A deficiência auditiva é o problema sensorial de maior incidência na população. Estimativas do Ministério da Saúde indicam que, a cada mil nascimentos, três são de crianças com dificuldades auditivas. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que 15 milhões de brasileiros apresentam o problema. A rubéola adquirida pela mãe na gravidez e o envelhecimento são os responsáveis pelo maior número de casos.

Embora existam métodos efetivos para detectar deficiências auditivas desde o nascimento, como o estudo das emissões otoacústicas, o chamado teste da orelhinha, a média de idade de detecção da surdez é por volta dos quatro anos. Cidades como Brasília, Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro já tornaram o teste obrigatório em suas maternidades.

As principais causas da surdez podem ocorrer já durante a gestação, tais como infecções maternas: rubéola, toxoplasmose, sífilis, herpes; uso de drogas ou medicamentos ortotóxicos; incompatibilidade sanguínea pelo fator RH entre a mãe e o filho; e hereditariedade (genético).

Já nos recém-nascidos a surdez pode ser causada por história familiar de deficiência auditiva congênita; infecções congênitas como sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes; anomalias crânio-faciais; peso inferior a 1500gramas; entre outras.

Na fase adulta, a surdez pode ser decorrente de infecções virais e bacteriológicas, como meningite, caxumba e sarampo; infecções no ouvido; medicamentos ototóxicos; exposição a produtos químicos; traumas cranianos; exposição ao barulho; presbiacusia (diminuição da audição em decorrência da idade); doenças que alteram a circulação de sangue no ouvido interno como diabetes, hipertensão e colesterol elevado.

Nos adultos, muitas vezes, a perda auditiva demora a ser percebida. A falta de informação e o preconceito também fazem com que a maioria das pessoas afetadas não tome providências, apesar dos recursos e tratamentos disponíveis, como cirurgias e aparelhos auditivos.

Na fase adulta, a perda auditiva chega de modo gradativo, é preciso ficar atento a alguns sinais, tais como dificuldade de entender o que é dito; assistir televisão ou ouvir rádio num volume muito alto; apresentar secreções no ouvido; relatar barulho ou zumbido no ouvido; isolamento; falar muito alto.

No caso de crianças e bebês, é preciso que a mamãe fique atenta a estes sinais: a criança não acorda com barulhos fortes, como porta batendo e não vira a cabeça quando é chamado; por volta dos dois anos, a criança não consegue formar frases simples; a criança aumenta o volume da televisão ou outro aparelho sonoro; não consegue localizar de onde vem os sons; busca contato visual para se comunicar; tem dificuldade no aprendizado; tem desatenção ou falta de concentração; escreve ou fala trocando fonemas.

Para se prevenir, mulheres devem ser vacinadas contra a rubéola antes de engravidar; durante a gestação é essencial a realização dos exames pré-natais; crianças devem ser vacinadas contra sarampo, meningite e caxumba; recém-nascidos devem ser submetidos ao teste da orelhinha; deve-se evitar a exposição ao barulho e usar protetores de ouvido em situações de exposição; trabalhador exposto ao barulho deve proteger-se com tampões e realizar exames auditivos com frequência.

Em qualquer caso de suspeita de alteração auditiva, seja transitória ou permanente, é indispensável a avaliação de um médico otorrinolaringologista, especialista em nariz, ouvido e garganta. Posteriormente, o paciente deverá ser encaminhado para a realização dos exames audiológicos, geralmente realizados por um fonoaudiólogo.