18 de março | 2018

Caçadores estariam sacrificando cães de rua para a caça de javali na região

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Da forma mais desumana que já se conheceu, alguns caçadores de javali estariam sacrificando cães que são abandonados nas ruas como forma de realizar seus desejos maléficos. A denúncia uma das mais antigas protetoras dos animais em Olímpia, Apareci­da do Carmo Pama, conhecida por Cidinha Pama que faz parte da ONG S.O.S Animais. Embora sabendo do mal que javalis causam em pequenas lavouras, ela es­tá pedindo socorro e ajuda para resolver essa situação.

“Não temos nenhuma ajuda pública, tudo o que nós temos vem através do voluntariado. Tirar cachorro doente da rua, que é um trabalho de saúde pública, somos nós que estamos fazendo isso”, explicou Cidinha Pama durante uma entrevista que concedeu aos âncoras do programa Cidade em Destaque, da Rádio Cidade FM, José Antônio Arantes e Bruna Silva Arantes Savegnago.

Durante o programa ela contou como começou a história dessa caça de javalis, animais que foram trazidos da França, inclusive. “Esses javalis aparecerem por aqui e não foi por acaso, não são nativos. Um empresário/fazendeiro os trou­xe para a região de Olím­pia com a finalidade de fazer comercio da carne de javali”, iniciou Cidinha Pama.

“Porém, eu não sei por qual motivo, porque quando trouxe já deviam saber que ele (javali) era um animal agressivo, forte, grande, um predador, e que teriam então que tomar alguns cuidados para que não acontecesse o que aconteceu”, acrescentou.

De acordo com Cidinha Pama, nesse caso o que teria ocorrido foi que o animal (javali) “simplesmente rompeu o lugar (cercado) em que ele se encontrava e se espalhou para todo lugar. Aí acabou virando uma praga, uma epidemia”, reforçou.

USANDO CACHORRO COMO ISCA

Segundo Cidinha Pama pesquisou, a caça do javali é legalizada, mas não usan­do o cachorro como isca. Mas não é isso que, de acordo com ela tem sido verificado por muitas pessoas, segundo ela contou à reportagem.

“Os caçadores geralmente têm cachorros de raça, o pitbull é uma delas – esses cachorros custam caro, tem um que vale até em torno de 6 mil reais. Quando eles vão caçar, esses eles levam com apara­mento, peitoral e outras coisas, mas mesmo assim esses cachorros às vezes se ferem e trazem ao veterinário quando são feridos. Mas junto com esses, eles passaram a pegar cachorros de rua, os vira-latas. Os vira-latas não é raça, é uma condição, na verdade não existe a raça vira-lata, existe o sem raça definida, que foi abandonado pelo ser humano e ele se tornou de rua”, explica.

Ela relatou também que “os caçadores pegam o cachorro que está desnutrido, no meio da rua e levam para servir de isca. Quando chegam eles soltam. Você pega um cachorro que nunca viu um javali, você solta ele no meio e ele vai avançar, alguns acredito que nem tem essa condição. Aí o javali vai em cima dele, os cachorros deles fazem um baru­lhinho e eles vem e matam”.

Além disso tudo, conta que esses vira-latas machucados não são trazidos de volta. “Deixam lá com fome, feridos, juntando bicho.

Os cães podem ser usados para rastrear o animal, mas não para confronto direto. Identificamos que o ferimento é feito por javali porque eles pegam o pescoço e costas”.

“Tem outra coisa que eles fazem. Eles enchem uma carretinha de cachorro e vão caçar, então é obvio que eles tem que comandar isso. Sabem como eles fazem isso? Com arma de choque”, acrescentou.

Por isso, Cidinha Pama  pede para que as pessoas que perceberem esse fato que façam denúncia. Inclusive podem procurar a ONG S.O.S Animais. “Hoje todo mundo tem um celular, sa­be tirar foto e filmar, isso é válido em um tribunal. Ti­ra, de preferência faz um vídeo, fala o dia, a ho­ra, o local, os nomes dos caçadores se souber e entrega para a gente. Muitas das nossas denúncias, quando a pessoa não quer se identificar, a gente assume”, diz.

“A gente não está pedindo que não cacem o javali, até porque nós sabemos que ele detona todas as lavouras, principalmente as dos pequenos produtores e nós também somos contra, afinal a gente precisa dos pequenos produtores que fornecem comida para gente comer. O que a gente quer, é que a caça seja de uma forma humanizada, sem requinte de crueldade”, finalizou.

 

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