12 de outubro | 2014

Se o macaco Tião tivesse se candidatado, o mundo iria mudar

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Willian Zanolli

Por que as coisas não acontecem?

Nada de querer ser chato e de querer vir aqui questionar que as coisas não estão funcionando, por exemplo.

Agora parece que nasceu do chorume, do esterco uma subes­pécie que não permite nem que você divague tranquilamente nas águas nem sempre suaves da filosofia.

Um questionamento, sem nenhum engajamento, coisa de quem está com ferida no saco e impedido momentaneamente de coçá-lo e resolve se perguntar, por distração, ou mero exercício de vagabundagem, por que isto se dá desta forma e o aquilo prefere se dar de outra maneira.

Como não se fazem pretendentes a filósofos como antigamente, no tempo que o barrigudinho e careca chegado numa porção de cicuta, sem linguiça calabresa de acompanhamento, saia pelas ruas distribuindo informações à pa­tuleia encantada, hoje em dia, os caras publicam, em jornais, blogs, facebooks.

E ai, ao contrário do período Socrático quando o pessoal tirava dúvidas com o mestre, agora eles jogam merda na sua teoria, te contestam, desejam que seu cachorro pegue pulgas e os gatos, asma, que seu rabo pegue fogo e que o bombeiro esteja de férias.

Parece que estou exagerando?

Outro questionamento, vou me ferrar neste artigo, já estou vendo os caras se coçando para emitir as mais cabeludas opiniões acerca da minha manifestação e eu careca de saber que a intenção não é pelear, é apenas falar ao cérebro, acorda, cara, sai do ócio seu beócio.

Só isto, nada mais, parece pouco mais é muito demais.

O duro é aguentar as opiniões diversas que vêm acompanhadas da devida fundamentação, ou comprovação científica, os caras que querem provar na marra que cruzamento de cuitelinho com pato coscoroba culmina em belís­simos himantopus melanurus.

Como a gente não sabe direito nem se hipoglós voa ou rasteja, o jeito é concordar.

Principalmente se o contestador colocar que aquilo é uma contribuição inversa da proposição discursiva e reside nas diversas variantes que ela contêm. 

Então, e como era o começo mesmo?

Ah! Sim, a pergunta, é que agora o discurso politicamente correto exige explicações para tudo e acabei apro­fun­dando tanto que quase me afoguei nos exageros.

Por que as coisas não acontecem?

Levanto entre duas e meia e três da tarde com esta filosófica interrogação, que parece tola e tosca, mas que pode não ser se você conseguir descobrir a que coisas que não acontecem se refere o pensamento.

Por exemplo, semana passada, neste espaço, comecei o artigo por uma tese bastante esclarecedora se olhada pelo prisma do pensamento confusionista, refotografada, revista, pela visão ampla do grande filósofo contemporâneo, Aran­tósteles, que tratava da questão cronológica enquanto não “calen­darizada” como algo do ponto de vista do livre pensar como inexistente fruto da imaginação não corpórea visto que sempre se dá no espaço de sua própria extinção.

Isto explicado de forma sim­plista para facilitar o entendimento, que a coisa é tão confusa que eu amanheci me beliscando e me perguntado se o eu que sou eu verdadeiramente existe, ou se seria uma ilusão de ótica que o espelho da bruxa malvada insiste em refletir.

Vamos a questões mais práticas, afinal, posso me estender a vontade, o leitor ou leitora em tendo, como eu, um problema que o impede de coçar os órgãos, poderá ir se distraindo lendo estas inutilidades, é pouca coisa melhor que horário eleitoral, onde os políticos que adoram roubar, roubam o tempo com a gente, melhor trocam por mentiras.

Aqui não, aqui é cultura pura, o cara já sai preparado para qualquer concurso público onde a burla e a fraude estejam presentes, desde que amigo de autoridades influentes.

Então, onde estava mesmo?

Lembrei. Por que as coisas não acontecem?

A resposta poderia ser por que elas não teriam mesmo que acontecer, ou não estavam prontas, amadurecidas,ou não foram provocadas, ou simplesmente estavam como eu em dia de total preguiça e preferiram mais morgar que vir a luz do sol.

Seria um discurso da racio­na­lidade que não contemplaria os românticos, os místicos, os utópicos, os quixotescos e alguns religiosos.

Cada um por um motivo ou razões, ou vários, que há gente que parece para raio em funcionamento em dia de tempestade tem efeito pirotécnico discursivo para todo tipo de argumentação que você coloca na mesa, tudo pra eles truco, seis mi.

Tem outros tipos de pessoas e gentes, com ou sem zelo de qualidade, com ou sem Imetro, que não podem ficar de fora da discussão e que adorariam dar um pitaco apimentado nas questões levantadas do por que as coisas não acontecem, querem acontecer, influir no resultado.

Sejamos mais claro, senão a banca não endossa a tese, não vou ser aprovado com louvor.

As coisas não acontecem, não por uma previsibilidade e sim pela total falta de previsibilidade, que não influencia o acontecimento ou a falta dele, apenas determina que coisas e expectativas de acontecimento andem de mãos dadas.

Exemplo clássico disto poderia ser o ocorrido na última eleição com meu amigo gordoidão, filo­só­fo contemporâneo, decepcionado com o resultado das eleições passadas, não por que sua candidatura não foi bem sucedida, já que o filósofo privilegia a polis, o espírito republicano, onde ganhar e perder não tem o mesmo significado que pra nós simples mortais.

Meu querido amigo, voltando a sua paixão aos deuses da beleza, Adonis, Apolo, Narciso, louvando a estética da ética onde se constrói o ideário moral pela repetição da beleza do gesto, estendeu sua interpretação para questões físicas aparentes e palpáveis.

Esperava pela eleição do Dr. Rey, o Dr. Holywod, que esteve no Thermas em visita eleitoreira, e cativou muita gente e talvez a alma filosófica do guru desta gente sofrida.

O que talvez tenha aproximado nosso “arântico ser” do Dr. Rey talvez tenha sido a promessa de cirurgias plásticas feitas pelo SUS levada a efeito pelo candidato no período eleitoral.

Uma possibilidade, e os línguas pretas já anunciam isto pelas ruas, é que o filósofo em reencontro com os deuses da beleza, pretendia dar uma renovada na carcaça, uma repaginada, uma volta ao mo­de­lito Gostosão da Usina Bar­bacena, e contava com a proposta do Dr. Rey para retirar uns 200 quilos de excessos abdominais, excessos de pelancas.

E ai volta a pergunta – Por que as coisas não acontecem?.

No caso especifico, que culminou com a decepção do meu amigo com o pleito eleitoral que não trará a diminuição de seu peito, barriga e bumbum, está a não eleição do Dr. Rey que poderia abrir caminho a que as plásticas ocorressem e a beleza bastante avariada pudesse ser amenizada pelo bisturi dos famosos.

Nada o impede de continuar sonhando, enquanto destila mágoas por não ter alcançado este teu objetivo, que o colocaria, em segunda hipótese, no campeonato de musculação para futura disputa do Mister Universo.

Sonhos adiados e não mortos, provam por que às vezes as coisas não acontecem na prática, ou são adiadas por completa falta de viabilização, e outras vezes nada provam, por não se configurarem do plano do virtual para o real.

Terminando a profunda discussão acerca de tema tão necessário à continuidade de determinados aspectos comportamentais que mesmo que não definam porquês e senões que povoam nossa infértil imaginação, culminam por definir que é melhor escrever do que coçar, quando o órgão “coçativo” está inviabilizado por questões de ordem médica.

Melhor fazer isto do que se perguntar: Por quê o Macaco Tião não se elegeu?

Então, há várias hipóteses para esta pergunta, entre elas a sensação de que teria sido eleito considerado o número de candidatos sem condição nenhuma de trabalhar em prol da população, mesclado a grande preocupação com a republica das bananas que o Macaco Tião demonstra.

Era seu momento, e só se explica não ter sido eleito o fato de não ter registrado sua candidatura …

Putz… escrevi demais, quase oito mil caracteres, mas o tema merece, muito embora tenha tocado em feridas profundas e recentes, sem contar a vaidade de alguém que pode muito bem, caso queira, perdida cirurgia plástica com o Dr. Rey e magoado com o processo eleitoral, pela injustiça praticada contra o holywo­diano cidadão, cortar o meu espaço por aqui.

Ai, no anonimato, só me restará a pergunta.

– Por que as coisas acontecem?

 

Willian A. Zanolli é artista plástico, jornalista, estudante de di­reito e você pode acompanhá-lo no www.willianzanolli.blogspot. com e na Rádio Cidade FM 98.7 Mhz às terças e sextas-feiras no programa Cidade em Destaque, das 11h30 às 13 horas.

 

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