05 de maio | 2013

O cerco começou a se fechar

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Do Conselho Editorial

 O envolvimento da administração Eugênio José Zuliani  na operação levada a efeito pela Policia Federal e Ministério Público Federal que até então, fora o recolhimento de documentos da prefeitura local, não apontava nenhum indicio da possível participação no esquema conhecido como Máfia do asfalto.

O jornal Diário de Rio Preto soltou matéria cujo titulo “ Chefe comemora “lucro” em Olímpia” dá bem a conta do que pode ter sido a passagem da Demop pelas obras do município.

A seguir a matéria aponta que a empresa LMA ligada a familiares do prefeito de Olímpia, Geninho Zuliani (DEM), aparece na lista de construtoras que participaram de supostas licitações fraudadas ao lado da Demop, com sede em Votuporanga.

A LMA é citada em relatório e interceptações telefônicas da operação Fratelli obtidas pelo Diário.
Informa também que “Apurou-se que compactuam com a Demop, pelo menos no que diz respeito à terceirização de obras, as seguintes empresas no setor da construção civil: FAMA, Coplan, LMA, LM entre outras”, consta em trecho do relatório produzido pelos promotores do Gaeco.

Fora isto, além da empresa de parentes, o próprio Geninho aparece em grampos conversando com o dono da Demop Olívio Scamatti, que é apontado pelo Ministério Público como o chefão da denominada Máfia do Asfalto.

Revela entre outras coisas, a matéria, que em outra gravação, Olívio aparece com o seu irmão Pedro comemorando o lucro da R$ 500 mil, em Olímpia.

Em outra conversa, Olívio fala com assessora de um deputado sobre obra de aterro em Olímpia.

Durante a gestão de Geninho, as empresas do Grupo Scamatti receberam R$ 30,5 milhõesb de Olímpia..

Muito embora Geninho afirme que as empresas do grupo ganharam as licitações por terem preços baixos, ou que o Ministério Público tenha investigado e arquivado o caso, as citações a cidade nos grampos e este envolvimento da empresa que pertence a sua família vai retirando créditos significativos de suas justificativas.

Mesmo que negue ao cansaço seu envolvimento na chamada Máfia do Asfalto, tudo indica que o governo de Eugênio José Zuliani começou a vazar água e as recentes informações trazidas a público confere mais aval aos que crêem na possibilidade deste governo estar envolvido até a medula na situação do que a corrente que desfia o rosário do “não vai dar em nada” sem crença alguma na pureza ou inocência dos nomes até agora envolvidos.

Isto não significa, porém, que sejam culpados ou inocentes, significa apenas que do ponto de vista da forma como muitos encaram a realidade é que fica cada dia mais complexo crer que não sabiam de nada, ou que as coisas ocorreram sem conhecimento da cúpula do poder.

A ligação estreita de Eugênio com Itamar Borges, com Votuporanga, com a própria Demop e empresas do grupo que atuam no município, o valor de licitações ganhas pela empresa, a demonstração de enriquecimento de muitos, leva a crê, mesmo que não haja nada de errado, que algo estranho acontecia na relação do município e a empresa.

È isto que está sendo investigado e a condução do processo vai vagarosamente colocando pedras cada vez maiores no caminho de Eugênio e seu grupo, e se antes, se discutia os computadores e documentos levados na operação, agora se discute proximidade com o chefe da máfia, lucro da empresa altíssimo no município, licitações com empresas da família do prefeito participando e escutas com Eugênio, o que dificulta e muito o discurso da inocência, mesmo que seja.

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