10 de março | 2013

Apresentador da Record dá “ripadas” para o prefeito por causa de loteamento clandestino

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O apresentador do programa Balanço Geral da TV Record de São José do Rio Preto, Sandro Pires (foto), voltou a dar ripadas em sua mesa para protestar contra o descaso do prefeito Eugênio Jo­sé Zuliani no que diz respeito à situação que vivem os moradores de um loteamento clandestino, incrustado ao lado do Jardim Alvorada, zona leste de Olímpia.

O apresentador cobrou hu­ma­­nis­mo do prefeito e inclusive, sobre a dificuldade para o trânsito de veículos lembra que o município recebe metade do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Au­­tomotores) e que, além disso, os moradores são pagadores de impostos e inclusive votam.

“Eu vou convocar aqui o pre­feito Geninho, é uma pessoa boa o prefeito Geninho, tem que olhar por esses moradores aí. Ah, mas esse problema é de 15 anos, era outro prefeito, não era eu, mas oh o senhor teve 4 anos, agora vai ter mais 4 anos, tem que fazer uma visita a esses moradores. Nunca se esqueça de quem ajudou o senhor, viu senhor prefeito, nunca se esqueça. Agora, chega mais perto aqui (pede a aproximação da ima­gem) oh comigo tem ri­pada, não tem dessa não” … em seguida há o som característico e o grito “riipaaa­daa­aaa”.

O apresentador ainda cobrou que o prefeito ajude a quem precisa. Além disso, passou a ideia de que seja prefeito, seja vereador, eles não são donos da cidade e que recebem para trabalhar pelo po­vo, inclusive.

Antes de encerrar afirma que a reportagem tentou manter contato com a Prefeitura Municipal, mas que não obteve resposta. “Tá uma fartura lá. Farta tudo”, ainda brincou ao final.

REPORTAGEM

No local, segundo a reportagem elaborada pelo repórter Milton Rodrigues, residem aproximadamente 20 famílias, ou seja, cerca de 100 pessoas, enfrentando poeira, buracos, trânsito de veículos praticamente impossível, não tem transporte público. Não tem água encanada. Não tem rede de esgoto. Não tem iluminação pública.

Um dos entrevistados foi o presidente da Associação dos Moradores, Fernando da Silva: “Você pode ver que tem muitas crianças. Não tem transporte coletivo. Não passa caminhão de li­xo”, reclamou;

Outro morador disse: “Aqui é problemático.Principalmente quan­do alguém precisa de um exame (clínico) fora tem que sair 5 horas da manhã daqui, às vezes debaixo de chuva, para pegar a ambulância lá em cima”.

Uma moradora reclamou: “Minha mãe passou 2 anos aqui acamada. Ela sofreu AVC (Acidente Vascular Cerebral) do lado esquerdo, pro­blema de circulação”. Pa­ra levá-la a médico: “Pegava em 3 (no braço) subia até lá em cima para pegar a ambulância”.

De acordo com Fernando da Sil­va, a situação que persiste há mais de 15 anos, tem que ser resolvida: “Foi reivindicado (as mel­horias). Isso foi concedido pelo Poder Judiciário e jogaram todo esse problema para ser resolvido pela Prefeitura e pelo loteador e há 6 meses a gente está aguardando a resposta da Prefeitura e do loteador”.

O esgoto ou corre a céu aberto ou é jogado em fossas. A maioria dos moradores nem tem as escrituras dos imóveis. Há caso de apenas um medidor de energia elétrica para medir o consumo de três moradias e isso provoca sobrecarga e consequentes blecautes.

Outra moradora argumentou: “Às vezes a gente está tomando banho, eu tenho um netinho pequeno, às vezes estou dando banho nele e já cai a energia. Fica escuro, a água fria cai em cima, as crianças choram. Não tem condições aqui”.

Loteamento clandestino existe há aproximadamente 13 anos

Imagens tv record

O caso do loteamento clandestino incrustado ao lado do Jardim Alvorada, zona leste de Olímpia, está na justiça desde o ano de 2000. No entanto, no final da tarde desta sexta-feira, dia 8, no site do Tribunal de Jus­tiça de Sã­o Paulo (TJSP), não havia nenhum andamento no processo. Trata-se de uma ação de notificação, protesto e interpelação, distribuída pa­ra a 2.ª vara, no di­a nove de fevereiro de 2000.

A ação tem como requerentes Doroti Loeschi Eugênio e Pa­u­lino Eugênio Filho e como requeridos Antenor Minari e The­reza Maria Minari.

Consta que a questão começou na década de 90, quando foram vendidas chácaras de 5 mil me­tros. Em razão do problema, a CPFL ficaria impedida de atuar e regularizar a situação do fornecimento de energia elétrica.

A dificuldade seria em razão do local não possuir mais nem características rurais e nem urbanas. Há ainda o problema de algumas pessoas que teriam adquirido terrenos de 5 mil metros quadrados terem fracionado e cedido a outras pessoas.

Por causa dos problemas, principalmente nos dias de muita chuva, os moradores não podem contar com a ajuda da Polícia Militar, Corpo de Bom­beiros ou de uma simples ambulância.

Os moradores do local já chegaram a enfrentar problemas de discórdia entre eles por causa do rateio da conta do consumo de e­nergia elétrica.

Entre os problemas, um deles é que logo de início, ao chegar à estrada que dá acesso ao local, há certa dificuldade para entrar com um carro de passeio por causa de muitos buracos que formam no período de chuvas. Os moradores reclamam que por isso que a pre­sença da polícia e até a entrada de ambulâncias ficam com­pro­me­ti­das. Há dezenas de chácaras que se formaram oriundas de outras ma­iores que os proprietários foram dividindo em lotes menores e vendendo ou cedendo para outros membros da família morarem, ven­do que a grande maioria desses ocupantes são de famílias de classe média baixa, alguns são aposentados, e que utilizam dessa terra para plantarem frutas, verduras, criarem porcos, galinhas, peixes, algumas cabeças de gado, tiram o próprio sustento dessa terra e para morarem.

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