24 de março | 2013

O moral e o imoral se confundido

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Do Conselho Editorial

Este país está às avessas, está todo mundo muito louco, poucos conseguem manter a racionalidade quando se trata de discutir o que deveria ser certo e o que deveria ser errado para a justa convivência em sociedade.

Uma parte considerável do que poderia ser chamado de cidadãos, quando confrontados com temas que pela ótica natural da ética e da moralidade nem deveriam mais estar presentes nos debates do século vinte e um, terceiro milênio, reproduzem pensamentos da idade da pedra lascada para justificarem o fato de ser favorável a posturas inadequadas.

No entanto, se instados a revelarem suas posições em relação ao que diretamente poderia causar algum prejuízo de alguma ordem a si ou aos que o rodeiam no circulo familiar e social, recuperam a lucidez embotada pela ganância, coisa própria do capitalismo de consumo, e retomam o eixo da discussão da necessidade da implantação da moralidade e dos bons costumes na sociedade atual.

Lógico que o discurso da coerência sempre vem embalado pelos excessos de autoritarismo e de saudosismo, evocando períodos em que a força bruta e a coerção eram utilizadas para engessar pretensa oposição aos excessos de mando, ou o saudosismo barato que remete ao tradicional jargão que prega que naquele tempo não tinha nada disto.

Necessário lembrar, que a história do fio de barba remonta ao principio do inicio da ideia da necessidade de instrumentalizar a sociedade com dispositivos que permitissem mais claramente visualizar um conjunto de regras para coibir possíveis excessos.

Anterior a isto é sabido, que o que imperava era a palavra, o que era legal e legitimo se dava pela oralidade, razão pela qual até hoje se evidencia o tempo da palavra empenhada que não era desrespeitada em contraponto a este período em que mesmo escrita e passando pelo crivo do julgamento popular através de sua divulgação através dos meios de comunicação, o mau-caratismo e a falta de vergonha alcançaram patamares insustentáveis.

Da mesma forma que alguns advogam que tal atitude do homem público ou do cidadão está eivada de erros, ilegalidades, equívocos, em estando envolvido na mesma situação que condenava antes, busca justificativas para convencimento de maioria para minimizar o que era condenável desde antes do estabelecimento do império das leis escritas pelas sociedades ditas evoluídas.

O que a sociedade tem assistido em termos de condutas indecorosas do poder público atrelado ao número imenso de autoridades que são alvos de prisões, inquéritos, denúncias, representações e, ao mesmo tempo, a observação da crescente sensação de impunidade na continuidade das mesmas ações sendo repetidas por quem se posiciona como se estivesse na condição de superior ao que está estabelecido em lei, chega a ser até embaraçoso para os que invocam uma moralização de verdade.

Esta situação se evidencia mais ainda quando parte da sociedade que se mostra indignada nas redes sociais, ou expressa estas indignações através da mídia, e até parte dos meios de comunicação, coloca, divide pensamentos no sentido da justificativa da ação condenável.

Exemplos claros disto, o número excessivo de cargos comissionados no poder público, o nepotismo vergonhoso e condenável, as licitações fraudulentas, as empreiteiras falidas que deixam obras pela metade e prejuízos gigantescos ao erário.

Até onde se sabe, estas condutas, que muitos criticam e endossam, dependendo quando são punidas, ou quando é parte do que atinge o benefício financeiro individual, estão por ai.

 

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