05 de outubro | 2015

Uma atriz de talento

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Irene Ravache sentiu gosto pela carreira artística ainda adolescente. Correu atrás do objetivo, enfrentou obstáculos, estudou e aprimorou-se. O resultado é que atualmente figura na lista das maiores atrizes do Brasil / Estevam Avellar-RG

 


Irene Ravache trocou o Rio de Janeiro por São Paulo e, quase por acaso, ganhou um papel na peça “Eles Não Usam Black-Tie”, na década de 1960. Nunca mais deixou os palcos e seus bastidores / Zé Paulo Cardeal-RG

 

 


 

Irene Ravache curtia férias desde que encerrou a sua magistral participação no remake de “A Guerra dos Sexos”, na qual fez a protagonista Charlô, quando foi chamada para atuar na novela das seis, “Além do Tempo”, interpretando a Condessa Vitória Castellini, na primeira fase da trama que vai até o dia 20 de outubro, quando a história passará por um longo pulo no tempo, chegando aos dias atuais. Os personagens serão outros, mas todos entrelaçados pela memória da vida passada. Por enquanto, não foram divulgados maiores detalhes do novo papel da atriz nesta nova fase.

Nos próximos capítulos de “Além do Tempo”, Vitória terá a oportunidade de se redimir dos erros que cometeu contra o próprio filho Bernardo (Felipe Camargo) e Emília (Ana Beatriz Nogueira). Finalmente, ela consegue encontrar Bernardo, mas para seu castigo o rapaz fica completamente desorientado ao vê-la e grita que Vitória é a mulher má que ele vê em seus sonhos. Este será um dos castigos de Vitória. Ela não terá mais o afeto do filho.

Resta saber qual será a reação da poderosa condessa quando Lívia (Alinne Moraes) lhe contar que é sua neta. Mais uma provação para Vitória que sempre odiou a nora Emília.

Falando ainda sobre algumas das próximas emoções em “Além do Tempo”, está previsto que no último capítulo da atual fase, Lívia (Alinne Moraes) e Felipe (Rafael Cardoso) morrerão afogados, mas não sem antes trocarem juras de amor eterno. Enquanto isso, Melissa (Paolla Oliveira) será assassinada por Pedro (Emílio Dantas).  Logo após a morte do casal apaixonado, acontecerá a mudança na trama e Paolla Oliveira aparecerá como uma jovem moderna e bem vestida, que se encontra no metrô com o personagem de Rafael Cardoso, aparentemente um rapaz modesto e em nada sofisticado como ela é. Este seria o ponto de partida para a continuação da saga nos dias atuais.

Deixando a ficção para ser conferidas pelos seguidores de “Além do Tempo” e falando da grande atriz na vida real; Irene Yolanda Ravache Paes de Melo nasceu no Rio de Janeiro, no ano de 1944. A ideia de seguir a carreira artística surgiu quando a adolescente de 16 anos assistiu a sua primeira peça de teatro e encantou-se com a movimentação no palco; ela traçou um plano em sua cabeça, queria viver tudo àquilo bem de perto, quer seja como atriz ou como integrante da produção. Ela tinha estudado piano e já havia pensado em ser bailarina, mas mudou os rumos de sua história, estudou teatro e, num golpe do destino, seu noivo teria que vir a São Paulo para fazer teste para uma peça de Gianfrancesco Guarnieri e Irene decidiu acompanhá-lo. Resultado, a atriz acabou no elenco da peça “Eles Não Usam Black-Tie”, encenada no Teatro de Cultura Popular, sob a batuta do diretor Oduvaldo Vianna Filho. Feliz da vida deu a notícia para a mãe que, além de não acreditar nela, recomendou que fosse ao médico.

Eram tempos de ditadura militar e a própria Irene reconhece que a convivência com a trupe do CPC e da União Nacional dos Estudantes ajudou a formar a sua consciência política.

A estreia na televisão foi através do Jornalismo. Na TV Rio, Irene estrelou o programa “Pergunte Para o João”, no qual ela lia as perguntas mandadas pelos telespectadores, ligadas a conhecimentos gerais, e uma marionete respondia. Nesta mesma época, ou seja, final dos anos 60, Irene trabalhou ao lado de Heron Domingues, João Saldanha, Nelson Rodrigues e Ebrahim Sued em um programa no qual a atriz lia pequenas notas. Era o que tinha de melhor na televisão, a atração fazia muito sucesso.

O seu ingresso na Globo em 1965 se deu por sua própria iniciativa; depois de muito esperar para ser atendida, interpelou um dos diretores no estacionamento e apresentou suas credenciais afirmando que merecia uma chance. 

Em meio à sua maratona artística, Irene Ravache casou-se e teve seu primeiro filho em 1965, no entanto, algum tempo depois, foi cada vez mais difícil conciliar o casamento com o trabalho e ela divorciou-se.

No início dos anos 70, a atriz aprimorou-se em técnica vocal e um novo amor encheu seu coração, começou a namorar Edison Paes de Mello Filho e formam morar juntos; desta união nasceu mais um filho. Até hoje, eles formam um dos casais mais sólidos do meio artístico, sendo que oficializaram a união em 1994, numa cerimônia surpresa organizada pelo marido da atriz.

Lembrando o início da carreira, Irene Ravache trabalhou em inúmeras peças de teatro, destacando que também atuou como diretora de várias produções e ainda como atriz de cinema. Na telona, ela contabiliza onze filmes.

A sua primeira novela global foi “Elas Por Elas” e sempre em papéis marcantes. Vale lembrar a sua parceira com o saudoso Jardel Filho, em “Sol de Verão”; o ator morreu em plena atividade quando faltavam poucos capítulos para o final da história que precisou ter seu curso alterado.

Um dos seus personagens mais memoráveis foi a Dona Lola, da novela “Éramos Seis”, produzida pelo SBT em 1994.

Destacou-se em “Belíssima” na pele da grega Katina e depois em “Eterna Magia”, dando vida à sofrida Loreta O’Neil, e depois em “Passione” e memoravelmente em “A Guerra dos Sexos”, na qual mostrou o seu potencial para a comédia.

A própria atriz se define como uma “mulher em processo de aprendizagem” e é sempre muito curiosa quanto as suas personagens. É deste modo que Irene Ravache renova as suas energias e está sempre em busca de novos objetivo

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