13 de outubro | 2012

Será que vai haver mudanças na Câmara?

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Do Conselho Editorial
A lógica permite visualizar que houve mudanças nos nomes que irão compor o Legislativo no próximo ano. Isto não significa, no entanto, que vá haver mudanças no comportamento dos vereadores que irão assumir, que os diferencie dos que irão sair.

A nova composição da velha Câmara que assumirá em janeiro sinaliza por si só que teremos no próximo ano uma das piores composições de Legislativo que tivemos em toda a história da cidade.

Não há nada de novo, nem nos nomes e muito menos nas posturas de maioria dos eleitos, afora, talvez, a incógnita de um único eleito, que embora tenha frequentado os corredores daquela casa na condição de funcionário não se pode adiantar qual será o posicionamento futuro do eleito Marcelo da Branca.

Becerra Canhada é por demais conhecido por já ter sido presidente daquela casa e ter deixado atrás de si um histórico que em nada valoriza sua biografia parlamentar. Eleito pelo situacionismo, dificilmente fará mais do que sempre fez quando no exercício do cargo e que deixou muito a desejar.

Marcão Coca patrocinou situações inusitadas com suas indecisões, sendo alvo de críticas muito severas no período que era vereador e eram notórias as suas diversas mudanças de opinião.

Jesus Ferezin que, como os outros, retorna ao exercício parlamentar, ao longo de sua história nunca fez ou foi oposicionista sempre se aliando ao poder, uma prática também defendida pelo vereador Toto Ferezin que deixa o poder exatamente em função de suas posições dúbias.

Salata, que volta na condição de titular do cargo, após ter preenchido o espaço na condição de tapa buraco, retorna situacionista até a medula, com independência para deixar de sê-lo, o que não se cogita se for levada em conta sua conhecida aderência ao poder, cujo rompimento se dá por circunstâncias nem sempre ideológicas.

Pastor Leonardo, que já servia ao senhor de engenho em cargo comissionado no Procon e defendia o que estava patrão com unhas e dentes, a menos que ocorra um milagre, continuará na sua missão situacionista.

De sobra, Guto Zanete, cuja postura legislativa é da visão mais imediatista possível, sendo extremamente favorável a política de resultados, dificilmente sairá de sua cômoda condição de predileto do alcaide.

Bertoco, se orgulha de sempre estar ao lado do eleito para o que der e vier, seja ele quem for, razão mais que clara para nem se preocupar com seu posicionamento que é claramente chapa branca, sempre.

Beto Puttini, desnecessário discutir seu posicionamento por demais conhecido dos eleitores olimpienses, razão pela qual não se deve esperar nada além do posicionamento a favor de tudo quanto for oficial.

Hilário Ruiz é famoso por ter talento de camaleão, que vai mudando de cor de acordo com a situação que se vislumbra, ora está situacionista de corpo e alma e outra hora oposicionista ensaboado.

Esta é a composição da nova Câmara que poderá ser mudada pelas conveniências do poder, indo um pra lá e vindo outro pra cá, trocas para acomodação dos derrotados, uma prática muito criticada quando se trata dos que se colocam na oposição e que passa como comum quando se trata de governos da direita reacionária.

Pelo quadro, tudo indica que a população vai passar quatro anos reclamando dos vereadores que escolheram para representá-los e em que pese o enorme respeito a democracia, a impressão que passa que não será exatamente isto o que farão pelo histórico da maioria dos eleitos de atrelamento e submissão ao Poder Executivo.

Uma das grandes falhas do sistema eleitoral brasileiro pode estar exatamente no fato de que os eleitos em quase todo território nacional para o Legislativo, pela quantidade de churrasco, cerveja, cesta básica e notas de cinqüenta que utilizam para viabilizar suas candidaturas, deveriam muito mais ser garçons em churrascarias, entregadores em supermercados ou caixas de banco, nunca legisladores.

Infelizmente o Brasil que muda sem mudar nada é este que ai está a mostrar sua cara.

Agora é esperar para ver quatro anos o povo se queixando dos que ele, por razões moralmente nem tão elevadas assim, colocou lá para cuidar de seu destino, como se seu destino valesse apenas uma costela com sal grosso e uma caixa de cerveja que estava em promoção.

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