31 de maio | 2015

O aumento das tarifas dos ônibus e a limpeza da cidade

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Do Conselho Editorial

Quando Geninho colocou a operação tapa-buracos nas ruas abandonadas da estância turística e os homens com enxadas e disposição para tirar mato de lugares estratégicos onde se diz, popularmente, que o padre pisa, a operação era pra se desconfiar que algum mal feito estava sendo urdido contra o povo.

Construção de agenda positiva, fora do período eleitoral em governos como o de Eugênio que já jogou a toalha, geralmente culmina em agressão ao bolso do contribuinte.

Era muito trabalho para quem vivia de acomodação a algum tempo, uma máquina inchada e imobilizada contando as moscas e esperando a hora passar para esvaziar as gavetas e deixar a caneta para o sucessor.

Haverá um último suspiro, carregado de inaugurações e foguetórios no ano vindouro com a proximidade do pleito eleitoral visando dar palanque ao candidato de situação, antes disto é esperar que o mundo acabe em barranco pra morrer encostado.

E desta forma seguia a nau sem rota do governo de Eugênio José, sem novidades ou preocupações, com tudo caindo a olhos visto, obras abandonadas, setores públicos sucateados, a única coisa que fluía eram indicações e inchaço da máquina, de resto, a paradeira e o lugar comum.

Esta semana que se finda parece que a cidade acordou de sonos de séculos, depois de uma primeira página desta Folha mostrando o centro de uma cidade em escombros e ruínas, mato puro e abundante brotando da ineficácia e distanciamento de um governo ausente e inepto.

A letargia deu lugar a movimentos circulares e fez vento no entorno da cidade girando comentários e trazendo uma aura positiva para uma “aldeiola” que parecia dormente e esquecida de si mesma.

A vida ressurgiu pelas ruas e nos olhares das pessoas que acreditaram que o Estado Leviatã, monstro que se arrasta com dificuldades de movimentos, havia saído de sua caverna para enfim tornar possível o desejo de esperança da maioria.

Mas, monstros quando acordam é para levar a cabo monstruosidades impensáveis e não durou muito a euforia do estado presente justificando o pagamento de altos impostos para que a cidade fosse limpa e organizada, ambiente saudável para se estar e se viver.

Era bom demais pra ser verdade, a primeira baforada quente das narinas do Leviatã e se queimaram todas as aspirações de toda gente crédula de que as coisas iriam se dar por ter chegado a hora de conscientização da necessidade de se fazer mais que o mal feito trivial que vinha sendo feito.

Aumentou-se a tarifa de ônibus e possivelmente depois da reação de aumentos desgastantes como o do IPTU é bem possível que o monstro se arraste pelas ruas mais dias visando levar o povo descontente ao esquecimento de mais esta facada nas costas e nos bolsos da população servindo um trabalho mais ou menos eficiente como não tem feito no último governo em que o desprezo a cidade é visível em cada rua, em cada praça, em cada obra abandonada.

A alegria do povo dura pouco e desta vez além de durar pouco veio acompanhado daquilo que o governo de Eugênio mais soube fazer em seus dois mandatos, aumentar, aumentar e aumentar.

Fica mais uma lição: quando houver manifestações visando agenda positiva, não criem expectativas outras que não a de que o poder, o monstro Leviatã, está urdindo e conspirando nas profundezas das cavernas alguma maldade contra a humanidade, que nenhuma notícia boa ficará impune por muito tempo, a bondade, trabalho, eficácia e competência passageira nada mais são que alucinógenos que visam entorpecer e preparar a memória para mais uma situação esdrúxula e posterior esquecimento.

Assim sempre foi com o governo virtual de Eugênio e assim sempre será. Como não há bem que sempre dure nem mal que nunca se acabe, pode ser que passe rápido o período que falta para as despedidas desta fase negativa e cinzenta da cidade, onde quando coisas boas acontecem pode se esperar que o pior está batendo a porta.

 

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