24 de julho | 2021

Diversidade é celebrada em “Falas de Orgulho”

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Especial mostrará trajetórias de amor e aceitação de pessoas LGBTQIA+

 

Nesta segunda, dia 28, data em que se celebra o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, a Globo exibe uma programação especial. Logo de manhã, Fátima Bernardes recebe no palco do “Encontro” o ex-“BBB” Gil do Vigor. A apresentadora mostra histórias de pessoas LGBT que tiveram suas vidas transformadas a partir da consciência da própria sexualidade. O matinal contará ainda com a  participação da atriz Vitória Strada e do ator Hugo Bonemer em uma reportagem especial relembrando as conquistas das pessoas LGBT nas últimas décadas. Fátima conversa também com o psiquiatra Jairo Bouer, que responde dúvidas comuns aos brasileiros sobre o tema. E, para fechar o programa, será exibido um clipe da música “Toda Forma de Amor”, de Lulu Santos, cantada por ele e outros artistas convidados.

Mas, o destaque fica para a noite, quando vai ao ar o especial “Falas de Orgulho”. Serão apresentados oito personagens de diferentes idades, regiões, trajetórias de vida e religiões – e por trás delas, histórias de superação, preconceito e autoaceitação, passando por temas transversais às letras que formam a sigla LGBTQIA+. Para contar essas histórias, a equipe do especial percorreu diversos Estados do país e acompanhou essas pessoas em seu cotidiano: na intimidade de suas casas, trabalho e com os amigos. Além dos bastidores do dia a dia desses oito personagens, o público também terá a oportunidade de ouvir seus depoimentos: as histórias marcantes de suas vidas contadas em primeira pessoa em estúdio. Um momento que promete muitas emoções – tanto para eles, quanto para os espectadores. Ao final, a diversidade será celebrada em um clipe musical exclusivo. O especial tem direção artística de Antônia Prado e direção de Washington Calegari.

A cada edição o “Falas de Orgulho”, que faz parte do “Projeto Identidade”, propõe-se a um diálogo social, a partir de temas que estão vinculados às datas de nosso calendário. O público conhecerá a história do transgênero Richard Alcântara, da transgênero  Ariadne Ribeiro, da lésbica Geisa Garibaldi, da lésbica Ângela Fontes, do gay Fábio Henrique dos Santos, do gay Mário Leony, do bissexual Maycon Douglas e da bissexual Mariana Ferreira.

Richard Alcântara tem 24 anos e é de Caçapava, interior de São Paulo. Ele tinha 15 anos quando contou para mãe, Rosinete, que era um homem transgênero. Richard já foi agredido por um policial e tem que lidar com ofensas quando usa o banheiro masculino em locais públicos. Richard faz terapia com hormônios e espera na fila do SUS pela cirurgia de retirada dos seios.

Outra convidada do “Falas de Orgulho”, é Ariadne Ribeiro. Ela tem 40 anos e na infância, quando já manifestava sua identidade de gênero feminina, sofreu com o preconceito na escola e na família. Mais tarde, precisou se prostituir para não passar fome e, na rua, foi estuprada e contraiu HIV. A virada veio por meio da educação: se formou em Pedagogia, concluiu mestrado e doutorado em Psiquiatria. Aos 27 anos, fez cirurgia de redesignação de gênero. Ariadne é assessora de apoio comunitário do Unaids – programa que coordena onze agências da ONU nas ações que visam o fim do HIV/AIDS até 2030.

Já Geisa Garibaldi de 37 anos, moradora do subúrbio do Rio de Janeiro, “pega no pesado” para sustentar a casa. A carioca, que é pedreira e eletricista, tem uma microempresa, a Concreto Rosa, que oferece serviços de mão de obra executados exclusivamente por mulheres. Geisa tem um filho, Kaetano, de 11 anos, que vê com naturalidade a sexualidade da mãe.

Com 69 anos, Ângela Fontes nasceu numa família católica e precisou viver seus relacionamentos com outras mulheres às escondidas. Paulista de Luiziânia, interior do Estado, Ângela revelou sua sexualidade para a família de forma inusitada e já na Terceira Idade. Ela e a esposa deram uma entrevista ao Portal G1 após a estreia da novela “Babilônia”, em 2015 e foram pegas de surpresa pela repercussão – e pelos parentes, que, ao lerem a reportagem, deram todo o apoio ao relacionamento.

Morador do interior de São Paulo, Fábio Henrique dos Santos, de 30 anos, foi criado pela avó materna, que o expulsou de casa aos 17. Ele se mudou para Campinas e lá começou a “se montar” e explorar o universo drag. Foi quando, após perder a avó e em quadro de depressão, viu em Sasha Zimmer, sua drag persona, a oportunidade de dar a volta por cima: conseguiu trabalhos, ganhou concursos e atualmente mora em São Paulo.

Mário Leony tem 46 anos e é delegado da Polícia Civil há 20 e atua na Divisão de Homicídios, em Aracaju (SE). Criado por pais conservadores, o aracajuano teve grandes dificuldades em aceitar a própria sexualidade ao longo da sua trajetória. Atualmente, Mário está casado há 13 anos e, desde 2010, integra um grupo que combate a LGBTfobia na polícia.

Morador da Rocinha, Maycon Douglas de 27 anos se mudou de Pernambuco para o Rio de Janeiro aos três anos com a mãe, Dona Carmelita. Ao longo de sua adolescência, quando ainda não tinha entendimento sobre a sua bissexualidade, Maycon já precisava encarar preconceitos e era alvo de “piadas” por parte dos amigos e vizinhos.

De origem humilde, Mariana Ferreira de 35 anos foi a primeira na sua família a frequentar a universidade. Formada em Medicina pela UERJ e profissional do SUS, a carioca chegou a se casar na igreja e viver um lado mais “convencional” da sua sexualidade. Foi somente após o divórcio, aos 28 anos, que Mariana decidiu viver livremente e passou a também se relacionar com outras mulheres.

Além da telinha da Globo, que vai ao ar após a novela “Império”, “Falas de Orgulho” também será exibido no GNT, no dia 30 e ainda no Canal Brasil, no dia 2 de julho.

 

 

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