08 de abril | 2012

Editorial

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Responsabilidades e irresponsabilidades no trato com a notícia


Do Conselho Editorial
Não seria necessário repetir o que já foi amplamente discutido desde que foi criada a comunicação entre os homens.

Tudo, porém, indica, que alguns, em detrimento do beneficio coletivo, em favor de seu umbigo e da manutenção do alimento servido às suas lombrigas, das vaidades, do individualismo, do sentimento egoístico, da necessidade equivocada do exercício da hipocrisia, se vendem por tostões.

E, ao contrário do exercício pleno do direito de manifestar seu pensamento para a construção de uma sociedade e de um mundo mais justo e pleno de manifestações sensatas, optam pelo desequilíbrio, que chega, às vezes, as raias da loucura.

Fala-se aqui do comprometimento do homem de imprensa com a seriedade, com a honestidade, com princípios, com lisura e sobretudo com a responsabilidade de ser imparcial nas suas ponderações.

Não é o que se vê e o que se vivencia em Olímpia nos últimos tempos, para ter exatidão, necessário acrescentar, que desde a instalação do atual governo.

Embora fosse combatida, sempre houve por aqui a ideia, ou a tentativa inconcebível de se amordaçar a imprensa livre, a tentativa da imposição do pensamento único.

Nunca, porém, se instalou com tanta ferocidade, agressividade e falta de ética um estado paralelo que beira as milícias marginais, e ao comportamento mafioso, no município, como agora, nos meios de comunicação, e no universo da internet.

Não há lógica, racionalidade, nem princípio que contenha as manifestações de ódio invocadas a título de defesa do poder central.

Nada parece deter aqueles que vivem catando migalhas que caem das mesas dos poderosos de plantão, que não respeitam pessoas, famílias, ordem social, justiça, ou o que se coloque em seu caminho que considerem como possível empecilho na busca da perpetuação de um sistema carregado de suspeições, cuja lógica parece, a princípio, ser a da compra do cidadão pelo emprego, pela promessa de emprego, ou por vantagens tidas por quem lê na cartilha dos bons princípios como, no mínimo, imorais.

E é nesta esteira da possibilidade da perversão dos costumes, da volta à barbárie, que membros da comunidade informativa venderam, ao que tudo indica, suas penas e vozes para conduzir um trabalho avesso as suas funções de bem informar, para satanizar os que divergem da orientação daquele que coloca a sobra do “fubázinho” no cocho que eles pensam que se nutrem.

E virou esta terra uma terra de agressividade, de conteúdos imorais, de questiúnculas pessoais, de posicionamentos ególatras, e de espaços de louvores a loucos, doidivanas, que esgotam no espaço sua debilidade como se fora ela untada da mais verdadeira e cremosa verdade.

Sabem eles, no entanto, que faltam com a verdade, que mentem, que por puxa-saquismo e ódio, alimentam na sociedade um ódio desnecessário e brutal que atinge pessoas, famílias, instituições sérias, que entregues a sanha da mentalidade dos que estão a venda, são manchadas em sua honra e reputação.

Não se pode creditar estas situações constrangedoras a pouca idade do governante, levando-se em consideração que as manifestações panfletárias, desprovidas de lógica política e carregada de ódios pessoais, muitas vezes são orientadas de gabinetes, de onde se presume tenha o aval do governante, esta ampliação do uso dos meios de comunicação para se lançar dúvidas inconsequentes acerca deste ou daquele indivíduo ou instituição.

Necessário ter claro que o poder prescinde da presença de um estadista, de um humanista, de um líder carismático, e não de um estimulador de acidez e de revoltas pessoais que permitem afastamentos e não propõem aproximações.

Se não se pode creditar, enquanto justificativa, a pouca idade do governante, sua formação de direita radical e truculenta o crescendo desta violência na mídia, pode se afirmar o comprometimento de parte da mídia venal e corrompida que contrariando o disposto no código de ética da categoria, e no desrespeito total a posição ética individual de cada um, se propõe ao ridículo papel de alimentar, por conta de algumas misérias, este estado de coisas que aviltam o viver em sociedade e contribui para destroçar a idéia do comprometimento da imprensa com a verdade.

Hora de rever conceitos, quando homens cuja função é informar, utilizam esta ferramenta para manipular a favor de títeres truculentos, hora de dar meia volta e repensar a sociedade que não só chafurda em um mar de lama e escândalos, começou a perder o referencial de decência e dignidade, pois alguns homens que antes vendiam de forma inescrupulosa seus trabalhos, passaram a vender ideias, que contrariam o espírito do viver em democracia.

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