01 de fevereiro | 2015

Valor venal atribuído de Eugênio começa a preocupar

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DO CONSELHO EDITORIAL

Os proprietários de imóveis e terrenos que receberam os carnês de IPTU deste ano já começam a agradecer o presente de grego que Eugênio José e os vereadores Beto Puttini, Salata, Ferezin, Becerra, Marcos Coca, Marcelo da Branca, Pastor Leonardo, Cristina Reale e Paulo Polizello lhes deram ao aprovar o aumento do valor venal do imóvel e consequente o IPTU dos contribuintes.

Casas em terreno com área de aproximadamente 260 metros e área construída de 90 metros cujo valor venal do imóvel era, no conjunto terreno e casa, próximo ou pouco mais de $$ 15.000,00 e o IPTU a ser pago R$ 280,00 reais em média passou a ter como valor venal atribuído quase ou mais de R$ 88.000,00 e o IPTU passou a ser muitas dezenas de por centos mais cara.

Lógico que estes números, são fictícios e tomam por base carnês de IPTU de uma determinada área da cidade e de um tipo de construção simples, visto que o estudo que implica nos valores levantados pelo poder público leva em conta uma série de implicações que tanto pode ampliar quanto diminuir o valor tomando por base, bairro, valores de construção, terreno, tipo de casa, anos e outras que não é o caso aqui discutir.

Tomando como parâmetro para a discussão, este exemplo dá a mostra da disparidade que foi a ampliação do aumento proposto por Eugênio e votado pelos vereadores de sua base de sustentação.

No carnê deste ano, este mesmo imóvel fictício teve ampliado o seu valor para próximo de $ 95.000,00 reais e seu IPTU que era em torno de $ 280.00 e foi para próximo de $360.00 pulou para mais de $ 420.00,00 reais.

Isto, uma casa simples em um modesto bairro da periferia local.

Nada demais se o absurdo contido na ampliação do valor não fosse ilógico e desproporcional e a realidade imobiliária que o município vivenciava no momento da ampliação do valor e agora.

Os valores dos imóveis e terrenos realmente não configuravam em termos reais aquilo que na prática se dava, imóveis como este, fictício, valeria no mercado real entre 40 e 50 mil e seu valor venal seria de apenas 15 mil.

Ocorre que em função do turismo, aliado a uma farsa elencada nos bastidores dos interesses imobiliários, foi forjado um boom que provocou o lançamento de inúmeros loteamentos ao mesmo tempo e a cidade parada no tempo e no espaço passou a ser vendida como se fora uma janela de oportunidades para se investir em imóveis.

Empurrado por estas fantasias os aluguéis alcançaram patamares assustadores e não se encontrava casas disponíveis para satisfazer a procura; no bojo desta explosão o preço dos imóveis e dos terrenos subiram estratosfericamente.

Exatamente no pico, de forma irresponsável, Eugênio José e os vereadores, crentes da impunidade e do esquecimento, elevaram o IPTU de maneira incoerente e sem nenhuma vinculação com administração coerente da economia local.

Traduzindo, foi um verdadeiro chute, não houve estudo do impacto disto na sociedade e muito menos se discutiu qual seria a repercussão destas medidas impopulares na economia local em caso de ampliação da crise internacional que já sinalizava que aportaria por aqui.

Os reflexos já estão sendo sentidos, na quantidade imensa de imóveis e terrenos disponibilizados para venda e aluguel em todos os cantos da cidade, além do significativo aumento da inadimplência relacionada ao IPTU revelada pelo Secretário de finanças.

O que poderia ser mais grave entre todas estas constatações é a de que muitos imóveis, como previsto nas páginas deste jornal, em entrevistas com especialistas da área e conjecturas neste e noutros espaços dedicados a opinião, já estão com seus valores de mercado menores que o valor venal atribuído pelo poder público.

Isto começa a preocupar, primeiro por demonstrar total distanciamento do poder público da realidade, incompetência total no que tange a discutir sistemas econômicos financeiros sujeitos a flutuação dependendo de variações no mercado provocado por crise ou desaquecimento do setor.

E, mais que isto, insensibilidade total no trato com questões sociais, enfiando goela abaixo decisões de gabinete tirada por almofadinhas totalmente despreparados endossadas por arremedo de legisladores, vereadores que infelizmente não saberiam escrever o ó básico da economia com um fundo de copo como guia, e que aprovam o que desconhecem e defendem o que não estão sequer preparados para falar sobre.

O valor venal encaminhado por Eugênio e votado pelos endossadores do executivo de plantão já começa a preocupar setores da sociedade que antes estavam acomodados por entender que a medida não os atingia e que agora percebem que também estão no olho do furação e se somam as forças que se antagonizaram as medidas do menino Geniozinho incorporando mais descontentamento e insatisfação a um governo que vai de mal a pior e já dá mostras que a pilha alcalina do inicio de mandato não era recarregável e gira lentamente o motor evidenciando que pode parar, como algumas obras, a qualquer momento. 

 

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