BOMBEIRO INCENDIÁRIO PRIVILEGIADO?
Prima está de licença-prêmio e psicóloga
estava de falta abonada no dia.Prefeitura
abriu procedimento interno para verificar
as circunstâncias do fato, inclusive
para ouvir a profissional responsável pelo
laudo, não sendo descartada ainda a
instauração de uma sindicância
para apurar o atendimento.

Ao que tudo indica, depois de tentar sem sucesso um atestado que corroborasse sua tese de que estava em estado de insanidade ao tentar colocar fogo e matar o editor desta Folha e sua família, o bombeiro incendiário, Cláudio José Azevedo de Assis (foto), o Cláudio Báia, 55 anos, escolheu justo a UBS – Unidade Básica de Saúde – on­de trabalha uma prima sua para obter tal documento.

Aliás, o documento assinado por uma psicóloga que atesta que Báia tem problemas que necessitam de acompanhamento psiquiátrico e psicológico urgente, inclusive já foi anexado no Inquérito Policial que tramita na Delegacia de Polícia de Olímpia.

Acontece que, segundo informações, na UBS Dr. Clodoaldo Marins Sarti, a fila de espera para uma consulta com psicólogo demora em média 60 dias, podendo chegar a 90 dias a espera. O bombeiro, cuja prima é assistente social no local (mas está de licença-prêmio), conseguiu no dia e ainda com uma psicóloga que não estava de serviço na unidade nesta da­ta, pois havia solicitado u­ma falta abonada.

A informação chegou até a redação através de pesso­a que preferiu não se identificar, após o surgimento do documento no inquérito da polícia local. O editor desta Folha, imediatamente, enviou email no dia 07 de abril para a assessoria de imprensa da prefeitura solicitando a confirmação dos fatos.

PERGUNTAS À

ASSESSORIA

DE IMPRENSA

O jornalista José Antônio Arantes questionou:
— Diante do surgimento de documento dando conta de que o acusado de ter ateado fogo no prédio da Folha da Região e na residência de seu  editor, o bombeiro municipal Cláudio José Azevedo de Assis, o Cláudio Báia, passou por atendimento na UBS Dr. Clodoaldo Marins Sarti, na Avenida Constituci­onalis­ta de 32, 525 – Jardim Santa Ifigênia, no dia 01 de a­bril, onde obteve um laudo sobre sua saúde mental, solicito informações sobre o referido atendimento, principalmente nos seguintes quesitos:
–  Esta é a unidade de referência do possível paciente?
– A psicóloga estava de folga no dia em que assinou o referido laudo?
– O nome da diretora ou pessoas que respondem pela referida unidade e, se existe algum funcionário em tal unidade tem algum grau de parentesco com o paciente?
–  Vai ser aberta ou já foi alguma sindicância para apurar possível irregularidade?”

A assessoria de imprensa, no dia seguinte, respondeu:

— Diante das informações solicitadas, a Prefeitura de Olímpia, por meio da secretaria municipal de Saúde, esclarece que a unidade de abrangência e referência do paciente mencionado é a ESF Francisco Figueiredo Filho, no bairro São José.

PSICÓLOGA

ESTAVA DE FALTA

ABONADA NO DIA

— Ressalta ainda que na data em que ocorreu a assinatura do laudo não consta no sistema de pon­to eletrônico o cumprimento da jornada de trabalho da profissional, uma vez que no dia 30 de abril a mesma havia solicitado falta abonada para o referido dia.

— Com relação a existência de algum funcionário com grau de parentesco com o funcionário Cláudio José Azevedo de Assis, cum­pre a nós informar que (…) no local atua a assistente social Gisla­ine Regina Azevedo de Castro, que possui parentesco com o paciente, mas que está de licença-prêmio desde o dia 15 de março.

 Por fim, ressalta que diante das informações de­sencontradas e da conduta suspeita, a secretaria municipal de Saúde abriu de imediato um pro­cedi­men­to interno para verificar as circunstâncias do fa­to, inclusive para ouvir a profissional responsável pelo laudo, não sendo descartada ainda a instauração de uma sindicância para apurar o atendimento.