29 de março | 2020

O engano mortal daqueles que julgam que crise é por uma simples “gripinha”

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“A ignorância pode ser uma questão social oriunda da deficiência dos aparelhos educacionais. Mas o se fazer de ignorante visando beneficiar a si e ao seu grupo é diabólico demais”.
Mestre Baba Zen Aranes.

GENTE, …

… passamos mais uma semana em regime de confinamento. Todos juntos e misturados. Deu pra gente perceber o que sentem os animais, como o gado, que são colocados nesta condição para engordar mais rapidamente e ter sua carne comercia­li­za­da em menor espaço de tempo.

CLARO, …

… se demorar muito vai começar a aparecer os mesmo sinais dos animais, para alguns, mas para muitos, o efeito poderá ser o contrário.

PARA OS QUE NÃO …

… forem afetados economicamente, a consequên­cia poderá ser o sur­gi­men­to de algumas dobras pelo corpo, significando o acú­mulo de gordura natural de quem passa o tempo sem espaço para se mexer e apenas se alimentando como principal forma de prazer (não no caso do ga­do, que instintivamente, se alimenta para sobreviver).

JÁ PARA A MAIOR …

… parte da população deste país miserável (a quinta pior distribuição de renda do mundo) e portador de uma cultura rudimentar formada por uma educação paupérrima e que visa formar meros robôs de carne e osso para as linhas de produção, com certeza, além do emagrecimento e doenças provo­ca­das pela alimentação ruim, o que poderá sobrevir é o desespero da privação total de qualquer forma de subsistência.

TUDO ISSO CAUSADO …

… por uma simples “gripinha” ou gripezinha que se propaga rapidamente, insiste em destruir nossos pulmões e, no Brasil, já tem características próprias (sofreu mutação), segundo cientistas nacionais que mapearam o seu genoma.

CLARO, …

… o que assusta e o difere dos outros vírus como os classificados como “in­fluen­za” é o fato de ser uma mutação nova, nunca estudada pelo mundo acadêmico, que ninguém po­de afirmar com certeza quais serão as suas conse­quências ao final da atual pandemia (epidemia que se alastra por todo o mundo), mas que, pelos estragos causados em países onde se espalhou há mais tempo, como China, Co­reia e Itália, já se pode prever que sua taxa de mortalidade será dezenas de vezes superior.

REGRAS SIMILARES, …

… por exemplo, de que deixa mais pacientes em estado grave e mata mais idosos e aqueles que têm a saúde debilitada por outras doenças, começam a ser questionadas, em razão de ter se manifestado também de forma agressiva em grande contingente de pacientes saudáveis e jovens e até bebês.

E O PIOR É QUE …

… não existe solução mágica. Mas tem que entenda que é mera tempestade em copo d’água. Não passa de uma “gripinha” ou gripezinha.

E PARA EMBASAR ESTA ANTÍTESE …

… Fala-se muito no caso do Japão onde, embora ainda não se tenha chegado ao pico da epidemia, já se sinta que o número de mortes em relação ao de casos detectados é menor do que em outras partes do mundo e o país seguiu sua vida normal, sem tomar medidas drásticas.

EFETIVAMENTE, …

… lá, o novo vírus foi tratado não como uma “gri­pinha”, mas como um vírus letal e que se dissemina com rapidez. No entanto, o que se verifica naquele país asiático é uma situação que não ocorre em outras partes do mundo e que tem sido considerado o diferencial e que, ao contrário do que argumentam os “ter­raplanistas”, vem conferir legitimidade às medidas restritivas que vêm sendo adotadas em todo o mundo: os nipônicos têm uma cultura milenar, baseada no respeito à natureza e uma educação também não encontrada em nenhuma parte do planeta.

CLARO TAMBÉM …

… está que o convívio no passado com outras epidemias que provocam infecções respiratórias fez com que esse povo exemplar aprendesse como lidar com situações do gênero, conseguindo viver dentro de padrões de higiene que não deixam o vírus se alastrar com tanta rapidez.

EM FILMES …

… que mostram o povo nas ruas do Japão é comum você ver pessoas usando máscaras. A própria forma característica de cumprimentar o próximo, sem abraços, sem beijinhos ou apertos de mão, mas pelo simples dobrar do corpo para frente a uma distância razoável, demonstra que este aprendizado faz parte da sua tradição.

ACRESCENTE A TUDO ISSO …

… uma economia e um sistema político que têm se mostrado eficazes, unido a um desenvolvimento tecnológico de alto nível e você terá a explicação plausível para o fato de que seus resultados têm sido utilizados de maneira superficial para justificar teses totalmente contrárias às técnicas de controle usadas até agora e que não levam tudo isso em consideração.

CLARO, ÓBVIO …

… e evidente que lá não se tem também a situação de miserabilidade veri­fi­cada aqui. Os japoneses, por tradição alimentar, são mais bem nutridos e há muito conseguiram alcançar uma longevidade muito superior a da maioria dos países desenvolvidos.

PELOS MOLDES DE HOJE, …

… baseados na polarização, no ódio, na ignorância e nos elevados níveis de imbecilidade, você poderia estar pensando ou desejando e interrogando aí no cantinho da sua imaginação: “então, porquê o colunista não se muda para o Japão?”.

SIMPLES, MEU …

… caro leitor. Este idoso sessentão é apenas um rapaz latino americano, sem dinheiro no banco e sem parentes importantes, que não quer ir para o exterior. Mas, também, porque por lá (no Japão) esta própria distância tradicional entre os seres provoca graves problemas de solidão e padrões de vida que jamais se encaixariam no estilo de vida divagante e desregrado deste ser que vive a navegar pelas águas turvas, mas paradisíacas da imaginação.

NO ENTANTO, …

… fica claro que este país (Japão) não precisa tomar as medidas drásticas para conter a epidemia, justamente porque consegue, através de sua própria tradição e cultura, resultados muito maiores em termos de educação e higiene que o isolamento social precisa ter como resultado. Aqui, a maioria, não consegue entender o que é isolamento, mas também não tem a saúde e a higiene nipônicas. “Talokay”?

E A SITUAÇÃO …

… é simples de ser explicada. Se somos um país miserável, se a saúde da maioria é debilitada e esta não tem educação, nem princípios saudáveis de higiene e se o sistema de atendimento não tem equipamento para evitar mortes num pico elevado da epidemia, não tem como evitar o confina­men­to, ou a chamada quarentena, ou isolamento, ou distanciamento social.

DIANTE DE TUDO ISSO,…

… o aguçado leitor estaria a se perguntar: mas num sistema capitalista neoliberal miserável como o nosso, se todo mundo parar e se isolar, a maioria vai ficar entre duas questões: ou morre pelo vírus ou pela fome?

CLARO E ÓBVIO …

… meu caro leitor. Este é o grande dilema da conjuntura atual.

É QUE, …

… a exemplo dos Estados Unidos, onde já se aprovou US$ 1 trilhão para ajudar os necessitados de todos os níveis, aqui também tem que se tomar medidas como essa, que não neoliberalista, mas social democrática.

OU SEJA, …

… para que o estrago seja menor tem que ser feito o que deveria estar sendo realizado aqui há décadas e que ocorre em países europeus que estão dando certo: um governo que não interfira tanto na economia, mas que cobre impostos de forma justa (não só das classes média e baixa) e capaz de oferecer saúde e educação de qualidade e de forma plena para todos.

José Salamargo, com a certeza dilacerante de que aqui vamos ter que ficar ouvindo que a maioria tem que sair da senzala e ir trabalhar porque os mi­noritários abastados “abestados”, os amigos da “Lei de Gerson” – é preciso levar vantagem em tudo – não se importam com quantos escravos vão morrer por causa de uma simples gripezinha ou “gripinha” qualquer. Pronto, falei.

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