05 de agosto | 2019

O livro Ganhadores já está nas livrarias!

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Ganhadores
Em “Ganha- dores”, o historiador João José Reis reconstitui a história dos negros de ganho, ou ganhadores, protagonistas de uma insólita greve que paralisou o transporte na capital baiana durante vários dias em 1857. Esses trabalhadores escravizados, libertos ou livres, todos africanos ou seus descendentes, se organizavam em grupos de trabalho e percorriam a cidade de cima a baixo fazendo todo tipo de serviço, sobretudo o carrego de pessoas e objetos ou a venda de alimentos e outras mercadorias. Em 1857, porém, a Câmara Municipal baixou uma postura impondo-lhes medidas que combinavam arrocho fiscal e controle policial. Mas os ganhadores, que já viviam dia e noite sob a vigilância e a violência de autoridades, senhores e “cidadãos de bem”, não se deixariam abater. O resultado foi a primeira mobilização grevista no Brasil a paralisar todo um setor vital da economia urbana. Baseado em ampla investigação em documentos escritos, impressos e iconográficos, “Ganhadores”  é um livro revelador e essencial para se compreender a intrincada rede de relações sociais, econômicas e culturais que estruturava a sociedade baiana do Século XIX, ancorada na instituição da escravidão e caracterizada por um sistema de controle baseado numa economia de favores e domínio paternalista. Se o episódio de resistência aqui narrado trata mais especificamente da Bahia do Século XIX, ele tem muito a dizer sobre as relações e opressões sociais e raciais no Brasil de hoje. Com 456 páginas, o livro é da Editora Companhia das Letras.

 

Conectadas
Raíssa e Ayla se conheceram jogando Feéricos, um dos games mais populares do momento, e não se desgrudaram mais — pelo menos virtualmente. Ayla sente que, com Raíssa, finalmente pode ser ela mesma. Raíssa, por sua vez, encontra em Ayla uma conexão que nunca teve com ninguém. Só tem um “pequeno” problema: Raíssa joga com um avatar masculino, então Ayla não sabe que está conversando com outra menina. Quanto mais as duas se envolvem, mais culpa Raíssa sente. Só que ela não está pronta para se assumir — muito menos para perder a garota que ama. Então só vai levando a mentira adiante… Afinal, qual é a chance de as duas se conhecerem pessoalmente, morando em cidades diferentes? Bem alta, já que foi anunciada a primeira feira de Feéricos em São Paulo, o evento perfeito para esse encontro acontecer. Em um fim de semana repleto de cosplays, confidências e corações partidos, será que esse romance on-line conseguirá sobreviver à vida real? De Clara Alves, o livro tem 320 páginas e é da Editora Seguinte.

 

O Melhor Guia de Nova York
Nova York é uma cidade superlativa, sinônimo de grande metrópole, que o resto do mundo observa com olhar atento e reverente. Ao mesmo tempo, é um lugar tratado por seus moradores como membro da família ou até amante, numa relação profundamente afetiva. Nesta edição atualizada e expandida de “O Melhor Guia de Nova York”, essas duas facetas se encontram, à medida que Pedro Andrade nos revela uma “Grande Maçã” cosmopolita, mas personalíssima. De leitura saborosa, o guia elaborado pelo jornalista e apresentador de TV retrata dos marcos arquitetônicos aos bares secretos, dos restaurantes com espera de meses ao hot-dog vendido na rua — que você precisa provar —, sempre com insights que só um morador de longa data (Pedro está lá há duas décadas) consegue oferecer. Com 308 páginas, o livro é da Editora Paralela.

 

Ideias para Adiar o Fim do Mundo
Ailton Krenak nasceu na região do vale do Rio Doce, um lugar cuja ecologia se encontra profundamente afetada pela atividade de extração mineira. Neste livro, o líder indígena critica a ideia de humanidade como algo separado da natureza, uma “humanidade que não reconhece que aquele rio que está em coma é também o nosso avô”. Essa premissa estaria na origem do desastre socioambiental de nossa era, o chamado Antropoceno. Daí que a resistência indígena se dê pela não aceitação da ideia de que somos todos iguais. Somente o reconhecimento da diversidade e a recusa da ideia do humano como superior aos demais seres podem ressignificar nossas existências e refrear nossa marcha insensata em direção ao abismo. Desde seu inesquecível discurso na Assembleia Constituinte, em 1987, quando pintou o rosto com a tinta preta do jenipapo para protestar contra o retrocesso na luta pelos direitos indígenas, Krenak se destaca como um dos mais originais e importantes pensadores brasileiros. Ouvi-lo é mais urgente do que nunca. “Ideias para Adiar o Fim do Mundo” é uma adaptação de duas conferências e uma entrevista realizadas em Portugal, entre 2017 e 2019. Com 88 páginas, o livro é da Editora Companhia das Letras.

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