09 de janeiro | 2017

O drama de dois irmãos é tema da nova minissérie da Globo

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Na fase adulta, os gêmeos Yaqub e Omar serão interpretados pelo ator Cauã Reymond / João Cotta-RG

Devido a grande semelhança, Mateus Abreu dividirá algumas cenas de “Dois Irmãos”, com Cauã Reymond, na interpretação dos gêmeos Yaqub e Omar / João Cotta-RG

 

 

Gravada já há algum tempo e engaveta,  finalmente a Globo resolveu estrear “Dois Irmãos”. Baseada na obra célebre do escritor amazonense Milton Hatoum, a minissérie será exibida em dez capítulos que foram escritos por Maria Camargo e que tiveram direção artística de Luiz Fernando Carvalho. A trama, protagonizada por Cauã Reymond, vivendo os irmãos gêmeos do enredo, na fase adulta, vai ao ar nesta segunda, na tela da Globo, logo após “A Lei do Amor”.

Personagens centrais de uma história que se desenvolve em Manaus entre as décadas de 1920 e 1980, Omar e Yaqub (Lorenzo e Enrico Rocha/Matheus Abreu/Cauã Reymond) são testemunhas e representantes de seu tempo em “Dois Irmãos”. A capital amazonense dos irmãos gêmeos que protagonizam o grande drama familiar condutor da minissérie é vista por meio de um olhar realista do diretor, que persegue uma ancestralidade do Mediterrâneo em terras amazônicas, uma das vertentes culturais que participa da formação do povo brasileiro no século passado.

Com uma narrativa não linear, a história é contada por Nael (Theo Kalper/Rian Cesar/Irandhir Santos), o filho da indígena Domingas (Sandra Paramirim/Zahy/Silvia Nobre), empregada na casa de Halim (Bruno Anacleto/Antonio Calloni/Antonio Fagundes) e Zana (Gabriella Mustafá/Juliana Paes/Eliane Giardini). Membro renegado da família, ele tece uma colcha de retalhos costurada por memórias, que tenta compreender os acontecimentos que levam aquele clã singular à ruína no mesmo ritmo em que Manaus se deixa descaracterizar completamente, desde o declínio do comércio da borracha à criação da Zona Franca. As entrelinhas do romance de Milton Hatoum são transformadas em imagens vívidas, que reforçam o realismo da obra.

O crescimento populacional desordenado, o surgimento e a extinção da cidade flutuante de Manaus, a presença do Exército durante o regime militar, o empobrecimento e a modernização repentina trazida pela Zona Franca reverberam na vida de Omar e Yaqub. Os irmãos são idênticos na aparência, mas separados pelo amor desmedido de uma mãe.

“Dois Irmãos” é um épico familiar, um drama de enormes proporções emocionais, capaz de gerar um álbum de família que espelha a própria História do Brasil, suas alegrias e seus retrocessos. É uma obra com camadas sociológicas, antropológicas e históricas, tudo isso rebatido na mesa de jantar de uma família de imigrantes libaneses, no odor dos quartos, na sensualidade de uma mãe, no  afeto desmedido por um de seus filhos, nos ciúmes dos outros membros da família e nas perdas que o tempo nos revelam. É um Brasil em formação, composto pelos sonhos, mas também pela força de trabalho dos imigrantes”, explica o diretor artístico Luiz Fernando Carvalho.

A densidade dramática da minissérie é fruto de um intenso processo de preparação regido pelo diretor Luiz Fernando Carvalho, no qual elenco e todas as equipes envolvidas na produção vivenciam o universo do romance de Milton Hatoum.

No pano de fundo do drama da família de Halim (Bruno Anacleto/Antonio Calloni/Antonio Fagundes), “Dois Irmãos” repassa as transformações profundas sofridas por Manaus no período, entre as décadas de 1920 e 1980.

Engenheiro, calculista e espartano, Yaqub tem a firme decisão de viver em São Paulo. É filho que vai deixar Manaus em busca da personificação dos ideais desenvolvimentistas de ordem e progresso que tomam conta do país naquela época. Bon vivant que jamais consegue se firmar num trabalho, errante, passional e dionisíaco, Omar é o que ficará em Manaus e sofrerá as consequências da incapacidade de deixar de vez a casa, o útero de Zana. É o filho que não cresceu, o bebê que não cortou o cordão umbilical. Aquele que não se tornou homem e adulto.

A nova aposta da Globo tem todos os ingredientes para ser um grande sucesso, agora basta saber se o telespectador vai gostar deste novo estilo de dramaturgia que “Dois Irmãos” apresentará nas noites da emissora.

 

Quem é quem?!

 

Zana (Gabriella Mustafá/Juliana Paes/Eliane Giardini) – Mãe dos gêmeos; ela é bela, afetuosa e de temperamento forte.

 

Halim (Bruno Anacleto/Antonio Calloni/Antonio Fagundes) –Marido de Zana, é comerciante e apreciador dos pequenos prazeres da vida.

 

Omar (Lorenzo Rocha/Matheus Abreu/Cauã Reymond) – Filho de Zana e Halim e irmão gêmeo de Yaqub. Indisciplinado e intempestivo, é capaz de ações inesperadas e corajosas.

 

Yaqub (Enrico Rocha/Matheus Abreu/Cauã Reymond) – Filho de Zana e Halim e irmão gêmeo de Omar. Introvertido e calculista sente ciúme do amor que a mãe dedica ao irmão.

 

Rânia (Raphaela Miguel/Letícia Almeida/Bruna Caram) – Filha de Zana e Halim é irmã mais nova dos gêmeos. Decide não se casar e se dedica inteiramente ao negócio da família.

 

Nael (Theo Kalper/Rian Cesar/Irandhir Santos) – Agregado na casa de Halim, é filho da índia Domingas.

 

Domingas (Sandra Paramirim/Zahy Guajajara/Silvia Nobre) –Menina índia recolhida por Zana e Halim para ajudar nos afazeres domésticos. É mãe de Nael.

 

Galib (Mounir Maasri) – Imigrante libanês que mantém o restaurante Biblos no térreo de seu sobrado. Viúvo, é pai de Zana.

 

Lívia (Monique Bourscheid/Bárbara Evans) – Sobrinha dos vizinhos Abelardo e Estelita Reinoso, é disputada por Yaqub e Omar.

 

Abelardo Reinoso (Emilio Orcciolo Netto/Ary Fontoura) –Vizinho de Zana é um aristocrata decadente. É casado com Estelita.

 

Estelita Reinoso (Maria Fernanda Cândido/Carmem Verônica) –Extravagante e afetada, é casada com Abelardo

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