06 de dezembro | 2020

Será que vai ter a campanha “vereador não pode ser Secretário”?

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“Pessoal anda assanhado nas redes e só esperando
pra postar fotos dos traidores do voto e adeptos
da corrupção, deterioração, perversão
moral que é vender a ilusão de que
defenderia o povo no Legislativo e
depois abandoná-lo em razão de
cargos e vantagens que se
presumem injustificáveis”.

Do Conselho Editorial

Já se esboça nas redes sociais, após a fala de Fernando Cunha, um movimento no sentido de fazer uma campanha pesada contra vereadores eleitos não assumirem secretarias.

Se for pensar pelo aspecto político da visão brasileira de que sempre foi assim e se mudar pode até ficar pior, talvez haja quem dê razão ao prefeito.

Desde muito, para compor sua base, manter aliados e satisfazer não eleitos bem votados e cabos eleitorais, prefeitos, governadores, presidentes, arrastam eleitos para algum cargo e o povo e o voto que se danem.

Como se incutiu no imaginário que esta prática é antiga e que a governabilidade passa por ai, este gesto de corrupção passou a incorporar o poder como se fora normal e apropriado à saúde moral da democracia.

Corromper pode significar: peitando, pervertendo, abastardando, modificando, subornando, adulterando, depravando, desnaturando, viciando.

Ou para quem preferir ser mais ácido: apodrecido ou estragado (falando de algo concreto); deteriorar-se.

E também: perverter-se moral ou fisicamente.

Estas as belezas do ato de se corromper, que a maioria dos políticos veste como se fosse traje de noite de gala, por viver a ilusão de que o povo não os percebe nus e desprovidos de senso critico ou noção da realidade.

Ser eleito para um mandato e renunciar ao desejo expressado pelo povo nas urnas não só demonstra desprezo pelo voto e pela confiança depositada, como uma demonstração de falta de caráter e comprometimento com o oportunismo e o carrei­rismo.

Sim! Porque os que aceitam esta ignomínia, esta aberração, este absurdo da política nacional, o fazem por interesses mesquinhos e sorrateiros avaliando que vai utilizar a máquina pública atendendo desejos de uma população desassistida depois se reeleger com o auxílio da máquina pública.

Mais que isto, deseja, muitas vezes, alojar seus cabos eleitorais com pol­pudos salários encostados por quatro anos sustentados pelos eleitores que traiu, para na eleição vindoura contar com eles para pedir votos novamente.

Sem contar a divisão de salários, famosa racha­di­nha que ocorre muito por ai.

A discussão começou e os bastidores já se movimentam com os devidos oferecidos e os que entendem que deram sangue e não foram reconhecidos nas urnas (os derrotados) mostrando disposição para mais esta distorção do sistema brasileiro.

A coisa é tão sem vergonha, canalha, inescrupulosa e velhaca, que a tal acomodação depende de quem é suplente para se fazer o jogo das inconcebíveis vantagens pagas pela população.

Se o suplente não contar com a simpatia do gover­nante não haverá dança das cadeiras, por ai já dá pra se ter uma noção do nível de corrupção destas trocas vergonhosas e inconcebíveis.

Se bem que político que comprou voto está pouco se lixando para o que quer que seja, já desceu ao fundo poço, resta pouco ou quase nada do rebotalho que se transformou em termos de decência.

Tudo que vier é lucro, tudo que vier vem bem.

Ocorre que os tempos se não mudaram, parece pelo menos que mudou e a quantidade de candidaturas que antes eram impensáveis e foram eleitas pelo país afora.

Além de uma renovação muito alta no Legislativo, de maneira geral, pode levar o pessoal a refletir se vale a pena se expor à opinião pública trocando a cadeira no Legislativo por um cargo de Secretário e correr o risco de não se reeleger.

Pessoal anda assanhado nas redes e só esperando pra postar fotos dos traidores do voto e adeptos da corrupção, deterioração, perversão moral que é vender a ilusão de que defenderia o povo no Legislativo e depois abandoná-lo em razão de cargos e vantagens que se presumem injustificáveis.

Em breve novos capítulos.


 

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