02 de novembro | 2015

O grande artista Tony Ramos

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Tony Ramos e Angélica durante a gravação do quadro “Minha Vida” que foi ao ar no programa “Estrelas” / Deborah Montenegro-RG

 

Cena da novela “A Regra do Jogo”, na qual Tony Ramos interpreta o bandido Zé Maria / João Miguel Jr-RG

 

Acostumado a sempre interpretar papéis importantes nos enredos da teledramaturgia, em “A Regra do Jogo” não poderia ser diferente, mesmo que seja na pele de um vilão. Estamos falando de Tony Ramos e seu personagem Zé Maria. No início da história, Zé Maria mostrou-se ambíguo deixando o telespectador na dúvida, porém no decorrer da trama Zé Maria revelou a sua verdadeira face, mostrando ser um bandido perigoso. Nos próximos capítulos de “A Regra do Jogo” Juliano (Cauã Raymond) descobre que Zé Maria foi o responsável por sua prisão e decide colaborar com Dante (Marco Pigossi) armando um plano para auxiliar a polícia na prisão dele.

Para saber mais qual será o destino de Zé Maria, só mesmo acompanhando o desenrolar da história.

Falando da vida real, nascido Antônio de Carvalho Barbosa, em Arapongas no Estado do Paraná, em 25 de agosto de 1948, o ator Tony Ramos é um dos maiores nomes da dramaturgia brasileira; ele construiu uma carreira sólida e impõe respeito mesmo que não diga uma só palavra. Analisando o meio artístico, ele figura no rol daqueles que mantém um longo relacionamento com a mesma pessoa, Tony Ramos é casado desde o ano de 1969 com Lidiane Barbosa, o casal tem dois filhos e netos.

O ator e sua família sempre cultivaram hábitos simples e fizeram questão de manter a vida pessoal bem longe dos holofotes. No ambiente de trabalho ele é considerado um colega leal, sempre de bem com a vida e disposto a colaborar com os companheiros de elenco e produção.

Dias atrás, Tony Ramos participou do quadro “Minha Vida”, do programa “Estrelas”, comandado pela apresentadora Angélica na Globo, e ao reviver momentos de sua carreira declarou “eu não mudei. Eu estou mais velho, mais maduro e mais consciente. Mas eu nunca me deixei levar pela vida que a gente leva, pelo que as pessoas chamam de glamour. Sempre tive os pés no chão”. E é mesmo assim que ator se comporta. Ele é simples e direto.

Definitivamente, Tony Ramos é incansável. Ele costuma dizer que não descarta nenhum personagem e que o seu ofício é mesmo representar, deve ser por isso que ele tem praticamente emendado um trabalho ao outro. E foi o que aconteceu.  Ele encerrou o seu trabalho em “Guerra dos Sexos” e logo em seguida Tony já estava escalado e gravando sua participação especial nos quatro episódios inéditos do “Sai de Baixo” que originalmente foi exibido no Canal Viva e depois na Globo, aos domingos, após o “Fantástico”.

Assim que as gravações do “Sai de Baixo” chegaram ao fim, Tony Ramos já havia sido avisado que teria mais um trabalho cômico: viver o prefeito corrupto em “A Mulher do Prefeito”, ao lado da atriz Denise Fraga. O público se delicia com a performance dele frente às câmeras. Show de interpretação deste talento comprovado ao longo de mais de 45 anos de carreira.

E o que dizer do filme “Se Eu Fosse Você 1” e “Se Eu Fosse Você 2”, “estouros” de bilheteria e que deverá ganhar uma terceira edição, tamanho é o sucesso que alcançou. 

Tony Ramos manifestou seu lado artístico ainda na adolescência, tanto que sua estreia em novelas foi em 1965. Sem dúvida, é um dos mais importantes atores nacionais, ele alcançou a fama principalmente por seu trabalho em telenovelas. O nome americanizado, Tony, era um costume da época em que estreou na carreira artística, e Ramos é o sobrenome de um parente.

Quando criança, sua família mudou-se para São Paulo e a vontade de ser ator surgiu ainda na infância, quando assistia aos filmes de Oscarito e desejava ser como ele. Aos 14 anos, fez sua estreia na televisão, atuando em esquetes no programa "Novos em Foco", na extinta TV Tupi. Ainda nessa emissora, fez sua primeira novela, "A Outra", de Walter George Durst. Aos 16 anos, participou da dupla musical Tony & Tom, que chegou a se apresentar no programa "Jovem Guarda". Vale lembrar ainda sua atuação em "Vitória Bonelli", uma das últimas novelas exibidas pela TV Tupi.

No ano de 1977, transferiu-se para a Rede Globo, emissora na consolidou uma carreira de sucesso, tendo estreado em "Espelho Mágico". Passou, então, a morar no Rio de Janeiro. Dentre seus memoráveis personagens, encontram-se: o filho de Dona Santa em "Nino, o Italianinho" (1969); André Cajarana, que lutava para provar a inocência do pai, em "Pai Herói" (1979); Tom, contracenando com Sônia Braga, em "Chega Mais" (1980); os gêmeos João Victor e Quinzinho, de "Baila Comigo" (1981); Riobaldo, o jagunço que se apaixona por Diadorim, interpretada por Bruna Lombardi, em "Grande Sertão: Veredas" (1985), minissérie adaptada da obra de Guimarães Rosa; Tonico, um tipo amoral, em "Bebê a Bordo" (1988); José Clementino, um dos poucos personagens que fogem à linha de bom moço na carreira de Tony, em "Torre de Babel" (1998); Miguel, o livreiro romântico, espetacularmente contracenando com Vera Fischer, em "Laços de Família" (2000); Manolo, outro personagem que fugiu um pouco do seu estilo em "As Filhas da Mãe", protagonizando cenas "calientes" com Cláudia Ohana; o Theo, em "Mulheres Apaixonadas" (2003); o Coronel Boanerges, em "Cabocla" (2004); o mulherengo Antenor Cavalcanti, em “Paraíso Tropical”; o indiano Opash, em “Caminho das Índias”, contracenando memoravelmente com Eliane Giardini, Laura Cardoso e Lima Duarte; o Antônio “Totó” Mattoli, em “Passione”, e memoravelmente o Otávio “Bimbinho” Rodrigues no remake de “A Guerra dos Sexos”.

Tony Ramos conquistou o prêmio de Melhor Ator da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) por sua atuação como José Clementino, de "Torre de Babel", personagem polêmico, que iniciou a história preso, por ter assassinado a mulher ao descobrir que ela o traía, e depois se regenerou ao lado de um novo amor, Clara, interpretada por Maitê Proença. Além disso, pelo mesmo papel, foi eleito o Melhor Ator de 1998 segundo a pesquisa InformEstado.

No cinema, atuou em "Pequeno Dicionário Amoroso" (1997), de Sandra Werneck; "Bufo & Spallanzani" (2000), dirigido por Flávio Tambellini, dentre outros. Conquistou o prêmio de Melhor Ator no Festival de Gramado por seu trabalho em "Bufo & Spallanzani" e no “Se Eu Fosse Você” e “Se Eu Fosse Você 2”.

Esta é a trajetória de um ator de sucesso, um homem bem-sucedido na vida pessoal também. Como já é do seu comportamento, Tony costuma atender a todos, sem exceção, tira fotos e dá autógrafos, com calma e educação. Esse é o verdadeiro artista, aquele que reconhece que sem o público, não sobrevive.

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