05 de outubro | 2021

“O Clone” projetou Marrocos para o Brasil

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Os famosos curtumes do Morrocos. As peças confeccionadas em couro são as grandes vedetes da Medina de Fès, mas quem vê o produto final não imagina o modo rudimentar e artesanal pelo qual o couro é curtido e tingido / GB Imagem

O artesanato do Marrocos é extraordinário, mas não vá comprando no impulso. A ordem por lá é pechinchar / GB Imagem

A riqueza dos tapetes marroquinos, com sua inigualável profusão de cores e desenhos; eles são famosíssimos no mundo inteiro / GB Imagem

A Medina é um conjunto de ruelas, que fica na parte antiga da cidade, que formam verdadeiros labirintos onde é muito fácil se perder. Ali se concentra todo o comércio / GB Imagem

O camelo é o veículo obrigatório para quem pretende se aventurar pelo deserto do Marrocos. Se você não quer viver esta aventura, pelo menos tire uma foto com o animal / GB Imagem

No Marrocos tudo é muito exótico e colorido. As mais variadas cores e texturas se misturam com a arquitetura local, deixando o lugar único. Na foto, o interior de um típico restaurante marroquino / GB Imagem

Sendo um dos cenários de “O Clone”, sucesso de 2001 na tela da Globo, muitos brasileiros foram apresentados ao Marrocos pela novela de Glória Peres, que a partir desta segunda volta ao ar nas tardes da emissora, no “Vale a Pena Ver de Novo”.

Na época de exibição da trama, há 20 anos o telespectador ficou grudado na telinha, não só por causa dos personagens, mas também pelos belos cenários e costumes marroquinos que foram retratados. Realmente, Marrocos é um país único que vale uma viagem recheada de aventuras.

O Marrocos é um país de sonhos; o lugar remete o visitante ao mundo das fábulas, das histórias dos reinados das mil e uma noites com suas danças e comidas exóticas. Para se chegar ao país é preciso pegar um avião no Brasil, fazer uma escala em Madrid ou em Lisboa, e dali seguir até a famosa cidade, considerada a porta de entrada para o Oriente. Dividido por uma imponente cadeia de montanhas, o Marrocos revela paisagens exóticas e diversificadas. Ao Norte, o clima é mais ameno, tem florestas, montanhas e praias. Já a região Sul, a população é de mais baixa renda, tem praias e areia, mas muita areia mesmo. É o quente e misterioso Deserto do Saara.

Dizer que o lugar é exótico é pouco. Por ali correm lendas e mais lendas; histórias contadas de pai para filho dão conta de que mulheres são roubadas ou se oferecem “uma caravana de cem camelos” por uma mulher, principalmente as estrangeiras. Tudo isso é dito com muito bom humor pelos milhares de vendedores da cidade, que fazem literalmente tudo para que o freguês adquira sua mercadoria. É bom lembrar que pechinchar é a palavra de ordem.

Um lugar bastante conhecido é a Medina. A Medina é um conjunto de ruelas, que fica na parte antiga da cidade, e formam verdadeiros labirintos onde é muito fácil se perder. Ali se concentra todo o comércio; na Medina se encontra de tudo, desde ervas para o tradicional chá até ouro. Isso mesmo, ouro, que é vendido como qualquer outra mercadoria. Quantos aos ladrões, eles são severamente punidos pela lei muçulmana: têm a mão direita decepada, daí ficam marcados para sempre e nem se atrevem a aparecer.

E quem rouba não escapa impune por isso o comércio dos produtos se dá com “naturalidade”, digamos assim.

O Marrocos além de reunir montanha, mar e deserto, oferece aos visitantes um inusitado visual de frutas, roupas e mosaicos. Muitos costumes, seguidos há séculos, são o passaporte garantido para o passado, como o tradicional chá de menta, bem doce, que equivale ao nosso cafezinho e é responsável pela aproximação e confraternização social. É esta famosa bebida que coroa uma das práticas mais tradicionais: a negociação.

Tudo o que se compra, tem que ter negociação no preço. Claro que os vendedores dizem o primeiro preço das mercadorias um pouco maior do que o real, daí começa a barganha. E como eles gostam disso!

A rede de hotéis e restaurantes não deixa nada a desejar. Também as estradas e ferrovias são bem conservadas, facilitando o acesso.

A capital do Marrocos é Rabat, que sedia o Palácio Real; construído em 1755, é sede do governo do Rei Mohammed VI. Chegando lá é preciso visitar a Kasbah Oudaias, que foi construída no Século XIII, acima do ponto onde o Rio Bou Regreg, que separa Rabat de Salé, se encontra com o mar.

Sem dúvida, a mais famosa das cidades imperiais é Fès, capital artesanal e cultural do país. Na verdade, o lugar é constituído por três cidades. Fès el-Bali, fundada no Século VIII e que integra o patrimônio histórico da UNESCO; Fès el-Jadid; e a Cidade Nova.

A Medina de Fès, com suas 10 mil ruelas, é visita obrigatória. A volta ao tempo é garantida. É emocionante penetrar e seu interior e mergulhar na profusão de cores, aromas e sons. Prepare-se para grandes emoções e não é um passeio que se pode fazer com pressa e nem em um dia só.

Marrakech é considerada a capital do sul do Marrocos; fundada em 1602, seu nome significa “passe rápido que o sol se põe”, um aviso aos viajantes para que passassem rápido pela cidade que tem 15 quilômetros de muralhas, antes do fechamento das vinte portas. Assim estariam seguros dos ataques dos bandidos. Uma das atrações por lá é o Palácio Bahia.

A comida marroquina é famosa por seus temperos, por isso, por todo lado existem “montanhas coloridas” de todos os tipos e gostos de temperos e especiarias. E nenhuma destas iguarias ficou mais famosa do que o Corne de Gazelle, que na verdade é um doce típico daquela região, um tipo de pastelzinho feito com massa de semolina, recheado normalmente de nozes e tâmaras e frito em óleo quente. Famosíssimo também é o Cuscus Marroquino, cuja mistura para o preparo pode ser encontrada, no Brasil, nas casas de produtos importados.

Não deixe também de conhecer os famosos curtumes do Morrocos. As peças confeccionadas em couro são as grandes vedetes da Medina de Fès, mas quem vê o produto final não imagina o modo rudimentar e artesanal pelo qual o couro é curtido e tingido.

Para garantir o sucesso de uma excursão pelo Marrocos, é melhor optar por um dos inúmeros pacotes turísticos oferecidos pelas agências de viagem, mas o ideal é esperar a pandemia passar para fazer uma viagem internacional. O turista brasileiro não precisa de visto em seu passaporte para entrar no Marrocos. Somente as mulheres deverão ter certo decoro com as roupas, não é preciso que cubram as cabeças com o véu, mas é bom evitar shorts ou saias muito curtas.

 

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