27 de abril | 2015

A adolescência e as drogas

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Segundo o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), 5,2% dos brasileiros entre 12 e 17 anos são dependentes de álcool, 2,2% de tabaco, 0,6% de maconha e 0,2% de tranquilizantes.

Ambiente favorável ao uso e amigos usuários facilitam o contato e as primeiras experiências com as drogas, em especial com o álcool, que tem a menor idade de início de uso entre as drogas. Em média, os estudantes pesquisados ingeriram álcool pela primeira vez com 12 ou 13 anos.

Depois do álcool, as drogas que crianças e adolescentes experimentam com menor idade são o tabaco, os solventes e os medicamentos (anfetaminas, anticolinérgicos e ansiolíticos), e em seguida as drogas ilícitas, como maconha e cocaína.

Por que os adolescentes usam drogas?

– para parecer adulto (a droga é vista como símbolo de maturidade)

– para fugir ao domínio dos pais e parentes (a droga é vista como facilitadora do processo)

– para ser aceito pelo seu grupo de amigos

– para fugir ao estresse

– para rebelar-se contra o sistema em que vive

– para aumentar sua capacidade de aprender
Se o adolescente continua a usar a droga depois de experimentar, é sinal de problemas graves, como a depressão, por exemplo. Segundo o especialista em saúde mental Fleitlich-Bilyk, essa doença atinge 1% de crianças e jovens brasileiros.

Como saber se um adolescente usa drogas?

Alterações repentinas de comportamento, agressividade, irritabilidade e queda no rendimento escolar são os primeiros sinais. Também pode ser sintoma a ocorrência de:

– acidentes frequentes

– doenças mal definidas, como tosse, rinite e falta de ar

– dores abdominais e náuseas

– mudanças no sono e apetite, levando ao emagrecimento

– mudança no grupo de amigos

– opiniões extremas quando o assunto é drogas

– cultura do uso de drogas, (camisetas, adesivos, músicas)

– aumento do tempo recluso dentro do próprio quarto e

– desaparecimento de objetos pessoais e da casa.

Além de estar atento a essas mudanças, a melhor maneira de se descobrir se um adolescente está usando drogas ainda é uma conversa franca sobre o assunto, com tato, bom senso e tranquilidade. Isso pode ser suficiente para alertar e afastar o perigo das drogas. No entanto, acompanhamento especializado e até uma internação podem ser necessários em situações de maior gravidade.

Quais as consequências para o adolescente?

As mudanças são mais evidentes nos meninos, que costumam se envolver em problemas com a polícia, ter baixo desempenho ou até abandonar a escola. Já a depressão é mais frequente nas meninas. É comum também o envolvimento em furtos, roubos, tráfico de drogas ou prostituição como meio de adquirir dinheiro para comprar droga. Nos usuários crônicos de maconha há perda do interesse pelas atividades normais da idade.
O tratamento do adolescente é diferente?

Ao contrário dos adultos, que já teriam desenvolvido seus papéis na sociedade antes da dependência, os adolescentes frequentemente encontram maior dificuldade para ficar sem a droga porque não conseguem – e muitas vezes não sabem, por falta de referência anterior – preencher seu tempo com atividades sem relação com as drogas.
Por outro lado, o adolescente e o pré-adolescente sabem que não podem voltar ao comportamento anterior, no qual correriam o risco de usar novamente essas substâncias. O tratamento exige, portanto, que o adolescente reconstrua sua identidade, e a maior dificuldade é que essa identidade é completamente nova, não pode ser relembrada, porque não existia de forma completa. Deve ser construída. Não se trata de reabilitação, mas sim de habilitação, na qual, independentemente do tipo de tratamento, a participação da família é essencial.
Outra peculiaridade é que o adolescente não tem consciência plena dos problemas físicos ou psicológicos que as drogas podem causar. 

 

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