiro de circo de terceira categoria, que razão teriam para se comportar com seriedade?

De maus exemplos o país está lotado, precisamos de mais gente que faça gols de placas, de gente que sorrindo mostre o lado sério da vida palhaça.

Willian A. Zanolli é artista plástico e jornalista. No mais, Feliz Natal aos leitores, aos amigos e aos que me têm por inimigo, que não são poucos.

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